Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Last Travel

Não sei.
Pra onde foi, se foi, se estava.
Esteve comigo, brevemente, e foi tão incrível quanto me pareceu pra você?
Creio que sim.
Houve algo, naquela noite, tão mágico quanto o som que nos embalava. O acaso foi o que nos uniu, também foi o que nos separou..
Eu nem saberia, senão pelo acaso, de teu sumiço!
E onde as viagens te levarem, espero que se lembre, amei-te!
E espero eu um dia, que o acaso me leve até você.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Pequena razão de ser

Por alguma razão este título me soa familiar. Mas acho que nunca postei nada com este título.
Não sei, aliás, que diabo há com meus títulos? Por vezes irônicos, por vezes poéticos.
Ou simplesmente um resumo do post, sucinto ou sem sentido.
Ah, tanto faz, é tão curioso quanto é frívolo pensar nos meus títulos.

Afinal, nós conseguimos enumerar em capítulos as fases da nossa vida? É mais do que infância, adolescência, juventude, maturidade, senilidade.
Sei lá, eu talvez pudesse fazer isso. Dizer cada pedaço com um título bonito ou que captasse a ideia central de cada fase. Mas é tão difícil captar tanta coisa em poucas palavras...
Já disse antes, não me cabe a alcunha de poeta...não que eu ache que me caiba.
Talvez as lembranças de uma vida possam ser resumidas por "In my life" dos Beatles ou "All my life" dos Foo Fighters. Ou quem sabe me encontro mais pra definições de "Exagerado" do Cazuza ou "Monte Castelo" da Legião Urbana. Existem muitas músicas pra cada trecho, se eu quiser resumir seria impossível.
Também depende do momento. Mesmo as mais ideais se revezam, afinal, nem tudo é flores.
E o que posso dizer quanto a graça dos títulos?
Ao menos aqui, no blog, não costumam ser o centro das atenções. Mas pra quem me conhece e é bom entendedor, captam alguma luz para si.
Se pra mim é difícil enumerar cada fase da vida, talvez no blog seja extremamente fácil fazê-lo. A profundidade é tão certa quanto a de minha própria vida, e talvez seja um começo pra saber contar minha história aos filhos e netos.
Se a cada dia há um título, talvez possa eu, agora, dar um nome a grandes períodos.

Primeira fase: "Soar dos primeiros acordes"

Corresponde ao começo, obviamente. Os 5 ou 6 primeiros posts, onde eu fiz uma apresentação nada convencional. E bem pra baixo, até. Não condiz bem com o que sou, de verdade, mas também eu não tinha percebido muita coisa sobre mim mesmo pra poder assumir a postura que tenho agora.

Segunda fase: "Coração vagabundo"

É provavelmente a mais longa. Começa quando eu fui me pegando apaixonado pela Taissa, que por essas alturas nem lembra que eu existo. O término dessa fase é quando eu finalmente me ajusto e paro de correr atrás, até me assentar com a Jenifer, minha primeira namorada.
O legal dessa fase acho que foi descobrir, aos poucos e claro, à duras penas, o meu próprio valor.
Também foi o meu primeiro surto de composição, e muitas das músicas que levo fé até hoje são dessa época.
Vale também o adendo, foi a fase de reforço das grandes amizades e aonde eu mais conheci amigos com os quais me dou bem até hoje. Aliás, os melhores, conheci todos nesta época.


Terceira fase:  "Retrocesso inesperado"

Esta se dá durante meu namoro com Jenifer. Se é que, de fato, posso ainda me referir assim ao que tivemos.  Um perrengue dos brabos, pra tudo que era lado. E eu ainda errava bastante também, não tinha a maturidade de ver isso. O que era pra ter sido o auge do minha valorização na verdade foi apenas o exagero do contrário. O término foi péssimo. Uma das fases mais tristes que tive, comigo mesmo.
Posso ser sincero, doeu muito mais terminar com a Jenifer do que com a Dominique, mais recentemente. E não tem comparação o quanto eu amei Dominique pelo que senti pela primeira. Domi foi algo imensamente maior.
A fase foi terrível, mas sempre com meus amigos por perto. De fato, a coisa também se enfeiou musicalmente e academicamente. Meu rendimento tava um pouco abaixo do usual em algumas matérias, e eu não escrevia uma música boa em tempos....
Isto durou cerca de 1, quase 2 meses.

Quarta fase: "Conquistas douradas"

Quase tão longa quanto a segunda fase, esta é provavelmente meu maior orgulho dos últimos anos. Claro, pode ser longa em duração de tempo mas nem de longe tão extensa quanto, vide que pra obter essas conquistas, eu postei beeeem menos do que de costume.
Tudo começa com o show do Paul McCartney, onde realizei um dos meus maiores sonhos. Era uma fase meio ruim também, mas esse show serviu pra me colocar aquele sorriso largo e sincero como nunca havia aparecido antes.
Claro, a tristeza voltou um pouco. Mas ao cabo de julho, no meu aniversário, eu não podia estar melhor.
Notas subindo a rodo na escola, me preparando pro ENEM, estava começando a ficar com Dominique, e tinha conhecido uma certa brisa.
E aí veio tudo numa montanha russa maravilhosa. Namoro firmado, um ENEM brilhante e o ingresso na tão sonhada faculdade. UFRJ- Engenharia Ambiental, com todos os méritos.
Conhecendo incríveis novos amigos que já deixam a sua marca, mas com uma saudade incontrolável dos antigos. E aliás, nada melhor que matar a saudade que uma formatura.
E que cerimônia épica. E profética. Cada foto me anunciava alguma coisa que eu nem fazia ideia de que viria.
Ou sou eu que apenas sou doido demais e enxergo fundo no que devia ser superficial.
O encerramento desta fase não podia ser outro que não o de chave de ouro, ou melhor, pena de ouro.
E o melhor disso tudo é que pra mim foi totalmente inesperado. Foi realmente uma condecoração pelo meu esforço. E acho que foi algo que eu nunca vou saber descrever completamente. Só posso ser grato.

Quinta fase: "Descendo a ladeira"

Se dá logo depois da cerimônia de pena de ouro. São poucas postagens, mas levam alguns meses.
Um ritmo cada vez menos de postagens acompanhou o ritmo cada vez menos de sorrisos, o desgaste do meu namoro e a minha reprovação em cálculo I. Minha auto estima foi lá pro poço, junto com o fato de que, desde o meio do ano anterior, eu não era capaz de escrever uma música que fosse. Essa seca criativa era um sinal claro de que as coisas não estavam me deixando feliz, e eu precisava ser forte pra encarar e buscar mudanças. Aos poucos, fui me ajeitando, e dando uma pequena reequilibrada, acabei é levando mais tombo. Daí, vi a triste realidade. Já não amava Dominique, e precisava pensar em mim mesmo. E aí sim, me ajeitar. A fase termina aí, no meu segundo término.
Visivelmente, a diferença de maturidade já é grande aqui. Lidei com facilidade, até. Claro, outras coisas influenciaram também. Mas eu estava mais forte, apesar de tanto problema.


Sexta fase: "Chegando a um novo timbre"

Começa, óbvio, pelo meu segundo término. De uma maneira que nem eu sei dizer, me reencontrei. Achei a força que havia dentro de mim, recuperei o que podia (e espero que não tenha sido tarde demais). E deixei meu coração solto pra viver o que ele tivesse que viver. Mas sem muito sucesso, apenas me concentrei em mim e agora estou diante de um futuro todo novo e incrível. E vamos ver no que vai dar. Espero acertar os passos. Não me empolgar antes do tempo. E achar o timbre certo, pra correr atrás do sucesso.
É uma fase de transição, pelo que acho.


Logo haverá uma nova. E bom, espero acompanhar o ritmo certo da dança das curvas da estrada.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Some lines

Pretendo dizer algo.
Me peguei hoje, ouvindo uma daquelas músicas boas viciantes alternativas que não estão na grande mídia.
E ouvindo a música, senti saudade.
Senti saudade de algo que nunca vi, nem senti, nem sei dizer como é.
Uma saudade como os versos finais de "Índios", da Legião.

"Quando descobri que é sempre só você 
Que me entende do início ao fim.
E é só você que tem 
A cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi"


Como é que é isso? O que há dentro de mim? Esta sensação estranha. Não sei dizer do que se trata.
Seria o futuro batendo na porta, mudanças chegando? Seria o diabo do vazio querendo sumir?

Ah, eu não sei. E talvez de fato, quero tanto saber quanto também não quero. Não sei dizer se prefiro descobrir as coisas na hora ou antes.
Geralmente, eu, na minha onda afobado, prefiro saber antes. Mas talvez, de uma forma estranhamente segura, eu me embalo até com sorrisos na dúvida de escolher esperar. E vai saber o que vem depois.
Talvez apenas eu deva me reter ao caminho traçado, que traço calmamente. Têm sido bom reencontrar a sinceridade do sorriso. O brilho dos olhos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dentre tormentas e calmarias

Demorou um tempinho.
Levou bastante porrada, bastante remendo.
Mas afinal, meu coração sossegou.
Não que não tenha lá quem ele queira, sempre há, isto é uma sina dos amantes eternos.
Mas agora ele resolveu sossegar e deixar acontecer. Melhor impossível, é o momento perfeito pra deixar as coisas acontecerem. Tenho tido tantas coisas pra resolver e ir tocando que não posso me dar ao luxo de parar na porta de ninguém fazendo sinal.
Posso até parar na porta, mas sem fazer esforço e até ignorando isso às vezes.
Até esquecendo que parei na porta só pra ela me dar um alento correndo atrás. Às vezes é bom ser perseguido também.
E eis também diante de uma grande oportunidade de aprendizado. Não darei detalhes agora.
Mas é sempre bom contar com a sorte.
Sigo tranquilo, no meu passo, sem tanta pressa de chegar. Apenas sabendo que vou.
E em cada passo, deixo pra trás o peso das escolhas. Vou deixar o vento soprar as folhas na direção do caminho. Preciso de um hobby tal qual esse, digno de filosofia de vida.
De fato, a única coisa que impede uma pessoa de chegar onde ela quer é ela mesma, né? Paremos pra pensar, todos nós sabemos como é o mundo. Somos nós que tomamos as escolhas erradas...
Aprendi a ficar sossegado? Não sei, só me sinto assim agora. Redescobrir a mim mesmo ou descobrir as outras pessoas de novas formas. Nada disso é de fácil definição, realização ou concepção.
Se posso dizer algo com certeza, é que sem dúvida o momento é de mais que uma simples (e só digo simples porque é fácil dizer a palavra) reflexão. Tem algo mais a ver com evolução, talvez. Transgredindo fases da vida, encontrando novas respostas e novas perguntas. E reencontrando os motivos.

sábado, 12 de janeiro de 2013

The words that I need to hear

Ultimamente tem sido aquela típica onda de azar que só se abate sobre mim, e daquela pior forma possível.
Dentre escolhas ruins, erros bobos e maus lençóis aleatórios, lá vou eu me apegando em pensar mais à frente do que as próprias consequências disso tudo poderiam querer chegar.
A típica hora que aquela solidão indestrutível vem bater à porta. Aquela, sabe. Fiz um post falando muito abertamente disso ultimamente, foi um dos meus melhores de todos, não tenho dúvidas.

Na verdade, nem foi tão abertamente. Quer dizer, quem tinha que entender aquilo, entendeu. Captou cada gota do pesar que é isso que sinto. Porque provavelmente sente igual.
Mas abertamente, falar disso, é extremamente complicado. Tarefa árdua.

Como é que eu posso descrever? Existe um quê de melancólico dentro de mim.
Não é algo que suplanta minhas alegrias, mas em dados momentos pode até me fazer menosprezá-las. Tamanha é esta dor.
Às vezes você passa pela vida buscando mais que um sentido de vida. E posso dizer isso porque, o sentido, eu já achei faz tempo.
O sentido pra mim sempre foi ser o melhor que eu pudesse ser. Deixar uma marca, a melhor possível - fosse uma lição, um sentimento, um valor, uma lembrança - em todos aqueles que me importam, importaram e vão importar. E tenho vivido desta forma, sempre dando o meu máximo a mim, e a todos a meu redor.
Não é fácil, claro.
Mas, vide as últimas falhas, realmente me pego enclausurado com a questão da solidão maior. Porque, de fato, eu não deixei de continuar dando o meu melhor. E quando isso não é suficiente (como não vem sendo por agora), eu sempre acaba descobrindo uma nova forma de melhorar.
E não vejo outra explicação pra desta vez eu não me sentir tão otimista. Quer dizer, ainda tenho cá meu otimismo esperançoso como sempre. Mas agora, talvez como nunca antes, essa solidão pesa doída em meu peito, na minha alma.

Por sorte, a vida me agraciou com os melhores amigos possíveis. E são muitos, pois eis-me que nunca tive medo de me aventurar pelos acasos. Mais que amenizar a dor, são capazes de me fazer esquecê-la e dar os sorrisos mais sinceros que eu poderia dar nesta vida. Sou tão grato a cada um deles que, não pode caber menos aqui do que dizer que sem eles eu teria morrido, sido outra pessoa completamente diferente. E muito mais amargo, sem dúvida. Adocicaram minha vida (mas sem a breguice de Beto Barbosa..) e me ensinaram o significado de ser feliz, e também o quanto era bom eu ser eu mesmo.
Porém, ainda, há sorrisos que eu preciso dar. E que, eu acho que nunca dei. Também não posso dizer quantos amigos já deram, aliás, farei A pergunta.

Quantos de vocês já deram o sorriso definitivo de suas vidas, com o coração parado de tanta emoção, de frente pra pessoa mais incrível que a sua vida terá o prazer de colocar na sua frente?


Sei que tudo isso soa muito meloso e iludido, infantil. Mas, tenho como certo que, não importa quantos amores tenhamos pela vida. Um deles, ao menos, foi aquele que mudou tudo, e que se deu errado foi o maior erro que poderíamos ter cometido.
Mas eu nunca senti isso.
Sempre quis, sentir. De verdade, cara a cara, e não separado por telas e quilômetros.

Ouvir alguém dizer que me ama, e isso não perder a graça pelas mil vezes que eu ouvir depois. Mas apenas da boca dessa pessoa....
Elogios, porque não me canso de fazê-los como o hábito certo. Não que meu ego seja grande, mas eu me sinto feliz sendo apreciado, sabem? Eu nunca espero elogios não porque não deseje, mas nunca fui acostumado a ouvi-los. Os verdadeiros elogios, eu raramente escutei na vida. Então só pra variar, ficaria feliz...
Receber um carinho, uma palavra amiga pras horas difíceis onde nem os amigos que tanto prezo poderiam me fazer sentir 100%. Eles sempre me deixam 90%. Os melhores, 99%.

Mas esse 1% que falta é vital.

Aquele aconchego, romance. Sou romântico assim, sim! Estão cansados de ouvir minhas proezas apaixonadas. Só quero poder vivê-las na plenitude do que meu coração as imagina, e não nesta triste realidade de não fazê-las, e quando fazer, achar a parede como resultado.

E sabem, o ruim desta minha fase é que, as últimas pessoas que me fizeram apaixonar, eu tive vislumbres reais de que sentiria isso caso ocorresse de eu conseguir a honra do amor.
E eu já estou nessa onda de novo, por alguém que eu mal comecei a conhecer e que eu mal poderei encontrar por agora.....Tentei com todas as minhas forças não me deixar levar por isso, mas foi mais forte, novamente.
Pior! Meu vislumbre é fatal agora! A força com que me deixo levar por essa menina, oh céus...
Não quero pensar nisso. É tão ridículo que procuro pensar em outras pessoas, paixões recentes ou antigas, qualquer coisa vale pra não focar o pensamento na menina. E nada funciona.
Cá estou eu, pensando. Nela, sim.

Ah, como eu queria ouvir. E me pego querendo ouvir sempre.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Tilintar dos copos vazios

Sim, estou um tanto quanto poético.
Bom, a minha rotina voltou, e eu vou me encaminhando pra continuar me matando de estudar em busca de notas boas ou regulares. Enfim, apenas passar nas matérias. E já mal volto já vou me martirizar. Por uma questão que eu resolvi trocar a alternativa estou entre a vida e a morte pra passar ou repetir mais outra matéria. E vou ficar muito deprimido se isso acontecer, depois de tanto esforço, fora o azar que é acumular provas atrás de provas. Mas não vamos pensar nisso agora, não é com isso que vim pensar...

Deparei me novamente com aquela fugacidade da vida. Não sei bem o que foi que me motivou a notar essas situações.
Mas, como é quase de praxe comigo, reparei. Na velocidade das coisas, dos acontecimentos.


Amigos, o que é que nos separa, de fato, das bactérias?
Pensem bem. Qual é a grande diferença?
Vou ser mais polêmico, se assim posso dizer.
Qual é a nossa diferença pros vírus?
Claro, um biólogo ou microbiólogo e gente que trabalha nessa área vai dizer: ah mas não tem comparação, estruturalmente falando, fora o fato que nossas células são eucariontes bla bla bla.
Não é nesse aspecto que me refiro. Mas, pensemos um pouco mais a fundo. No padrão de existência.
Citando um pouco de Matrix, nós humanos somos como os vírus. Chegamos a um novo ambiente, usufruímos dele ao máximo para satisfazer apenas as nossas necessidades (essenciais ou não), enquanto nos reproduzimos e apenas aumentamos o ritmo de consumo. Até se esgotar e termos que nos deslocar até outro ambiente com novos recursos, e nele tomamos pra nós a posse de quaisquer recursos não importa se havia outros usufruindo dos mesmos. E mesmo que também sejam humanos.
Sim, é cruel assim e todos sabem. Porém, não vim aqui pra ser tão cruel.
Pensem, sabe. Vide tal semelhança terrível, onde está a diferença no padrão?
Bom, acho que a primeira vem no fato que vírus não desenvolvem remédios contra suas ações. Nós, surpreendentemente, sim!
O ser humano é desprezível, mas surpreendente. Pra este universo tão vasto, tão dinâmico e complexo, somos como vírus insignificantes. Até mesmo pro planeta. Aquecimento global, poluição, tudo isso é uma merda sem precedentes, sem dúvida, e sou um ativista das causas ambientais consciente da minha responsabilidade para com o futuro. Mas, pro planeta, isso é um arranhão. Vamos todos morrer, deixar de existir, vão se desenvolver as baratas cascudas voadoras com veneno de 5 metros de altura e vão dominar as cadeias tróficas, e tudo o mais de besteira que se possa imaginar. Mas os problemas que plantamos, seguindo a lei fria da vida e da existência (e só digo fria porque ela não privilegia ninguém, embora possa ser muito legal se você saber como levar a vida), só afetam a nós mesmos. O nosso tempo. Fadado ao fim independente do que façamos.


E não entendam isto da forma errada. É justamente neste ponto que o ser humano se torna fantástico.
Não é porque o fim é certo, que não se pode melhorar o que se tem agora.
A certeza do fim é tão certa como o fato de que ele deve demorar ainda.
E que tal adiá-lo mais?
Por onde mais se possa adiar. Do jeito que precisar.
A vida pode ser bem melhor, é algo que a gente acabou descobrindo. É uma descoberta maior do que o remédio pras nossas besteiras.
Afinal, parem por um instante e pensem. Vocês acham que não sabem lidar com a morte?
É o que mais fazemos, o tempo todo, e nem nos damos conta.
A morte acontece aos bilhões em escala nanoscópica em questão de segundos. Claro, isso é algo que não nos damos conta. Mas, todos sabemos que vamos morrer.
E vemos até entes queridos morrerem, amigos perderem entes queridos. A morte dá seu bafo quente em cada jornal, em cada manchete.
E por quê, ainda assim, mal ou bem, caminhamos?

O ser humano é fantástico porque ele encara a morte como certa, e ainda assim, caminha com cada pedaço de seu ser na direção dela motivado.
Ao menos, temos esta capacidade. Sei que nem todos usufruem, por infinitas condições que nos privam disso.
Mas no geral é assim, e é muito bonito.
Cada um com seu motivo, caminhando feliz.
A vida, de fato, talvez não seja uma estrada. Mas um bar, onde você senta com seus amigos, família e amor.
Nele, o garçom veste preto e traz as bebidas numa bandeja lustrada de ouro e sangue. Sua foice está guardada, esperando apenas a hora de trancar todos nós por ali.
E bebemos dos copos vazios. As bebidas trazidas pelo garçom, não existem. Somos nós que, por alguma embriaguez do sentimento de viver, enxergamos líquidos, cores, sentimos cheiros suaves e sabores intensos.
Brindamos com os copos vazios, cheios de histórias pra contar.
E que venha o resto da vida.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Novos acordes

Assento-me hoje, prestes ao retorno da minha rotina, com novos acordes.
É bem verdade que não hei de ter tanto tempo como antes. Para mim, para a música, para o coração.
Botei o violão e a guitarra em ordem. Afinados, afinal. Foi bom tocar guitarra esses dias. Sentir o peso do som, vibrando em cada onda que se espalha pelo ar e abala os vidros e tímpanos alheios. E não ligo, feliz que fico. Ademais, ouvir tanta merda nas redondezas requer medidas de contra ataque.
E creio com sinceridade que, desta vez, as coisas vão se encaminhar pra mim em termos musicais.
Meu repertório nunca esteve tão forte, estou confiante. E com as férias que ainda vão se encaminhar em março, acredito que vou conseguir realizar meu pequeno sonho de gravar um CD.
Se a partir daí vier altos ou baixos, é outra história. Mas necessito fazê-lo.

E bom, a semana em si já promete. Liberdade a ser usufruída, muita coisa a aproveitar.
Mas não pago de vagabundo, andei estudando alguma coisa. Não tanto quanto queria. Mas acho que é o que se pode esperar, depois de tantos feriados, furacões emocionais e tudo mais que podia acontecer.
Besides, não me sinto mal. Cabelo cortado ao estilo Elvis (claro que eu não fico bonito feito o rei pras mulheres, mas vale a homenagem), um pouquinho mais em forma devido a alguns exercícios. E por aí vamos.
Mas também não ando só pensando nisso. Quer dizer, bem sabem todos que meu jeito 'casual vamos ao ataque no mulherio' não é bem o meu jeito de ser, e quando eu tento não dá certo de jeito maneira.
De fato, preciso do incentivo apaixonado pra, de fato, ser eu e saber o que fazer. Também me é mais fácil lidar com as falhas nestes casos, mesmo as mais tristes.
Mas o coração, pra variar...

Depois de tanto embolo e tanta ensaboada nas escapadas dessa brisa que sopra...
Apenas me dou ao luxo de mostrar a porta aberta enquanto o vento das estradas não fecha.
E claro, ainda me encontro por vezes atravessando a porta no lado oposto, querendo chamá-la abrindo as janelas.
Mas sei lá, eu ando com minhas pernas pela inércia de andar. O sorriso discreto, a vontade de chegar lá.
E assim vou.

De forma sincera, quero reencontrar outro lado da minha essência que caminha ao lado do lobo. Não é o menino. Quero poder reencontrar, do alto da minha felicidade do fundo de meu coração, o leão orgulhoso que anda bem nas pradarias. Que não escolhe qualquer presa, mas as que valem a caçada. Que ruge forte sem temer a morte. Este lado meu está perdido e quero encontrá-lo.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Peço ao vento que me pouse

Quem me dera, pudesse eu, ser cego a tua presença!
Quem me dera, mais ainda, surdo às tuas súplicas!
Que se espalham pelo vento, endereçadas a um alguém que se perdeu entre as derradeiras curvas da estrada. E eu, perdido também no meio destas, acabo por encontrá-las.
Do teu selo de lágrimas, do teu envelope de saudade, de tudo que vejo não há nada que não me toque.
O nome daquele alguém, não o meu, escrito com tanta dor quanto o amor que te confina.
Mas o que mais me toca é o fato de eu ter visto a mensagem! Pudera eu, ser surdo e cego à ti. E mudo pra não dizer-te o que anseio.
Choro, chorei. Ao ler tua carta ao vento, chorei e vou chorar sempre que em mim a lembrança aprouver de aparecer. E há, sim, de acontecê-lo, vide que não consigo querer me esquecer do que sinto por ti.


Se queres a verdade, escuta: entendo.
Entendo você. Em tudo, cada palavra.


Pensava eu ser o único, mas vejo você e me deparo com a verdade: há alguém que eu posso entender.
E saiba por que entendo.
E talvez sabe, já.
Acostumei-me a solidão que te aflige no fundo de teu peito.
É uma solidão dolorosa, pois por mais pessoas que nos cruzem o caminho, dentre amores e amigos, nenhuma preenche aquele vazio.
O vazio dos que se perderam nas curvas da estrada.
E digo mais: não sei se teve mais sorte ou azar do que eu tive. Fui e sou um lobo solitário que jamais preencheu este vazio. Você, que amo, o conseguiu. Mas talvez a dor de voltar à ele seja muito grande pra se aceitar.
Então não me contenho diante de ti, não mais. Escute, ainda há muito a se dizer.
Não sei se por força do destino ou por semelhança, já me vinham as alcunhas de ultrarromântico. Não posso me dizer poeta, e não quero tirar dos que merecem este título o devido brilho. Não quero manchar-lhes com meu sangue e minhas lágrimas.
E sim, sangue, porque a face enrubescida só me denuncia o amor que tenho.
E é a dor da solidão que falo que nos mata. Esta tristeza, esta sina.
Eu bem te disse, não foi? És uma loba também. Senti tua doçura, mas senti tua dor. E nem sabia.
Queria ser surdo. Não te ouvir nestes instantes!
Não lembrar de mim mesmo. Não achar o que acho.
Acho.
E com gosto, o que me irrita talvez. Não sei dizer.
Todos os sentimentos que absorvo. São o que me fazem assim, este louco exagerado que cruzou o seu caminho. E dentro de mim também reside um menino.
De fato, há diferenças. Meu menino tem lá seus cabelos bagunçados, castanho escuros. Os olhos verdes que buscam a janela das almas dos outros. Costumava ser cabisbaixo. E vivia também ele, no quarto escuro e desarrumado.
Mas com o tempo, o menino me fez lobo, e montou no meu dorso baseado na própria urgência. Acelerou-me pra vida, abandonei meu quarto.
Com as roupas rasgadas e sujas do tempo, o menino aprendeu a ser um pouco feliz.
Mas a solidão que atravessa as paredes do teu quarto, da sua menina, o meu menino carregou no dorso de mim, lobo destas estradas.
Jamais o peso deixou de ser o mesmo. Apenas, houve sorrisos, e bons sorrisos.
Talvez por isso, talvez. Talvez por isso queira eu entrar no seu quarto. Deixar as crianças conversarem. Dar mais brilho ao teu vestido de borboletas, quem sabe fazê-las voar. E arrumar o menino, tão desengonçado.
Entendo a tua dor, queria eu ser poeta.
Posso ser seu poeta, se me deixar.
Se eu mesmo me convenci de tal loucura, talvez eu possa te fazer acreditar de novo.