Já faz um tempo que, devido aos grandes acasos que só a mim acometem de suceder, encontrei pessoas de sinas e histórias parecidas. Uma, inclusive, teve e tem tantas semelhanças que nosso laço se fez eterno desde então. E daí foi remendo de tudo que era tecido pra ver quanto pano pra manga ia dar.
Mas fazia um bom tempo que não me esbarrava com alguém assim como você. Se é que esbarrei antes.
Então, assim, se posso dizer alguma coisa mais de útil, pode crer que não será algo como: "as coisas são como tem que ser" ou "espera a sua hora chegar".
Não é que esses ditos não sejam válidos. É que não convém. E não vai entrar na sua cabeça agora. Não vão. A dor é recente, a raiva mais ainda. A perca da fé nos torna impossibilitados de encontrar razões pra acreditar que podemos virar o jogo.
Logo, trago a você, de forma única e resumida (acredite, está resumida), aquilo que é o projeto do meu livro, da minha biografia romântica: o resumo definitivo de todas as minhas desastradas experiências amorosas.
E no fundo, você até deve saber porque estou fazendo isso. Claro que, pomposo e cheio de manias como sou, farei com que você escute ou leia isso do mesmo jeito ao final. Pois bem, lá vai:
O resumo dos amores:
Como um sujeito pode criar inúmeros traumas e continuar dando risada
Isso tem a intenção de ser linear. Tentarei me situar, em termos de ordem dos acontecimentos. As datas podem não ser exatas. Evitarei nomes, até porque não tenho dinheiro nem tempo pra contactar todas as distintas senhoritas que citarei nessa roda.
Todo cara costuma ter suas primeiras paixonites a partir dos 10. Eu, de maneira inexplicável, tinha até uma "namoradinha" naquela idade. 4ª série e tudo o mais, sabe como é, ninguém dá mais que um selinho. O negócio costuma ficar sério mesmo a partir dos 13. Na época, aquela namoradinha já tinha ficado bem pra trás e eu nunca mais vi (coisas bestas que não rendiam mais que 2 minutos de papo furado). Eu, aos 13, tava provavelmente no 8º ano do CPII (na época as séries viraram anos, aquela babaquice). E pra começar bem a roda...
Tinha uma ou outra paixonite. Casual. Vinha, passava, gostava. Nunca me declarava, e nunca conseguia nada. Sofria calado, ou nem tanto, já que perturbava os melhores amigos com minhas histórias. Não que fosse problema pra eles: éramos todos farinha do mesmo saco. Com as mesmas merdas de problemas e erros. Mas essas amizades merecem uma outra narrativa à parte, quem sabe um livro próprio. Salve pro Monuma que estiver lendo.
Mas o grande episódio que realmente dá início a minha vida amorosa se deu na casa do meu pai. Minha prima e meu primo vieram me visitar e me trouxeram uma amiga da minha prima (que na verdade era "meio parente minha": tinha sido adotada pela mãe da minha tia, tia essa que é mãe da minha prima e que casou com meu tio irmão do meu pai. Na prática, a garota era tia da minha prima, mas nada minha). A garota rendia descaradamente, mesmo na presença do meu pai e da minha vó. Eu ainda era meio gordo, e a auto-estima era a mais baixa possível. Mas tava tão na cara que eu percebi.
Comecei a fazer piada disso, e a garota ficava cada vez mais sem graça. Exemplo: clipe do "Extravasa" da Cláudia Leite, e ela apesar de sem talento era gostosa. Eu lá, animadão deitado no sofá. A garota dava tossidas fortíssimas pra chamar atenção pra ela.
"Tá doente?"
"Um pouquinho sim...cof cof"
"Que que mulher não faz pra aparecer hein..." - risadas all over the place.
Ou então:
"Calvin! - grita minha prima - diz pra ela que você não morde não!"
Aprontei-me e sentei direito no sofá, vagando uma almofada.
"Você quer sentar aqui?"
"Ahhhh não precisa"
"Agora eu insisto. Senta"
E a garota tremendo tanto que o sofá chegava a tremer junto. Eu ria demais. E o tempo foi passando.
Até que ela veio falar comigo pra se despedir. Falamos, eu sem nenhuma pressa, e ela correu pra falar com o resto da casa. Voltou pra falar comigo. Não perdoei: beijei. Minha prima e meu irmão viram atônitos. Jeito estranho de perder o BV não? De qualquer forma, a garota sumiu. Nos encontramos algumas vezes em festas de família (numa delas a garota veio provocante dizer com aquela cara deslavada que não lembrava de mim, e já saiu me oferecendo telefone no fim da festa...), mas foi melhor assim. A rendida da garota era descarada mas nem isso era problema: o foda mesmo ia ser a família do meu pai que geralmente é bem pilhante e não dá espaço nem privacidade..
Aí veio a primeira paixão, mesmo: naquele ano ainda, me aproximei de uma menina da sala. Thatyane o nome da garota. Era linda mesmo, naquela idade. E cito essa porque essa não tem chance alguma de me procurar mesmo...kkk
Claro que foi a velha história: a gostosinha usando o nerd pra tirar notas melhores. O foda mesmo é que a garota namorava, e um cara de faculdade. Mais clássico impossível. Mulheres e sua mania de querer o não recomendável. E eu, burro, fui indo, levando, daquele jeito.
Corria mundos procurando formas de levar isso a cabo. De quem sabe achar uma forma de ganhar a garota. Acho que a cena mais épica foi um dia em que fui estudar com ela e com a Bia. E naquele dia eu, sabe lá Deus porquê, tinha me resolvido que ia me declarar e pedir ela em namoro ali mesmo. Acha o suficiente? Não? Que tal o fato de eu ter pego um clipe e entortado o bagulho com uma pinça até ficar parecido com um anel?
É, UM ANEL.
Realmente incrível o que um cara apaixonado pode fazer. Eu, então...
Eu tava com o "anel" no bolso. Pronto, esperando uma oportunidade em que a Bia saísse. Ela levantou e eu respirei fundo pra manter a calma e me preparar...mas no mesmo instante a baixinha que é minha amiga mais antiga até hoje, virou e disse:
"Hey Thaty, parabéns! Quantos meses com ele?"
"Dez amiga!"
Sabe aquela nuvem negra? Que surge na cabeça quando você tá puto? Ali foi uma. Segurei a onda. Não deixei transparecer nenhum sentimento ou alteração. Apesar de sincero, eu tive que aprender a saber quando ser falso pro bem da humanidade. Assim que Bia voltou, eu levantei e disse que ia ao banheiro.
Calmamente, fui, passo à passo.
Assim que entrei, chequei pra ver se tinha mais alguém.
Ninguém.
Eu chutei com toda a minha força todas as latas de lixo, soquei as paredes até dizer chega, peguei o maldito anel, esmaguei-o com todo meu peso e o chutei contra as paredes até ele voltar pro meu pé, e mesmo sendo ruim de bola com o pé mesmo eu subi ele pra minha mão e taquei com toda a força na privada. Dei descarga quase gritando: "VAI DEMÔNIO, SOME DA MINHA VIDA".
Talvez eu tenha até gritado mesmo e não lembre.
Mas os esforços eram inúteis. E só podiam ser: a questão é que eu não sabia aceitar um não nesse tipo de coisa. Realmente não sabia. É até curioso pois eu não vim de família rica ou super abastada, eu sempre soube o que era a vida me negando chances e oportunidades e tudo o que eu tinha alcançado já naquele momento (incluindo o CPII) tinha sido na marra, batalhando todo dia. Mas não no amor, eu não aceitava. E até hoje tenho muita dificuldade de desapegar numa conquista quando eu garro de vontade nela. Mas voltando...
A coisa ficou feia mesmo nessa história quando eu transformei o amor em ódio, e de quebra me "apaixonei" por uma amiga em comum com a Thatyane (e aliás, você logo pode notar uma fixação da letra T na minha vida). Barracos de orkut, aahhhhhh, boas risadas. Acho que foi ali que aprendi a rir das coisas. Era impossível não achar graça, se eu parasse pra pensar. Ao fim do ensino fundamental, essas histórias eram passado, mas a coisa só iria piorar.
No ensino médio eu tinha começado a interagir mais com as redes sociais. Na verdade eu tinha começado mesmo no 9º ano, e o ensino médio teria sido o auge do orkut. No começo, claro. Graças ao orkut e msn, comecei a firmar mais as amizades que tinha, e também conhecer gente nova. Enquanto eu não sabia o que fazer com minhas paixonites que vinham e iam sem que de fato eu pudesse dizer que amava alguém de verdade, conheci Bruna Daniele, na internet lá pelo começo do ano de 2009. Bruna é gaúcha, beatlemaníaca. Uma suricata, como ela mesma gosta de dizer. O responsável pelo encontro foi um tópico de música na comu Beatles forever: você postava uma música para pessoa que tinha postado antes de você, e assim ia. Eu e Bruna trocamos muitas das músicas mais românticas dos Beatles, e logo vimos que podíamos nos entender. O orkut era como um primeiro filtro: dependendo de como as pessoas interagiam com você elas eram promovidas ou não ao direito de ter o teu msn. E assim o fiz com a gaúcha.
A questão é que, sendo gaúcha, ela mora no Sul. E eu sempre fui o sobrevivente do Rio de Janeiro. O que fazer? Nada mais que muitas mensagens, webcams ocasionais e nada. Realmente nós tínhamos uma atração forte um pelo outro, mas nada mais podia acontecer. E essa proibição se por um lado me inibia também me aproximava mais. Era complicado. Houve uma época que realmente, eu cheguei a cogitar, e penso que ela também, numa relação à distância, aberta. Mas não tinha como dar certo. E vivendo nessa angústia, veio o capítulo definitivo que me marcaria como o azarado da friendzone....
Taissa era uma menina simpática, caloura no Cp2 entrada no primeiro ano, na minha turma pra fazer o integrado de técnico em meio ambiente. Um mulherão de parar o trânsito na minha humilde opinião. Falo este nome com tranquilidade porque, primeiro: ele não carrega nenhum sentimento quando o faço; e segundo: foi o nome mais falado deste blog, com certeza, logo é irrelevante se reclamar ou não pois sobrou motivo antes.
Eu podia me considerar, àquela época da minha vida no colégio, um cara conhecido. Um dos poucos nerds que não era tão chato e que se dava com diversos grupos que se estendiam pra bem mais do que só sua turma ou sua série e turno. Não que eu ligasse muito pra isso, eu realmente mantinha os amigos verdadeiros de sempre e começava a fazer alguns novos nesse grupo eterno. Taissa, ao que parecia, era uma dessas pessoas que começara a despertar meu interesse.
Mas as coisas mudaram rapidamente. Com o tempo fui me apegando demais à garota. E isso era perigoso. Ela namorava, e isso me dava tranquilidade. Mas quando ela terminou...
A coisa mais imbecil de se fazer era chegar encima. Mas eu consegui pensar em algo pior: incentivei ela a ficar com um amigo meu que também estava recém terminado. O resultado mais óbvio é que talvez eles dessem certo e eu tirasse isso da cabeça de vez.
Deram errado, ela continuou afim dele e ele voltou com a ex tempos depois. E aí?
Aí, amigos, veio a sequência mais imbecil de atos de um enamorado que você possa ter notícia. Eu não tinha mais como segurar muito tempo se não conhecesse outra pessoa ou namorasse (e você acha que eu não tentava?), e levou alguns meses...mas:
- Admitir estar afim ao som de um pagode melodramático romântico tocado por seus colegas de turma na casa de uma amiga num churrasco com piscina, pra todos ouvirem;
- Continuar falando como se fosse melhor amigo ao invés de tentar forçar uma situação a meu favor ou simplesmente desistir;
- Se declarar em alto e bom som na frente de todo mundo numa pizzaria numa confraternização de natal dos seus colegas de classe;
- Linhas e linhas e linhas dedicadas em depoimentos no orkut tanto no Natal como Ano Novo (coisa que eu acabei virando especialista, olha o lado bom...meu depoimentos no orkut viraram uma coisa a ser esperada nas datas especiais, sempre tirando lágrimas);
- Linhas e parágrafos e textos e posts dedicados a garota de forma incessante e intensa neste blog, e EXPLÍCITA;
- Escrever uma música pra garota no aniversário dela, bem como no mesmo dia encontrá-la com flores na mão, a letra da música (que música lixo foi aquela, meu Deus) e um presente, porque eu sabia exatamente tudo que a garota gostava e detalhe: NA MESMA PIZZARIA QUE EU HAVIA ME DECLARADO;
- Ainda no episódio acima: todos os convidados armarem a mesa de modo a eu sentar do lado dela, e na minha hora de ir embora eu ser alvo de todas as fotos possível com ela (só eu e ela); eu ainda tive a cara de pau de quase roubar um beijo numa foto;
- NOMEAR MINHA GUITARRA EM HOMENAGEM À GAROTA - o maior erro da minha vida (algo que levei um tempo pra consertar, mas pela bela merda que fiz não consegui achar um nome substituto, o que me levou mesmo a muitas vezes deixar a guitarra de mão e achar que a falta de conexão com o instrumento estava me condenando a não chegar a lugar algum na música);
- Participar de um amigo oculto pros solteiros no dia dos namorados e de marmelada me armarem pra tirar ela e ela me tirar: no dia do sorteio eu levei o presente, mas ela não. No problem, a garota, 2 meses depois, me trouxe um CD dos Beatles direto da França, o que na verdade só fez voltarem meus sentimentos pela garota;
- Ao fim de tantas histórias, ainda ter me iludido achando que seríamos amigos. Diria que fomos até o fim do ensino médio. Depois eu passei direto e a garota nunca me disse sequer um "oi". Acho que ao fim dos trabalhos juntos, eu não devia ser mais um cara tão legal quanto parecia ser aos dizeres dela. Também não fiz mais questão e exclui do Facebook, já pra mais de 1 ano disso.
Ufa, lista grande né. Isso durou mais ou menos 1 ano e pouco. 1 ANO DE FRIENDZONE. PÚBLICO. PRA QUEM QUISESSE VER. Foi uma porrada dolorida que eu causei em mim mesmo, e não dava tempo nem pra ferida cicatrizar. Sei que como for, passou.
A internet me "presenteou" com Ana Moraes: linda, beatlemaníaca, engraçada...e namorando. "Blackbird" foi a música que mandei pra garota naquele mesmo tópico da Beatles forever, e ela em uma postagem aleatória fez o sinal mais que verde pra que eu a adicionasse no orkut.
O foda é que ela existia também, como a gaúcha. Não que eu tivesse adicionado Ana na intenção de algo mais, mas desde o começo ela foi deixando bem claro que poderíamos chegar a isso. A coisa tomou proporções épicas ao cabo do dia 5 de maio de 2010. Não esqueço a data, não posso esquecer. Já vinhamos muito próximos e naquela véspera do dia fatídico havia caído o mundo em chuva. Estado de calamidade no Rio, sem aula. Mesmo resfriado, me pus a gravar porque ela já vinha me incentivando (foi ela inclusive que me fez superar a falta de sincronia de espírito com a guitarra mal batizada) com tanto afinco que eu realmente achei que podia ser capaz de fazer material de qualidade. Pela manhã do dia 5, que ainda chovia, enviei pra ela algumas gravações. Sem mesmo se dar ao trabalho de ouvir, ela me convidou pra viajar com ela dali uns meses para Liverpool. Só eu e ela. E ela, com namorado ainda. Isso mexeu muito com as minhas bases. Óbvio que eu não iria, nunca me deixariam ir. Mas o choque mesmo viria depois.
Mais tarde naquele mesmo dia, enviei pra que ela ouvisse uma gravação minha de "Blackbird".
"O que você achou?"
"Quero muito você cantando Blackbird"
"...kkk ouvir?"
"hã?"
"Não faltou um ouvir aí?"
"Não."
"Ou um ver?"
"Não."
"Você tem certeza do que você escreveu?"
"Tenho."
"É que tá parecendo..kkk"
"Parecendo o quê?"
"Você sabe.."
"Eu quero que você diga."
"Tá parecendo até que você ME quer.."
"Talvez eu queria dizer isso mesmo"
Eu podia dizer pra vocês repararem no tamanho do buraco aonde minha confiança havia se metido. Ou reparar em como a garota estava flertando perigosamente. Mas...sabem. Eu só posso ser sincero, como sempre fui quando me refiro a esta história, que pra mim, é a única que nunca me desceu por completo na garganta.
Só de ler a última frase, o meu coração ao invés de acelerar foi parando. Eu percebi que me sentia da mesma forma em relação a ela...e não demorou muito. Foi a primeira vez que me disseram "Eu te amo". E doía. Meu coração parou mesmo, gelou, eu pensei que tinha morrido. Fui perceber que estava vivo quando algumas poucas lágrimas fizeram questão de cair no meu braço. Eu amava ela também.....amei. Talvez mais do que qualquer outra.
Mas a garota só me enrolava. Namorado ainda. Nunca me encontrava. De repente ela sumiu e apareceu dizendo que tinha se apaixonado por amiguinho de viagem. Me afastei completamente por alguns meses. Voltamos a nos falar com o tempo. E o ocasionalmente parecia que teríamos chance novamente. Ora eu solteiro, ora ela solteira. Às vezes, ambos namorando e lembrando de como parecíamos ter algo eterno. E ela dizia: "sou seu pássaro negro e vou sempre te observar de onde você estiver."
Hoje eu não sei o que era verdade ou não. Só sei foi a garota que mais marcou a minha vida. O poder de um eu te amo pra gente que não se dá bem na vida né....rs
E sim, nos encontramos uma vez. Show do Paul, 23 de maio de 2011. Ela de namorado novo.
E eu chorando ouvindo "Blackbird".
Isso tudo foi um bolo danado. Taissa, Ana. Me desvencilhei pro meu primeiro namoro sério alguns meses depois. Foi em papo de agosto que conheci uma mineira.
Jenifer vinha de família evangélica e linha dura. Não tinha muitas amigas e as que tinha me odiavam. sem problema, era mútuo. Bonitinha, fofa e sabia confortar um cara que tinha acabado de perder a vó e tinha que sustentar o peso da família em prantos sozinho.
Mas a relação era péssima. Não levou muito tempo pra começarmos a namorar, mas não era de fato um namoro. Ela mal deixava eu beijá-la.
Pra conquistar aliás foi um parto. Tocar Restart - fiz isso. A garota gostava. Deus, por quê eu não me matei?
Em 3 meses, tivemos apenas um encontro fora do colégio. O encontro foi ótimo. Mas não o suficiente. Suas amigas alugavam a garota mais do que eu podia procurá-la, os pais pareciam ser ditadores. Tá, eu era meio grudento também dentro do colégio. Mas era meu primeiro namoro sério, em teoria. Que que eu podia fazer? Eu não sabia nada ainda, tinha 15 pra 16 anos e era um completo inexperiente no amor.
O tenso: ela que terminou comigo. e eu ainda tentei voltar! Parecia que gostava de mim e terminou forçada, sei lá. Mas também tiro o meu da reta. Acabou sendo muito melhor assim. Engraçado, no dia dos namorados em 2010 foi minha última tentativa de voltar com ela: levei um presente que originalmente minha mãe havia comprado pra eu dar pra Bruna (irmã da Bia, e não a gaúcha, aliás, Bruna Oliveira merecia um epílogo nesse livro. Como uma amizade e nada mais que uma amizade pode sofrer os estigmas de uma mãe enxerida e seus conluios com todos os santos que acredita. O pior é que ela nem liga, parece que dá corda pra minha mãe, que não deseja outra nora senão a minha dupla certa dos tempos de colégio). Jenifer deu o não definitivo. No fim da tarde, só porque larguei de mão, só sei que o presente estava dividido entre Bruna e Taissa. Sim! Taissa.
3 meses depois, quase nas férias e perto da eminente greve no CPII, conheci Dominique. No ônibus, acho que foi um 9 de agosto. A garota se apaixonou por mim de cara, ali mesmo no ônibus. Não diria isso se eu não tivesse certeza. 2 encontros casuais e já ficamos. E dali fomos saindo. Tudo pareceu muito promissor.
As coisas foram evoluindo rápido. Talvez 1 ou 2 meses depois de nos conhecermos, estávamos namorando. E eu achava aquilo o máximo. De fato, Dominique não era linda de morrer, mas era bonitinha. Tinha um corpão e era muito carinhosa quando queria.
E esse era o ponto. A questão mor.
Dominique tinha tudo quanto era trauma. Tudo. E vejam vocês bem, se vocês tiveram paciência pra ler até este ponto, me digam, quem tem motivo pra ter trauma aqui? Brincadeira, os dela eram muito sérios. Não vou ficar enumerando porque a garota era esquentada e se eventualmente me achar aqui me processa! Isso se não me matar.
Tudo na gaveta e na minha conta. Problema? Culpa minha. Mas e se fosse da família dela? Foda-se, quem escutava era eu. Olhei numa direção qualquer da rua e tinha mulher? Infiel ridículo tarado.
E por aí ia. As diferenças culturais e de gosto, se com Jenifer eram de alta problemática, com Dominique eram questões de vida ou morte. Uma relação onde as conversas não rodam em pontos em comum leva a duas coisas: ou boas pegações constantes ou brigas explosivas. Ou os dois.
Eu adorava a pegação. Devo dizer, quem não? Mas ela acompanhava meu pique e com toda modéstia, tem que ter gás pra me aguentar.
Mas as brigas, putz. CONSTANTES. Não houve uma semana inteira, em 1 ano e sei lá pouco tempo de namoro, que ficássemos em paz. E bom, eu não conseguia criticá-la antes que ela me ofendesse de verdade, pois eu não sabia como colocar as palavras. Ela sempre reagia de forma exagerada e seus traumas me tiravam a coragem de dizer metade dos problemas que havia. Eu, burro, preferia ser alvo. Aguentava cada pancada. E logo uma hora eu explodia soltando tudo da maneira mais feroz possível. Mea culpa, em parte.
Tanto que chegamos a terminar antes do carnaval (não consegui aproveitar, antes que digam algo) e voltamos alguns dias depois: eu iludido por ela que usava de tudo pra me atrair e me convencer de que tinha se tocado dos erros cometidos. Porra nenhuma!
A relação só foi se desgastando, ao ponto de mais e mais coisas irem acontecendo. Muitas, externas, e tão pesadas que não ouso citar. Mas se você me perguntar eu digo.
Fato, eu deixei de amá-la. E acabei me enrabichando pra outras direções. Quando isso ficou claro, fiz o que tinha que fazer. No dia 2 de dezembro de 2012, eu já sabia que não tinha mais como aguentar.
Foi melhor pra mim, sem sombra de dúvidas. E hoje dizem que pra ela também: tá até namorando! Há mais guerreiros que eu, afinal.
Brincadeira, no fundo ela só teve muito azar na vida. Eu não a amei, hoje eu tenho consciência disso. Mas ela me amou. E eu sou grato por isso. Posso ser amado, alguém provou.
Daí, foram paixonites, taras e sonhos diversos acelerados durante os últimos meses. Nada bem sucedido. E eu me incomodo, mas como eu te disse antes algumas vezes, ninguém foi feito pra solidão. Ninguém merece solidão. Mas eu estou mais acostumado à ela. A metáfora de lobo solitário me é perfeita apenas porque aprendi a lidar por necessidade. Ninguém nunca disse que eu escolhi esse azar pra mim.
E isso tudo que escrevo eu cortei diveeeersos casos rápidos, talvez até mais engraçados. A questão é que, se eu, EU , estou rindo disso tudo até hoje, porquê você não?
Justo o motivo de eu te escrever isso (falei que diria no final) : só pra te botar um sorriso na cara e você perceber que eu não minto quando digo que te entendo mesmo.
Já te contei isso mesmo: imagina pra mim como foi saber que seu nome era igual o da minha ex? Porra, se isso não é perseguição divina, não sei o que é.
Mas que seja como for. Estes são os últimos capítulos até hoje. E eu só tenho 19 anos cara. Ainda tenho muita coisa pra escrever, e ainda estou dando risadas. Ainda tenho motivo pra sorrir. Você sabe que tem os teus, e deve continuar se apoiando neles. Fique tranquila, se você não deu risada dessas histórias que contei ainda tenho muitas outras pra outro dia e quem sabe pra quando eu publicar esse livro de verdade...
Você não precisa apagar seus últimos parágrafos. Um bom livro sabe usar os próximos capítulos pra preparar o terreno para a grande reviravolta, na qual você chega no topo.
E cá estou eu, registrando alguma coisa disso. Digamos que você me deve uma página.