Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Correndo das loucas

Batem à porta.

Ele sai de seu sofá, calmamente, após um café bem tomado que já sucedia uma noite muito bem dormida. Estava de bom humor. Não podia não estar.

"Oi, quem é?"
"É ELE!" - dispara uma mulher claramente exaltada, apontando pro dono da casa. 

Um policial força a entrada e o prende na parede. Apesar da força do agente da lei, o acusado consegue escorregar pra dentro, e com os braços levantados argumenta:

"Eu o quê? Quê que eu fiz?"
"VOCÊ QUE ME CANTOU NA FRENTE DO MEU NAMORADO!! ASSÉDIO!"
"EU? EU NEM TE CONHEÇO DONA!"
"Menos papo e mais xilindró rapaz. Ela é minha amiga e você fez merda."
"Como assim? Eu não conheço essa doida."
"ASSÉDIO MORAL AGORA TAMBÉM?"
"Cala a boca seu abusado, eu tô armado."
"HEY HEY HEY, QUE ISSO? Você nem sequer tem um mandato, cara! E isso sequer foi flagrante. E novamente: NEM ACONTECEU!"
"Mandato o caralho, pode vir pro camburão."
"Vou ligar pro meu advogado. Amigo do delegado daqui, seu superior. Pode ser?"

O policial dá pra trás um segundo. A acusadora, ainda berrando, fica histérica com a indecisão:

"FOI ELE! EU TÔ DIZENDO!"
"Você tem certeza que foi ele?"
"SIM! ELE FOI IDIOTA O SUFICIENTE DE ME DAR RECADINHO COM ENDEREÇO!"
"Ahhhhh rapaz, que mole foi esse, hein?"
"Deixa eu ver isso."
"NÃO! É A VERDADE! JÁ ERA!"
"Calma. Ele pode ver. Não vai mudar nada mesmo."

O policial estende o cartão, com um sorriso no rosto. O acusado lê e retruca:

"É a casa do lado."
"QUÊ?"
"Tá surda de tanto gritar? É a casa do lado. O número é o mesmo porque isso era uma casa só. Foi dividida tempos atrás e ninguém mudou os números no registro. Eu ia pendurar hoje uma placa pra diferenciar, tava até pra começar agora a fazer a placa e.."
"Peraí, SÉRIO?"
"É parceiro."
"MAS EU SEI QUE FOI ELE. EU VI!!"
"Você devia estar bêbada. Eu nunca te vi."
"MAS ERA VOCÊ, ESTAVA NO BAR ONTEM!"
"Eu não fui em bar nenhum e você pode perguntar pra minha namorada que está ali dormindo no quarto. Ou estava, né. Mas já que você estava num bar, deve ter ido com 2 amigos além do namorado né."
"COMO É?"
"Chapou e Muito, teus amigos po."
"Já deu piadista. Estamos indo."
"Já deu uma conversa. E essa entrada criminosa na minha casa? E essa acusação?"
"Não força a barra. Fosse no morro você já tava quebrando na mala."

Silêncio forte na consciência. O policial vai bater na casa ao lado, com a moça exaltada tentando lembrar se havia bebido demais. Já ele, senta de volta ao sofá. A namorada havia acordado, mas não prestara atenção em nada. Ele abriu um vinho e começou a contar.
Riram muito. Mais ainda porque ele esqueceu de avisar ao policial que a casa do lado havia sido transformada num salão de beleza. O provável abusado real culpado do assédio não devia ser nada mais que o cabeleireiro da moça, e isso seria um barraco engraçado de assistir.

Poucas horas depois, ele resolve sair. Devia fazer umas compras, e procurar também alguma ideia pra comprar presentes de Natal. Já era tempo disso. 
Gosta de pegar ônibus, se interessa pelos tipos humanos que aparecem e interagem. Já pela volta, olha pela janela do ônibus e nota as pessoas subindo no seu. 
Uma delas era a ex.

"É HOJE QUE ME MATAM!"- pensou, pois a ex não era uma pessoa equilibrada em sua memória. E o término havia sido bem traumático e nada digno. Baixou a cabeça na vã esperança de que não fosse reconhecido. Surpreendentemente, funcionou.
Só que ela se sentou exatamente no banco em frente ao dele. Parecia brincadeira do destino. A julgar pelo histórico, bem possível. 
Pensou em estratégias de como se manter despercebido. Nada veio à mente. O nervosismo era justificado: ela vinha de família de militares e era bem explosiva. O último encontro, também um acaso inesperado e indesejado, havia deixado claro que ela o queria morto.
Começou a rir, de tanto nervosismo. Era uma situação ridícula. Tampou a boca com força, com medo das risadas serem escutadas. Se safou novamente.
Ela levanta e finalmente o vê. Desce em disparada, claramente irritada. Ele segura o riso. Já na rua, a menina quase atropela os outros passantes. E aí ele cai na gargalhada. E não consegue parar: ela esqueceu o guarda-chuva no banco do ônibus. 

Ele retorna, ainda bem humorado, mas um tanto quanto preocupado. O absurdo resolveu voltar a aparecer como constante. "Logo agora?" É, tempos difíceis já apontavam nas notícias, no clima, no país. Lidar com isso parece até fácil, se a sorte ajudar.

Sentou novamente no sofá. A namorada, na preguiça angelical que lhe é típica, voltara a dormir. Ele olha, sorrindo. A sorte já havia ajudado. Cabia a ele ser grato e encarar o que viesse.



Baseado em fatos reais.




sábado, 31 de outubro de 2015

Efêmero

Ah, a vida é engraçada.
Sento eu no meu tédio, sem ideias do que fazer para um sábado a noite.


De repente me pego pensando em velhas amizades. Mas amizades que se esvaíram.
Será que é assim mesmo?


Será que eu realmente devo me sentir indiferente as atitudes e problemas de gente que por vezes defendi e estimei?
Engraçado, não vejo indicações do contrário. Esperava algum sinal socialmente aceitável. Talvez não seja assim que funcione.


Talvez só exista permissão pra esquecer quando isso é de comum acordo. E explícito. Talvez esquecer gente que importou seja doloroso demais para ser anunciado. Como o desapego de brinquedos velhos. Às vezes é melhor perdê-los por acaso e sem intenção do que tentar criar coragem de jogar fora algo que pareça bom ainda que não o seja mais.


Nem todo mundo nos faz bem pra sempre. Às vezes, mesmo uma amizade é fase.
É uma lástima que o seja.


Mas, e aí? De nada adianta espernear. Certos caminhos, por mais paralelos e próximos que andem, não aproximam de verdade seus viajantes.
Só se pode seguir.

domingo, 4 de outubro de 2015

O mal da solidão alheia

"Cuidado! Vai devagar. Espera pra ter certeza. Daqui a um tempo tira do pedestal. Nunca se sabe o amanhã."
Já deu pra mim de ouvir essas coisas.


Em um tempo em que, prudentemente (ou não) somos encorajados a ser sempre emocionalmente cautelosos, eu ainda cedo me afirmei como um romântico inconsequente. Obviamente isso me levou a algumas situações indesejadas e desnecessárias. Mas não diminuiu meu apreço pelas paixões e amores cabíveis no coração, justo o oposto: Fez-me valorizar quando aconteciam e quando eu deveria de fato investir para que seguissem vivas.


A princípio, os cautelosos avisavam. Com o tempo, entretanto, percebi que muitos não falavam mais pela cautela, mas por inveja reprimida: Ser feliz é pecado pra quem não sabe.
Simples e de fácil percepção para quem busca analisar. Pode ver, caro leitor. Quantas pessoas ao seu redor não pagam de conselheiras gratuitas em situações nas quais jamais tiveram sucesso absoluto? Por quantas vezes, pagando de sábios experientes, retiraram o seu prazer de viver um momento novo e genuíno pelo medo de coisas que eles atraíram e você sequer queria pensar?


Vampiro emocional não é lenda. Tem gente que não toca pra frente e fica preocupada se te ver tocando. Mesmo que a pessoa torça por você, há algo nela que não suporta a felicidade espontânea, principalmente se for em algo que ela não vem se dando bem. Diminuir os outros para satisfazer o mínimo de um ego inflado sem conquistas que lhe abastem.


E estão por toda a parte. Família, amigos, e onde mais se imaginar. Muitas vezes agem sem perceber essa atitude, e daí ficam atônitos ao receberem as devidas respostas e reações. A pior parte é quando logram êxito. Quantos amores foram encurtados pela negatividade implantada por terceiros na visão de um parceiro para com o outro?


Ser feliz não significa que não se possa ver defeitos e problemas. Nem que não se esteja preparado para os mesmos. Ser feliz significa viver as coisas boas por mais tempo quanto possível. E ainda, se der, lembrá-las face os problemas para não se perder o rumo.


O mundo não gosta de mochileiros, inventores, questionadores, e principalmente casais apaixonados que são sinceros e otimistas. O mundo quer que o amanhã seja um monstro terrível.


O mundo que se foda.





terça-feira, 25 de agosto de 2015

Nós e os nós

Segura firme, cruza. Passa um por dentro.
Puxa. 
Faz o laço, puxa. 
De novo. Dá ainda?
Sim, dá. De novo.

Meio que involuntariamente, fui amarrando os meus sapatos. Minto, eu plantei razões para a saída. Objetivos grandes ou pontuais, coletivos ou meus, eu havia plantado um monte deles.
E agora estou aqui, amarrando os sapatos. Cheio de nós entre os dedos.

Nó sobre nó. Ironicamente, o objetivo aqui não é manter o cadarço devidamente contido. Justo o oposto, quero que ele desate na estrada. Nó por nó. 

De fato tem sido algo bem cansativo. Na teoria, era pra eu estar descansando e curtindo as glórias conquistadas - que pra toda uma vida, são recentes - com tanto suor. Mas é engraçado como simplesmente não dá pra ficar parado.

Estou tentando compensar. Dar-me o ócio merecido em alguns momentos, nem que seja somente ao sentar num banco qualquer em uma praça. Pensando em tudo, mas sem pressa de conclusão. E se possível, tendo a alegria de constatar que um nó desatou. "Menos um" - eu pensarei. 

E aí, quando eu poderia continuar ali fitando o horizonte sem hora pra voltar, eu faço o seguinte:

Seguro firme e cruzo. Enfio um por dentro. Puxo. Faço o laço. Puxo de novo. 
Outro nó. Outro bendito nó.
E se der, faço mais outras vezes. 

É que eu não sei viver sem motivo. Eu não sei limitar o que posso fazer. 
Então quando você me pegar cansado, saiba que é só o tempo de eu recarregar pra caminhada. 
É que pra ter nós, precisei de muitos nós. E pra manter, vou precisar de outros tantos, como já preciso só pra mim.
Mas esses você me ajude a desatar. 

De resto, quando eu puder me dizer enfim, pleno, apenas vou puxar firme no centro. 
Desatar.

sábado, 18 de julho de 2015

Funny memories

Tinha acabado de postar, e diga-se de passagem: postar exprimindo aquela velha impaciência. 
É, é algo meu, não tem jeito, por mais que o tempo passe e eu aprenda a me conter para saber como lidar com tudo, ela sempre consegue se fazer escutar em determinados momentos.

O engraçado é que após isso, fiquei revendo alguns posts aqui do blog, das antigas. 
Nem me ative em ler, eu apenas folheava a lista de postagens. E lembrava o conteúdo ao lembrar do título. Acabei me surpreendendo por ter essa capacidade, ainda. 

A boa memória é um trunfo de grande potencial, às vezes você não sabe o quanto isso é importante. Mais do que o velho clichê de aprender com o passado. 
É, está além disso. Tem um quê de respostas prontas, e de projeções interessantes. 

Faz muito tempo que eu não cito nomes por aqui. Aprendi a não citar. Ao menos, quando isso pudesse causar danos. Mas hoje eu vejo que, se eu quiser vir aqui e começar a falar da Ana, da Taissa ou da Dominique, ninguém vai dar uma foda. O que diabos eu não falei ainda delas? O que eu não detonei, expus ou mesmo imaginei sobre elas em todas as minhas histórias?

Mas não é esse meu ponto, deixa eu me ater sobre o que quero. Isso era errado. Seriamente errado. Escrevi um livro com minhas memórias, e honestamente penso em trocar muitos nomes antes de publicá-lo. O livro em si é algo a parte, porque no livro mesmo a grande graça está em como eu me avalio, anos e anos depois das minhas peripécias.
E esse é o meu ponto. Eu vejo as minhas peripécias, hoje. 

Quer dizer, nem é de hoje. De algum tempo. Eu acho que sempre fui um sujeito que aprende rápido. Só que eu me iludia rápido também, e aí era como se esquecesse tudo. Daí tantas reincidências, por assim dizer..

Voltando; eu vejo o que fiz, então eu sei onde errei. Mais que isso, eu sei onde eu posso errar e me vigiei com constância para que, na fase em que estou, eu não me sabotasse de tal maneira novamente. Bastou ficar relembrando algumas velhas histórias, e putz, me vi um tanto quanto ridículo meia hora atrás. Era só jogar alguma coisa, beber água, botar os pés pra cima no sofá....Tantas opções! O stress é sem dúvida um vírus, nível gripe, que uma vez que te pega ele tem mania de voltar. E te induz ao erro, porque afeta seu julgamento.

Aprendi a dar risada das minhas histórias. Acho que fez toda a diferença. Minha ânsia pelo futuro é boba: em pensar no que eu era apenas 5 anos atrás, jamais pensaria possível eu me tornar o que sou. E eu me queixava do azar: eu era a própria causa. 

Não posso me fazer de vítima, tampouco posso tentar me responsabilizar pelo que não me cabe resolver ainda. Tudo é como deve ser, e a julgar pelo histórico, só vai melhorar.

E eu me preocupando de graça..




(Des)Conforto

Engraçado.
Não venho tendo muitos motivos para reclamar, tirando o de sempre.

É, o de sempre.

Aquelas velhas limitações, aquelas situações com que aprendi a conviver.
A vida me fez mais paciente, mais resistente e resiliente. Adaptável, essa é a palavra.
Aprendi a jogar o jogo, mesmo que ele mude as regras com relevada frequência e ocorrência imprevisível. 
Mas, decerto, isso me incomoda um pouco. Não, talvez nem isso. 

Essa é uma reclamação que talvez eu não possa fazer: me queixar do básico. Daquilo que todos nós, em mínimas condições de sobrevivência, somos obrigados a aturar.
Sei lá, parentes inconvenientes, colegas apáticos, sociedade atrasada. Todo mundo tem que aturar isso. Tem gente que inclusive, sofreu e sofre muito mais em função dessas variáveis do que eu jamais sofrerei em vida. Não é desmerecer minhas mágoas, é só não enxergá-las com um complexo de auto-piedade exagerado, um vitimismo perigoso e conveniente pra quem quiser sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar (não pude resistir). 

Mas se a vida me fez paciente, de natureza sou impaciente. Resistente e resiliente, mas sem saco algum. Eu aprendi a segurar a onda, a ter calma, não nasci sabendo. E justo o contrário, no meu instinto mais primordial eu tenho vontade é de sair dando voadora. 
E a vida no momento, tão boa como tem sido, ainda não está o 100% que eu quero. 
Provavelmente é o 100% que eu posso, que me é possível para o momento. 

Cara, como isso é irritante. Profundamente irritante, enlouquecedor. 
É óbvio que eu não vou dar um ataque de garoto mimado. Mas irrita ficar esperando calmamente pela hora certa para o grande salto, a grande escapada.

É o mal da vida antes agitada e caótica. Te coloca inquieto, ligeiramente incapaz de aproveitar a calmaria. Na verdade eu a tenho aproveitado muito bem, até. Mas tá entrando aí nessa conta também a minha impaciência, e o meu pouco perfeccionismo. Quero que fique logo perfeito, que eu não consiga encontrar nada pra reclamar. Nem mesmo o básico.

Devaneio idiota, sem dúvida. Sempre vai ter algum problema. Eu não sei, entretanto, se eu gosto de achar defeitos pra consertar, ou se vou aprender a relevar 100%, mais do que faço. 

Preciso voltar a caminhar. Clarear a mente, organizar as ideias. Deixar fluir.


domingo, 17 de maio de 2015

By the waves

Deitado.

Não exausto nem dormindo. Apenas seguindo o fluxo e evitando cansaço desnecessário.
Como quem navega em águas violentas, e mediante a calmaria, apenas iça a vela e recolhe os remos.
Não há porquê me preocupar com a direção a que eu seja tragado. O barco aguentou toda chuva de eras passadas. Aguentará as ainda vindouras. Eu, marinheiro, já experiente da rota e sem pressa de chegar. 

Assim tem sido. A vida clareou as direções, feito uma bússola. Os trechos traiçoeiros já não assustam, por mais duradouros que sejam. Pra cada tripulante perdido no caminho, sempre um mais disposto e mais eficiente se junta à jornada. Os que param pelos portos do mundo afora sempre mandam notícias:

"Avante, capitão! Desbravai o mar!"

Sigo viagem, pelas ondas. Guardo energias, só há calmaria. E será mais calmaria ao chegar na terra. O tesouro já tenho comigo. De histórias, lembranças, conquistas e amor, hoje eu sou rico.

E há de ser dourado o mar, chegando eu à terra prometida, ao raiar do Sol no horizonte. 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Para minha namorada que ainda não aprendeu sobre o cinema da Marvel

Linha do tempo Universo 616 (quadrinhos trabalham com multiverso, o universo cinematográfico recebeu o número 616) da Marvel 

1940 e tantos: Explode a segunda guerra mundial. Dentro dos comandos nazistas, uma organização secreta chamada HYDRA se forma sob a liderança do Caveira Vermelha, um comandante que acredita em lendas nórdicas e encontra um artefato que remete a essas lendas. Um cubo, pra ser exato, chamado de Tesseract. Esse cubo fornece energia suficiente para montar um exército, e a HYDRA cria avanços tecnológicos ABSURDOS movidos pela energia do Cubo e se aproveitando da mesma. A HYDRA avança e toma controle da Alemanha debaixo do nariz de Hitler, e começa a vencer a guerra por conta própria. 

Paralelamente, em Detroit, Steve Rodgers se alista no exército para a guerra junto com seu amigo Bucky Barnes. Rodgers é magro demais mas insiste em servir e é alocado para o projeto SUPER SOLDADO: uma fórmula desenvolvida por um cientista alemão dissidente, com auxílio tecnológico de Robert STARK, capaz de levar o corpo humano ao máximo impensável. Rodgers se submete ao programa, e sobrevive, renascendo com um corpo de força, velocidade e resistência sobre humanas. Nasce o Capitão América, que vai pra guerra com Bucky Barnes e Peggy Carter, sua paixãozinha.  Ao longo da guerra, Barnes é dado como morto, e o Capitão se sacrifica para deter o Caveira Vermelha (preso pela energia transdimensional do Cubo, revelando a capacidade dele de abrir buracos no espaço), se jogando no gelo. 


1945: Fim da guerra, nasce a SHIELD, organização secreta americana com claro posicionamento de enfrentamento da HYDRA.


1970 e tantos: uma cópia mal feita do soro do SUPERSOLDADO é injetada por um cientista em seu próprio filho ainda criança, o menino Bruce Banner de apenas 3 anos.

1980 e tantos: Peter Quill, de apenas 6 anos, é abduzido por uma nave alienígena, poucos minutos depois do falecimento de sua mãe, vista como louca pelos familiares. O pai está desaparecido.


2004: Bruce Banner, crescido, é um cientista genial e especialista em RADIAÇÃO GAMA. Num acidente de laboratório, ao salvar seus colegas, acaba sendo exposto à radiação. Isso causa um efeito corruptivo no soro do SUPERSOLDADO em seu sangue, levando Banner a se transformar em um ser gigante de força imensurável e quase invulnerável conhecido como Hulk. O exército americano se coloca em sua caça, sem sucesso.


2007: Tony Stark, herdeiro do império construído pelo pai, é um arrogante e genial inventor. Sua indústria é a principal fabricadora de armas do mundo, e maior fornecedora do exército americano. Ao fazer uma demonstração no Oriente Médio, Stark é alvo de um ataque terrorista e capturado. Um estilhaço atinge seu coração e é mantido longe de causar o pior por um ímã construído por seu parceiro de cela. No cativeiro, Stark percebe que seu império está sendo usado para fomentar a violência, e não contê-la, e do ferro velho constrói um protótipo de uma arma capaz de fazê-lo o ator principal no combate efetivo à violência correta. Ao escapar e retornar, ele muda completamente o rumo de sua empresa e investe todo seu tempo em terminar e aperfeiçoar seu projeto. 

Seu antigo tutor e segunda cabeça da empresa, mandante do atentado e responsável pelo lucro de guerra fomentada, tenta assassiná-lo mais uma vez e copia seus protótipos. Num combate ao alcance de qualquer vista, Stark vence seu conspirador. Contatado pela SHIELD, representada pelo persistente agente Coulson, para se ocultar do público, Stark bica o balde e assume para a imprensa em coletiva: "Eu sou o Homem de Ferro".


2007~2008: De forma quase paralela ao surgimento do Homem de Ferro, o Hulk continua sendo caçado pelo exército americano. É descoberto no Brasil. A caçada piora quando um grupo radical do exército resolve tentar combater o Hulk com o mesmo remédio, criando o Abominável. As coisas fogem do controle, mas o Hulk consegue matar sua cópia sanguinolenta e impedir a morte, ironicamente, de seu principal caçador, o General Ross. Este procura por ajuda em sua caçada, e conversa com Tony Stark.


2009: Quase 1 ano depois da revelação, o Homem de Ferro é tanto badalado pela imprensa quanto perseguido por pressão política. O exército americano se julga no direito de usar a tecnologia de Stark para substituir soldados, ao passo que Tony se renega a ceder seu invento: "Eu privatizei a paz mundial, o que mais vocês querem?". A pressão é fomentada por Hammer, seu rival de indústria, que se alia à Dimitchev, filho de um cientista que ajudou nas descobertas do pai de Stark mas nunca teve o crédito. Na sinuca de bico, a extravagância de Tony ainda é confrontada pelo envenenamento do uso da armadura (o lítio usado como força central infecciona mais seu corpo) e pelo seu amigo Rhodes, do exército, que manipulado por Hammer se vê na obrigação de fazer Tony ceder. 

Durante a tensão, a SHIELD infiltra Natasha Romanoff, a Viúva Negra, para vigiar Stark e ajudá-lo na cura de seu problema, além de avaliá-lo para uma chamada "Iniciativa Vingadores". Rhodes rouba uma armadura de Tony, o confronta (com Stark bêbado) e foge da mansão. A armadura é tunada por Hammer, fazendo de Rhodes o Máquina de Combate. Hammer tenta tirar vantagem da situação para se promover com o exército de drones, sem saber que Dimitchev instalou controles nos drones e na armadura de Rhodes. Ele inicia um ataque em massa à exposição e à Stark, que consegue hackear os controles e fazer Rhodes livre. Ambos combatem os drones e o próprio Dimitchev, sendo premiados pela ação rápida (à contragosto do senado americano). Ao fim, o lider da SHIELD, Nick Fury, relata a Tony sua decisão baseado na observação de Natasha: "Homem de Ferro, aprovado. Tony Stark, não recomendável".


2009: Somos apresentados à Asgard, exatamente como ela é contada nas lendas nórdicas. Fica claro, também, que todo o universo, espacialmente falando, pode ser entendido pela árvore da vida, Yggdrasil. Os 9 reinos são todos os planetas que vivem no mesmo ramo de Asgard, segundo a Yggdrasil. Em Asgard, conhecemos Thor, deus do Trovão, e Loki, deus da Trapaça, filhos de Odin. Guerreiros experientes, são os herdeiros de Odin. Asgard vive uma era de paz devido a um acordo feito com os gigantes do gelo, raça de Iotuheimn, de cessar fogo. Thor, Loki e seus companheiros fazem uma incursão indevida na terra dos gigantes, causando mortes desnecessárias. Odin culpa Thor e o bane para Midgard (Terra), colocando sobre ele uma espécie de maldição: "Aquele que for digno, levantará este martelo e terá os poderes de Thor". Resumindo: cabia ao principe de Asgard aprender a ter humildade na Terra antes de poder empunhar o martelo Mjolnir novamente. Ele acaba cruzando o caminho da cientista Jane Foster, que por sorte ou azar estudava junto com o cientista Edward Selvig justamente sobre as teorias em torno da Yggdrasil e Asgard. Thor e Jane se envolvem, até que a SHIELD intervém, de posse de Mjolnir. Thor tenta obtê-lo, sem sucesso, aos olhos do agente Coulson e do agente Clint Barton (Gavião Arqueiro). 

Em Asgard, Loki descobre ser filho adotivo de Odin, e na verdade ser um gigante de gelo em origem. Confuso e enraivecido, Loki arma um golpe de estado, forjando uma aliança com os gigantes para lhe garantir o trono no lugar de Odin (Loki mata o lider dos gigantes em traição à essa aliança forjada) e enviando um ataque à Terra para manter seu irmão afastado.  Thor se prova novamente digno, retorna à Asgard e derrota Loki, salvando a Terra e os 9 reinos do plano do irmão. Loki se atira no espaço e desaparece.


2011: cerca de 70 anos depois, Steve Rodgers, o Capitão América, é encontrado no gelo da Groelândia. Ele acorda na Nova York moderna, na base da SHIELD. Nick Fury se apresenta para orientar o herói do passado.


2012: Loki, que escapa de Asgard com vida, forma uma aliança com a raça Chitauri, e começa uma invasão ao planeta Terra. Loki vem sozinho com a clara intenção de minar as poucas defesas terrestres: de posse de uma jóia estranha em seu cetro, Loki invade a SHIELD e rouba o Cubo usado pela HYDRA na segunda guerra, além de conseguir hipnotizar o Gavião Arqueiro e o doutor Selvig. Nick Fury põe seu plano em ação e convoca Bruce Banner através da Viuva Negra, para rastrear a radiação do cubo; e o Capitão América, que tem dificuldade em enfrentar Loki sozinho. Aí o Homem de Ferro intervém e ajuda na captura de Loki. É quando Thor interrompe a comitiva e tenta se apoderar do prisioneiro, para julgá-lo em Asgard. O deus confronta o Homem de Ferro e o Capitão América, até que os 3 encerram o conflito ao ver a inutilidade do mesmo. Os 3 e a Viuva Negra levam Loki para a nave da SHIELD, preso. 

Só que todos os heróis não se dão, a tensão aumenta e o Gavião Arqueiro, manipulado por Loki, inicia um ataque à nave. Isso desperta a fúria do Hulk, que é combatido por Thor, enquanto Stark tenta reparar a nave com ajuda do Capitão América. Loki se liberta, mata o agente Coulson e escapa. Usando as habilidades do Dr Selvig, manipulam o poder do cubo e criam um buraco de minhoca em Nova York, liberando a entrada do exército Chitauri. Com o Gavião Arqueiro recuperado do controle mental, os heróis se reúnem na cidade e dão início ao combate contra o exército. A vitória é alcançada quando a Viúva Negra toma posse do cetro do Loki, sendo capaz de fechar o buraco dimensional, não antes que Stark desviasse um míssil nuclear para dentro do mesmo. Loki é rendido depois de ter levado porrada de todos os Vingadores durante o filme, e levado para a prisão de Asgard. Os chitauri sobreviventes relatam a derrota para Thanos, em uma galáxia distante.

Fim da Fase 1


2013: Poucos meses depois da batalha de Nova York, Stark vive entre ocupar seu tempo construindo novas armaduras por hobbie e os fantasmas da experiência com contato alienígena, o trauma de quase morrer em outra dimensão. Enquanto Rhodes é promovido a segurança do presidente com o título de Patriota de Ferro, Stark investiga os ataques do grupo terrorista liderado pelo Mandarim, ao passo que um cientista magnata destratado por Stark no passado ascende com o uso do perigoso vírus Extremis. 

Desconfiado, Stark consegue pistas de que o vírus e o terrorista estão conectados (o vírus gera calor explosivo e força sobre humana), até seu segurança pessoal, Happy Hogan, ser ferido pelo ataque terrorista. Stark desafia o Mandarim pela imprensa e é atacado em sua mansão. Ele sobrevive, e segue a pista dos terroristas, descobrindo que o Mandarim é uma fachada e o verdadeiro é o cientista. O Homem de Ferro combate os terroristas, com uma leve ajudinha de seu exército de armaduras, completamente destruído após a batalha, gerando uma "aposentadoria temporária". 


2013: É época de convergência, na qual todos os 9 reinos podem se conectar espacialmente em diversos pontos, geram-se buracos de minhoca espontâneos. Na busca por Thor, Jane segue com seus estudos e acaba sendo tragada pela convergência, e sendo possuída pelo Éter. O Éter é uma arma ancestral usada pelos antigos Elfos Negros, que em posse da mesma, podiam destruir todo o fio da realidade. O despertar do Éter acorda Malekith e os Elfos Negros sobreviventes de outra era, que partem na busca pelo mesmo. Thor consegue voltar à Terra depois da batalha de Nova York e encontra Jane, que manifesta os efeitos do Éter. 

Thor a leva para Asgard e explica a situação, no que Odin decide preservá-la em Asgard e usá-la como isca para enfrentar os Elfos Negros. Thor discorda e o primeiro ataque dos Elfos tem como resultado grande destruição e a morte de sua mãe, fazendo com que Thor recorra a medidas drásticas: liberta Loki para que ele o guie até o Mundo Sombrio, onde ele poderá libertar Jane do Éter com uma cilada para Malekith. O plano quase funciona, mas Malekith consegue tomar posse do Éter e fica muito poderoso, enquanto Loki se sacrifica pelo bem da empreitada. A convergência se intensifica e joga Thor contra Malekith numa batalha entre buracos dimensionais. Com a ajuda da tecnologia criada por Jane, Thor pára Malekith e confina o Éter, que é levado para o Colecionador, em outra galáxia, para proteção, sendo mencionado como uma JOIA DO INFINITO. Loki se revela no trono no lugar de Odin, tendo enganado a todos.


 2014: Tentando se readaptar à vida na Terra moderna, Steve Rodgers é lider do principal time de combate da SHIELD, sendo sempre acompanhado da Viúva Negra. O Capitão lida com a falta de confiança de Nick Fury, que nunca compartilha suas totais intenções, e com a tendência de Fury de tentar controlar o mundo: A SHIELD está para lançar cruzadores gigantescos que nunca precisariam pousar, capazes de matar qualquer pessoa à milhares de quilômetros de distância. A situação fica tensa quando Fury é dado como morto e Rodgers é o principal suspeito. 

O Capitão tem que acumular provas de sua inocência, enquanto foge e descobre que a HYDRA estava infiltrada na SHIELD desde sua formação, e reencontra seu velho amigo Bucky Barnes: desmemoriado, assassino manipulado, submetido ao soro do super soldado e com a alcunha de Soldado Invernal. Ajudado pela Viúva Negra, Nick Fury (outro que adora fingir mortes) e Sam Wilson, o Falcão, Rodgers consegue desabilitar os planos de controle mundial da HYDRA e bagunçar a cabeça do Soldado Invernal, que não o mata e segue um caminho sem rumo. A HYDRA porém, ainda tem bases secretas, e em uma delas encontra-se o Cetro de Loki e também 2 gêmeos de poderes extraordinários.


2014: Peter Quill se tornou um caçador de recompensas intergaláctico, extremamente perspicaz e procurado. Ao encontrar um Orbe, é confrontado pelas forças de Ronan, o Acusador, que pretende usar o Orbe para destruir o planeta Nova. Quill, auto-intitulado de Starlord, escapa para Nova em busca de seu comprador. É nisso que cruza o caminho de Rocket (um guaxinim geneticamente modificado e especialista em armas e tecnologia) e Groot (um humanóide árvore, que só sabe dizer "I am Groot" e nada mais) que ao saberem do valor de sua cabeça, tentam pegá-lo. A disputa por Starlord fica pior com a entrada de Gamora, uma ultra-assassina treinada por ninguém menos que Thanos, que havia firmado parceria com Ronan pelo Orbe. Os 4 se engalfinham em combate e acabam capturados. Na prisão, acabam conhecendo Drax, obcecado por vingança contra Thanos (este é o famoso Titã Louco, que domina planetas a custo de sangue e amplia seu exército em busca das JOIAS DO INFINITO), que ameaça Gamora. Esta revela desejo de trair o mentor e pai adotivo. Os 5 se aliam e escapam da prisão. 

Na rota de fuga, encontram o Colecionador, que explica que o Orbe é uma JOIA DO INFINITO, um item raro que contém uma das energias fundamentais do Universo em sua criação. São 6 no total. O Orbe é usado por acidente e atrai Ronan, que toma posse do mesmo. Em uma manobra desesperada, Starlord consegue reunir os caçadores de recompensa que o queriam morto e o exército de Nova numa manobra furtiva para deter Ronan e isolar o Orbe antes de uma tragédia mortal. A equipe sai bem sucedida, e com o nome de Guardiões da Galáxia, tomam rumo pelo espaço.


2015: Teremos Vingadores 2 para fechar a Fase 2. Espera-se que o entrosamento da equipe seja abalado pelo confronto com os gêmeos Maximoff e principalmente pela criação de Ultron, um robô autônomo criado por Stark para comandar drones e defender a humanidade em maior alcance, mas cuja IA o leva a se colocar contra a humanidade e os Vingadores. 


Futuro: É quase certo que a batalha de Ultron seja de proporções épicas e que a destruição faça os governos da humanidade repensarem o papel dos heróis e sua legalidade. Isso, somado as já desavenças de Stark e Rodgers, vai jogá-los um contra o outro na tão esperada GUERRA CIVIL. 

No fundo do pano, a fase 3 deve tentar isolar os principais Vingadores para que no próximo filme deles pelo menos os 4 clássicos estejam fora do raio de ação. Enquanto isso acontece, personagens como o Homem Formiga, Dr Estranho, Pantera Negra e Miss Marvel serão introduzidos para ocupar essas posições. 

NADA SE SABE AINDA DE COMO O ARANHA SERÁ INTRODUZIDO E O QUE SERÁ FEITO DELE, já que nos quadrinhos seu papel na GUERRA CIVIL é IMPORTANTÍSSIMO, e não se sabe a que ponto da filmagem e definição do roteiro e do próprio Aranha as coisas estão. 


Outro ponto MUITO importante: Thanos não é uma figura cósmica aleatória. É o principal opositor dos Vingadores, quando de posse da MANOPLA DO INFINITO. Este é um item raro que foi mostrado no Cofre de Odin ainda no primeiro filme do Thor. É a manopla que, acompanhada das 6 JOIAS DO INFINITO, gera poder sem limites para o usuário. Até o momento, 4 joias foram reveladas:


Orbe: Provavelmente a Joia do Poder. Um portador adequado pode destruir um planeta inteiro. Os Guardiões, de posse da Joia, apenas destruíram Ronan.

Éter: Só pode ser a Joia da Realidade, através da qual é possível redesenhar ou apagar o fio da existência. De posse do mesmo, Malekith se pôs no ponto exato da Convergência Máxima, da onde poderia atacar todos os pedaços de realidade que lhe interessava destruir.

Cetro de Loki: no centro do artefato percebemos uma esfera azul, possivelmente a Joia da Mente. Loki é capaz de hipnotizar, mas não tem poder para manter uma hipnose forte sobre mentes poderosas por muito tempo, a Joia claramente ajudou nesse proposito, e na manipulação do Cubo.

Tesseract (Cubo): Joia do Espaço. Emana poder simplesmente por ser uma Joia do Infinito, todas possuem energia grande, mas o real uso do Tesseract é a transição espacial. Isso ficou claro tanto no buraco de minhoca criado em Nova York, quanto no aprisionamento do Caveira Vermelha (que pode até estar vivo por isso). 

Faltam 2 Joias: a Joia da Alma e a Joia do Tempo. Provavelmente a Joia da Alma será explorada no filme do Dr Estranho, por suas habilidades mágicas e entendimento do plano astral. Já a Joia do Tempo deverá ser a Joia procurada na primeira parte de Vingadores 3. 

QUASE TUDO INDICA QUE THANOS CONSEGUIRÁ REUNIR AS 6 JOIAS E FARÁ O LENDÁRIO "ESTALAR DE DEDOS", NO QUAL DESTRUIU METADE DA VIDA DO UNIVERSO NOS QUADRINHOS. Com um estalar de dedos, tamanho é o poder das Joias. Thanos é um ser cósmico quase imortal, portanto consegue manipulá-las sem custo abusivo.

sábado, 11 de abril de 2015

Long live the king

Serei breve, como fora nosso encontro.

Há poucas semanas, conheci um rei.
Rei de reino pequeno, trono miúdo, frágil feição.
Mas nem por isso menos pomposo. Era cheio de si, havia vida em seu olhar. Havia grandeza em cada um de seus leves gestos. 
Era um rei.

Como todo rei, tinha servos. Vassalos. Mas, não me soou tirano. Parecia desses reis justos, como Ricardo Coração-de-Leão. Definitivamente, como Ricardo Coração-de-Leão. 
Ele fazia seu próprio rumo, e quando presente era justo e gentil. E não podia ser outro rei, pois com ele estava Lady Marian
O que tecnicamente me faz Robin Hood. Mas isso é outra história.

Quando eu, ainda mais humilde que seu reino, adentrei sua visão, o rei não se levantou nem disse nada para mim. Observou-me atentamente, sem dar um pio. 
Continuei, tímido, em sua direção. Até que, pra minha surpresa, ele me tocou.

Ele me tocou, e não me pediu para que eu me curvasse. Ele me tocou, como quem dá um tapinha nas costas e um aperto de mão firme. Ele me respeitava. E naquele momento, eu o respeitei com toda admiração possível. Procurei não avançar mais, nem quebrar aquele momento. O rei havia sido caloroso, e me visto como alguém digno disso. Bastava.

Sua espada hoje foi cravada na praça do povo, sua coroa hoje está no trono. Mas lembrarei de sua grandeza. Lembrarei do valor da devoção que seu povo me atribuir, pois metade será muito. O povo ama seu rei.

"Vida longa ao rei!!" - gritam nas ruas do reino. Vida longa ao rei.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Letra nova

Sou o filho do trovão
Parido em tempestade
Eu era um furacão
Já em tenra idade

Eu fiz o meu caminho
Rasgando o céu nublado
Toda vez que eu grito
Eu sei que causo abalo

O choque e o arrepio
A energia e o frio
E o meu temporal

Eu sou o filho do trovão
Meu calor pode te molhar
Eu sou o filho do trovão
Vem relampejar

Com raiva eu dou curto
Se triste eu apago
Sobrecarrego tudo
Ao ser inflamado

O choque e o arrepio
A energia e o frio
E o meu temporal

Eu sou o filho do trovão
Meu calor pode te molhar
Eu sou o filho do trovão
Vem relampejar
Trovoar, relampejar
Trovoar, relampejar
Eletrizar.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Uma câmera

Eu queria que meus olhos fossem uma câmera.
Já era uma vontade antiga, mas tenho tido motivos pra desejar com mais força. 

Eu queria que meus olhos pudessem registrar pro mundo o que vejo. Fosse uma foto, fosse um vídeo. Certas coisas e momentos são tão intensos e diferenciados que são capazes de comover e causar alguma reação que seja no mais ranzinza que responda à alcunha de ser humano.

Uma paisagem, um gesto. Um abraço entre amigos que há muito tempo não se viam. Um tropeço na rua seguido de rara recuperação rápida. Um pássaro de plumagem brilhante que irrompe entre as árvores em instante inesperado. Um por do sol visto da praia certa, com a companhia certa.

Ah, definitivamente, é a companhia que tem me feito desejar a câmera com tanto afinco.

O sorriso dela quando chega e me vê. A forma com que me olha, preocupada, pensando se não atrasou muito. 
O momento quando damos as mãos e alinhamos nossos corpos, milimetricamente desenvolvidos pra se encaixarem. Eu acho que já morri e revivi centenas de vezes a cada vez que encostamos nossas testas, levemente, e ela fecha os olhos antes de tocar-me os lábios.

Simplesmente ficar deitado no seu colo. Vê-la alinhada com o céu, o sol e as folhagens, e ser tão grande e maior que tudo isso à minha vista. Deitar-me e ter seus olhos para encarar.

Minto. Talvez eu não queira uma câmera no lugar dos meus olhos. Não quero, porque se o mundo for exposto ao que ela me proporciona, vai tentar tirá-la de mim. 
E isso eu não poderia tolerar.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

At last, that flight

Demorou.
E como demorou.

Demorou pra poder levantar, esticar as asas.
Demorou pra mirar os céus, antes sonho improvável, devaneio do jovem pássaro.

Demorou pra aprender, se acostumar. Saber quando lançar-se ao voo, de acordo com os ventos e umidade. É importante aprender isso, demais até. Às vezes não existe ás dos ares que resista a uma tempestade poderosa, e é mais sábio esperar em ninho seguro, até que esta passe.
Guardar as forças para as emergências, pra quando tentarem alvejar o viajante dos céus. Sempre há desses moleques desnaturados por aí, muitos crescem e ainda adquirem chumbo. Mas não é de vis caçadas que venho falar.

Falo em si do voo. Aquele voo que todo jovem pássaro espera e sonha em vida. 
O voo dos sonhos. Realmente, ele demora. Pra começar, principalmente. Mas, desde o início, a sensação é única.

A sensação de observar tudo que ficou pra trás, com certa dose de orgulho e até alívio. Pensar feliz: "É agora, essa é a minha hora!". Isso não tem preço. 
Da mesma forma que poder visualizar o caminho do futuro. O próximo pouso, ainda distante, mas que causará bastante satisfação. 

Ah, essa sensação. De ascender, planar inatingível. E melhor, acompanhado. 
Voar é ser vivo. Voar é o que me faz vivo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ah, quem dera você soubesse..

Ah, quem me dera. 
Quem me dera você soubesse.
Soubesse o tanto que você me faz bem.

Soubesse que eu fico feliz a cada bougainville que avisto na rua. E são tantas.
Soubesse que eu agora estou com a mania de olhar pro anel que você me deu, e ficar bobo neste ato por minutos a fio.

Ah, quem dera!
Quem dera você soubesse.

Soubesse que cada coincidência que nos brota me catapulta pro mais alto nível de satisfação.
Soubesse que meu medo é como o seu, mas que uma pequena certeza - que em você também mora - puxa meu coração pra você como um trem que corre pro túnel.

Ah, quem dera mesmo..
Quem dera soubesse.

Soubesse que sua tristeza já foi minha também, e que talvez por isso ela fique pra trás.
Soubesse que o seu amor de gata, tão físico e tão sutil, é o melhor amor que eu poderia ter.

Quem dera.

Mas você o sabe. Sabe tudo isso. 
E por saber, vai me acolhendo mais e mais aos poucos.
Meu devaneio é conseguir te dar a dimensão do bem que você me faz. Isso talvez você não saiba ainda.
Porque acredite, quando você diz que sou muito bom pra você, eu só estou sendo páreo pra você, pra todo bem e paz que você me causa. 

Então saiba: quero te amar assim pra sempre. E se não for assim, que seja pra amar ainda mais. 

Temos muito pela frente. E sim, eu vou driblar sua tpm, eu vou vencer a distância, e até bater em Hades. Nada vai nos parar, saiba disso. Vem ser feliz. 


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

The rainbow sounds

Vieste a mim em preto. 
De luto por si, pela sua história e sua realidade. Magoada, querendo sorrir. 

Quando nos encontramos, eras violeta. Ainda inerte, mas com a surpresa de um amanhecer em seu semblante, ainda distante.

Ao primeiro toque, foste vermelha. Foste intensa, até violenta, e ao mesmo tempo tímida. Mas senti teu calor.

Pouco tempo depois, fez-se cinza. Foram muitas cores em sua tela, tudo se fez borrão. Tudo era confusão. Você não se definia.

Foi quando eu lhe trouxe voz em meio ao azul de paz. Eu fui verde, de esperança e sinceridade. Foste rosa, de felicidade.

Algum tempo depois fomos laranjas, de carnaval. De alegria e curtição inesperada. Da cachaça que custa a descer, da piada que te irrita só de charme.

De repente, éramos azul. Mas não era mais o azul celeste, vivo. Era escuro, anil. Era triste. Era a conclusão melancólica, a resposta que ainda não existe.

Então, a você, tenho me feito branco. Pra não ser azul, nem preto. Nossa história não merece mais esses tons frios. Hoje sou branco, do amigo que posso lhe ser. Daquele que lhe deseja paz, e se sente em paz em sua presença. 

E permiti a meu coração fazer-se verde pro que caminho. Talvez nenhuma outra cor lhe caiba melhor. Ficou fácil, até, deixá-lo seguir. Você estava cinza de novo, mas com alguma alvorada ainda pra saber o que fazer.

Hoje somos amarelo. Aquele fosco, de foto antiga, como você bem diz. Nostálgico, e vivo de alguma forma. 

Espero o dia que sejamos mais que branco. Sejamos um lilás, ou até mesmo aquele rosa. Aquela alegria espontânea. Mas não posso me dizer cinza. Estou branco, estou em paz. 

Seja o verde que me provocou, quando puder. Há de fazê-la bem.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Desejos

Faltavam poucos dias para o fim do ano, quando pela primeira vez em vida, avistei uma estrela cadente.

O contexto em si já era um tanto quanto inédito e confortante. Entre amigos, deitado e avistando o céu noturno com toda sua imensidão de estrelas, de uma forma que poucas vezes na vida havia feito. Quando dei por mim, avistei. Foi muito rápido. 
Engraçado, no primeiro momento achei que era viagem da minha cabeça, mas uma amiga confirmou ter tido a mesma visão. Sorri, pensando agora que já não era tão louco.
Nos segundos próximos, me senti feliz. Talvez até emocionado. 

Lembrei dos velhos clichês de ditados populares e filmes antigos. Fiz um desejo.
Foi o primeiro que veio à mente, e naquele momento, era o mais sincero também. 
Deixei o resto se acertar por si só e fui tomando meu rumo.

O ano virou, muitas coisas que já vinham se criando no ano passado agora surgem como oportunidades concretas, finalmente. Sinto que poderei realizar muita coisa que há muito ansiava. Minha força se faz mais presente, preparei-me com a vida.
E o desejo, ante a estrela cadente, fez-se real de uma forma inusitada. 

Há de fazer sentido, o fim, dado o caminho que virá.