Por alguma razão este título me soa familiar. Mas acho que nunca postei nada com este título.
Não sei, aliás, que diabo há com meus títulos? Por vezes irônicos, por vezes poéticos.
Ou simplesmente um resumo do post, sucinto ou sem sentido.
Ah, tanto faz, é tão curioso quanto é frívolo pensar nos meus títulos.
Afinal, nós conseguimos enumerar em capítulos as fases da nossa vida? É mais do que infância, adolescência, juventude, maturidade, senilidade.
Sei lá, eu talvez pudesse fazer isso. Dizer cada pedaço com um título bonito ou que captasse a ideia central de cada fase. Mas é tão difícil captar tanta coisa em poucas palavras...
Já disse antes, não me cabe a alcunha de poeta...não que eu ache que me caiba.
Talvez as lembranças de uma vida possam ser resumidas por
"In my life" dos Beatles ou
"All my life" dos Foo Fighters. Ou quem sabe me encontro mais pra definições de
"Exagerado" do Cazuza ou
"Monte Castelo" da Legião Urbana. Existem muitas músicas pra cada trecho, se eu quiser resumir seria impossível.
Também depende do momento. Mesmo as mais ideais se revezam, afinal, nem tudo é flores.
E o que posso dizer quanto a graça dos títulos?
Ao menos aqui, no blog, não costumam ser o centro das atenções. Mas pra quem me conhece e é bom entendedor, captam alguma luz para si.
Se pra mim é difícil enumerar cada fase da vida, talvez no blog seja extremamente fácil fazê-lo. A profundidade é tão certa quanto a de minha própria vida, e talvez seja um começo pra saber contar minha história aos filhos e netos.
Se a cada dia há um título, talvez possa eu, agora, dar um nome a grandes períodos.
Primeira fase: "Soar dos primeiros acordes"
Corresponde ao começo, obviamente. Os 5 ou 6 primeiros posts, onde eu fiz uma apresentação nada convencional. E bem pra baixo, até. Não condiz bem com o que sou, de verdade, mas também eu não tinha percebido muita coisa sobre mim mesmo pra poder assumir a postura que tenho agora.
Segunda fase: "Coração vagabundo"
É provavelmente a mais longa. Começa quando eu fui me pegando apaixonado pela Taissa, que por essas alturas nem lembra que eu existo. O término dessa fase é quando eu finalmente me ajusto e paro de correr atrás, até me assentar com a Jenifer, minha primeira namorada.
O legal dessa fase acho que foi descobrir, aos poucos e claro, à duras penas, o meu próprio valor.
Também foi o meu primeiro surto de composição, e muitas das músicas que levo fé até hoje são dessa época.
Vale também o adendo, foi a fase de reforço das grandes amizades e aonde eu mais conheci amigos com os quais me dou bem até hoje. Aliás, os melhores, conheci todos nesta época.
Terceira fase: "Retrocesso inesperado"
Esta se dá durante meu namoro com Jenifer. Se é que, de fato, posso ainda me referir assim ao que tivemos. Um perrengue dos brabos, pra tudo que era lado. E eu ainda errava bastante também, não tinha a maturidade de ver isso. O que era pra ter sido o auge do minha valorização na verdade foi apenas o exagero do contrário. O término foi péssimo. Uma das fases mais tristes que tive, comigo mesmo.
Posso ser sincero, doeu muito mais terminar com a Jenifer do que com a Dominique, mais recentemente. E não tem comparação o quanto eu amei Dominique pelo que senti pela primeira. Domi foi algo imensamente maior.
A fase foi terrível, mas sempre com meus amigos por perto. De fato, a coisa também se enfeiou musicalmente e academicamente. Meu rendimento tava um pouco abaixo do usual em algumas matérias, e eu não escrevia uma música boa em tempos....
Isto durou cerca de 1, quase 2 meses.
Quarta fase: "Conquistas douradas"
Quase tão longa quanto a segunda fase, esta é provavelmente meu maior orgulho dos últimos anos. Claro, pode ser longa em duração de tempo mas nem de longe tão extensa quanto, vide que pra obter essas conquistas, eu postei beeeem menos do que de costume.
Tudo começa com o show do Paul McCartney, onde realizei um dos meus maiores sonhos. Era uma fase meio ruim também, mas esse show serviu pra me colocar aquele sorriso largo e sincero como nunca havia aparecido antes.
Claro, a tristeza voltou um pouco. Mas ao cabo de julho, no meu aniversário, eu não podia estar melhor.
Notas subindo a rodo na escola, me preparando pro ENEM, estava começando a ficar com Dominique, e tinha conhecido uma certa brisa.
E aí veio tudo numa montanha russa maravilhosa. Namoro firmado, um ENEM brilhante e o ingresso na tão sonhada faculdade. UFRJ- Engenharia Ambiental, com todos os méritos.
Conhecendo incríveis novos amigos que já deixam a sua marca, mas com uma saudade incontrolável dos antigos. E aliás, nada melhor que matar a saudade que uma formatura.
E que cerimônia épica. E profética. Cada foto me anunciava alguma coisa que eu nem fazia ideia de que viria.
Ou sou eu que apenas sou doido demais e enxergo fundo no que devia ser superficial.
O encerramento desta fase não podia ser outro que não o de chave de ouro, ou melhor,
pena de ouro.
E o melhor disso tudo é que pra mim foi totalmente inesperado. Foi realmente uma condecoração pelo meu esforço. E acho que foi algo que eu nunca vou saber descrever completamente. Só posso ser grato.
Quinta fase: "Descendo a ladeira"
Se dá logo depois da cerimônia de pena de ouro. São poucas postagens, mas levam alguns meses.
Um ritmo cada vez menos de postagens acompanhou o ritmo cada vez menos de sorrisos, o desgaste do meu namoro e a minha reprovação em cálculo I. Minha auto estima foi lá pro poço, junto com o fato de que, desde o meio do ano anterior, eu não era capaz de escrever uma música que fosse. Essa seca criativa era um sinal claro de que as coisas não estavam me deixando feliz, e eu precisava ser forte pra encarar e buscar mudanças. Aos poucos, fui me ajeitando, e dando uma pequena reequilibrada, acabei é levando mais tombo. Daí, vi a triste realidade. Já não amava Dominique, e precisava pensar em mim mesmo. E aí sim, me ajeitar. A fase termina aí, no meu segundo término.
Visivelmente, a diferença de maturidade já é grande aqui. Lidei com facilidade, até. Claro, outras coisas influenciaram também. Mas eu estava mais forte, apesar de tanto problema.
Sexta fase: "Chegando a um novo timbre"
Começa, óbvio, pelo meu segundo término. De uma maneira que nem eu sei dizer, me reencontrei. Achei a força que havia dentro de mim, recuperei o que podia (e espero que não tenha sido tarde demais). E deixei meu coração solto pra viver o que ele tivesse que viver. Mas sem muito sucesso, apenas me concentrei em mim e agora estou diante de um futuro todo novo e incrível. E vamos ver no que vai dar. Espero acertar os passos. Não me empolgar antes do tempo. E achar o timbre certo, pra correr atrás do sucesso.
É uma fase de transição, pelo que acho.
Logo haverá uma nova. E bom, espero acompanhar o ritmo certo da dança das curvas da estrada.