Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Paciência



Usualmente, é algo que me falta. E muito, diga-se de passagem. Aliás, eu demonstro minha impaciência todo dia nos mais inesperados momentos. Porém, de uma forma curiosa, recentemente, apesar das típicas caras e bocas que faço com a falta de paciência com o mundo frequentemente, eu tenho conseguido uma paciência até engraçada,  de certo ponto de vista.
Vamos pensar num exemplo mais banal. O blog ainda é prova da minha paciência recente. Por tantas vezes ter vontade de escrever e faltar tempo realmente pode te deixar um pouco ansioso. Não que eu não tenha rabiscado alguma coisa em algum caderno pra aliviar um pouco, mas o embolo mental é bem maior que isso.
Manter o blog sem tanta atividade, mas ainda com uma funcionalidade ímpar pra mim, tem sido algo muito bom.. Aquela típica sexta em que sua mãe já teve sua cota absurda de tempo na internet fazendo nada, sua namorada está passando a mesma situação com a irmã dela, e já é uma hora bem avançada, aliás, é sábado tem quase 2 horas. E cá estou eu, com um sorriso um tanto bobo no rosto, e aparentemente sem motivo algum pra isso.
Quer dizer, motivo tem, mas não acredito que seja o mesmo pra ter efeito até essa hora.
O motivo que me refiro é que, depois de meses duramente transpostos de uma seca criativa sem precedentes, finalmente voltei a compor.
E aí o mais antigo e cético dos leitores (seria possível ainda haver tal combinação? Alguém que ainda leia por aqui mesmo não gostando tanto assim?) deve vir a pensar por agora:

"Caralho, mas você ainda acredita que vai conseguir alguma coisa com a música na sua vida? Bobear você é péssimo, e mesmo que seja bom, você não pegaria feito modinhas..."

Já ouvi muita coisa do tipo. Não necessariamente assim, mas já ouvi. A verdade é que é o conselho de qualquer um, seja amigo ou falso, quanto a música. As pessoas não querem botar fé pra não se desiludir ou pra quem eles apoiaram não se desiludir.
Mas existem forças maiores que tais pensamentos. A convicção é uma delas. E talvez o destino, mas isso é algo com que eu lido de maneira relativa: eu tento construir o meu caminho, mas aceito de bom grado as boas coincidências que eu não poderia prover sozinho.
Enfim, deixa eu ir me acertando no argumento. É que bom, desde que eu me entendo por gente, eu estou ligado à música. É algo mais forte do que a minha consciência. Meus sonhos costumam ter trilha sonora. Eu fantasio clipes diferentes pra uma mesma música. Eu me sinto em paz ouvindo certas músicas, especialmente Beatles, base do meu lirismo (se o tenho), romantismo, pacifismo, da minha paixão pelo rock, da minha formação de caráter. Nunca houve nada que eu não pudesse expressar com alguma letra de música. E quando não há no exato momento, a vida se desenrola das mais irônicas e acertadas maneiras, só pra depois eu conseguir dar uma trilha sonora narrativa para aquela ocasião. Como uma vez me disse o Julio, eu tenho uma espécie de sensibilidade musical. E é inato a mim.

(E daqui pra cá passaram algumas semanas pra escrever. A falta de tempo também exige paciência).





Aliás, é conveniente lembrar que hoje fazem 50 anos que "Love me do" foi lançado. É o primeiro single dos Beatles, lado A. O lado B era "PS I love you", se não me engano. 50 anos do hit modesto com sua gaita bem ensaiada de rythim blues e seu baixo já estridente de rock. Esses dias eu bem dizia: poderia dizer a todos no mundo o quanto eu ficaria satisfeito em ser cada vez mais beatlemaníaco a cada dia que se passa na minha vida, mas seria redundante, visto que já faço tudo isso.


A paciência musical, no meu caso, foi quase depressiva. Para um músico, não havia de existir castigo pior do que secar a fonte. Aos poucos, escrever se torna algo até automático. Mas talvez esse seja o maior male da composição: de nada adianta seguir métodos clichês, buscar rimas alternadas e métricas desconcertantes.  De nada adianta se vender pra escrever 4 ou 5 versos que um bêbado no bar faria. Um compositor com mínimo de bom senso não se queixa se isso lhe renderá fortunas, e fica até apático e facilmente moldável. Mas um compositor que realmente goste de música, sabe que não há fortuna que mascare trabalhos pífios e alienantes, e também que não existe quantidade mensurável de dinheiro e poder neste mundo que sejam capazes de superar a satisfação e o orgulho de escrever uma canção e ter a certeza de que você não só deu o seu máximo como atingiu um nível de excelência.

Claro que o nível é relativo. E a tendência é ele sempre se elevar.
Mas prosseguindo..
Escrever essa música foi algo que veio acompanhado de mais paciência pra outras situações. Eu resolvi, por exemplo, guardar a minha paciência pras pessoas importantes.
Traduzindo, eu exclui praticamente todas as pessoas do meu facebook que NADA tem a ver comigo. Gente que eu vi uma vez na vida apenas; gente que eu nem sei se vi; gente com quem o papo não me interessa mais; gente cujo papo nunca me interessou e só era bonita, mas eu comprometido há mais de um ano não tirava por pura preguiça; gente com quem eu nunca me dei bem só tinha no face porque era do colégio; gente fofoqueira cujo objetivo de vida é preencher seu vazio de lixo esculachando e invejando a vida dos outros nas costas; e claro, as pessoas que ao longo do tempo provaram pra mim que jamais mereceram um pingo do meu respeito e minha amizade, quando deixaram cair suas máscaras com o tempo (curioso, às vezes basta se formar né). Aquela típica relação Lulu Santos, sabe? 

"Não pense que te quero mal
Apenas não te quero mais"

Diferente do que muitos pensam, essa música serve pra muito mais que romances na hora de mandar um recado. Vai por mim...

E como eu dizia, a paciência pra escrever me foi estendida pra selecionar as melhores músicas. Saber o que quero gravar ou não, esperando o fim de ano pra quem sabe registrar o meu trabalho em definitivo.
Enfim.

Paciência pra resolver as coisas do Ambientável. Não sei se já expliquei aqui, na dúvida eu mando bala novamente. É um evento realizado todos os anos na UFRJ, desenvolvido exclusivamente por nós, alunos da Engenharia Ambiental. Neste ano, temática da Rio + 20. Eu to trabalhando na comissão de artigos: codifica pra lá, envia pra avaliador pra cá, etc etc etc. Ahh, artigos fora do prazo, matá-los-hei-de. 

E SIM, não fui pego pela correção automática.
Chupa ideia sem acento, sei falar arcaico. xD


Só pra fechar, um aviso honesto e sincero, mas de quem sabe o que está por vir. Se o merda do Paes vencer no primeiro turno, manda a paciência pra casa do caralho, porque com ele só vai piorar.
E se o Freixo conseguir (como eu espero e torço e milito sempre que possível), o Paes vai perder a paciência, porque ele não pode em pé de igualdade na mídia. E aí vai ficar TENSO.

Pois bem gente. Palma palma não priemos cânico, e simbora! Abraços!