Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Pra além das terras do ouro

Gostaria de saber, com muita sinceridade, que diabo é esta mania do Estado de Minas Gerais de fabricar coisas que eu amo. 

Acho até, e não vou dizer com certeza porque posso ter uma boa memória mas ela também é passível de falha; que já abordei sobre esse assunto em um ou outro post desta imensidão de pensamentos avulsos. Mas, talvez mais do que já possa ter me ocorrido, hoje eu tenho que reforçar isso com todos os detalhes que me caibam citar.


A comida é uma delícia. Pão de queijo, queijo de minas....Isso é ótimo não? Gordice à parte (ser gordo é uma questão de alma, só isso explica os magros de ruins), não é só de laticínios que vive o estado mais bonito do interior brasileiro. Se eu não estou enganado, o tutu e o feijão tropeiro são especialidade de lá, também! Mas, estou longe de vir parar aqui na comida como principal razão de meus devaneios.


Pensemos na música: Se alguém teve o prazer de ouvir o épico álbum "Clube da Esquina" SABE BEM do que estou falando. Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes.
Putz! Beto Guedes. Sou fã desse cara, de verdade. Um gênio. E sem nenhuma mídia por trás nem muita fama estendida. Desvalorizado por muitos mas é o brinco de quem o conhece. Mesmo nível de Caetano, Chico, entre outros.
O cara que fez o que queria, vive disso e só tem fãs de verdade. E são muitos. 

Skank também! Samuel Rosa é foda. Se alguém nunca chegou numa garota dizendo "quero te provar" que atire a primeira pedra. Não que desse muito certo, mas soava correto e justo, de alguma forma..

Mas as mulheres de Minas....ahhhhhhh

Isso é bom demais da conta.

Geralmente, quando cruzo com uma mineira, ela é bonita. As que conheci sempre foram. 
E ai, nisso, conheci uma, semana passada. Eu e minha habilidade de conhecer pessoas no transporte público. "É o rei deles" - já diziam meus amigos há alguns anos.

Linda. Por isso só já bastava. Mas não, tinha que ficar melhor: beatlemaníaca. 

Ah e claro, eu conheci na van DENTRO DA ILHA. Mora a poucos minutos de mim.
Tudo isso, por si só, já seria animador. 

E sabe, os papos foram rolando. A gente foi se conhecendo. Meu Deus, vou até segurar um pouco a linha porque daqui a pouco eu me precipito. Mas eu fiquei estasiado por essa menina. Doido pra sair com ela. Joga uma reza aí, vai que dá certo. 

Já gravei os cabelos negros que caem suaves pelo rosto, o jeito engraçado de falar e de se comportar. É linda demais essa menina. Ê trem bão

sábado, 17 de agosto de 2013

Pra você que amou e não colheu / O resumo dos amores

Já faz um tempo que, devido aos grandes acasos que só a mim acometem de suceder, encontrei pessoas de sinas e histórias parecidas. Uma, inclusive, teve e tem tantas semelhanças que nosso laço se fez eterno desde então. E daí foi remendo de tudo que era tecido pra ver quanto pano pra manga ia dar. 

Mas fazia um bom tempo que não me esbarrava com alguém assim como você. Se é que esbarrei antes. 

Então, assim, se posso dizer alguma coisa mais de útil, pode crer que não será algo como: "as coisas são como tem que ser" ou "espera a sua hora chegar"

Não é que esses ditos não sejam válidos. É que não convém. E não vai entrar na sua cabeça agora. Não vão. A dor é recente, a raiva mais ainda. A perca da fé nos torna impossibilitados de encontrar razões pra acreditar que podemos virar o jogo.

Logo, trago a você, de forma única e resumida (acredite, está resumida), aquilo que é o projeto do meu livro, da minha biografia romântica: o resumo definitivo de todas as minhas desastradas experiências amorosas.

E no fundo, você até deve saber porque estou fazendo isso. Claro que, pomposo e cheio de manias como sou, farei com que você escute ou leia isso do mesmo jeito ao final. Pois bem, lá vai:




O resumo dos amores:
Como um sujeito pode criar inúmeros traumas e continuar dando risada

Isso tem a intenção de ser linear. Tentarei me situar, em termos de ordem dos acontecimentos. As datas podem não ser exatas. Evitarei nomes, até porque não tenho dinheiro nem tempo pra contactar todas as distintas senhoritas que citarei nessa roda.

Todo cara costuma ter suas primeiras paixonites a partir dos 10. Eu, de maneira inexplicável, tinha até uma "namoradinha" naquela idade. 4ª série e tudo o mais, sabe como é, ninguém dá mais que um selinho. O negócio costuma ficar sério mesmo a partir dos 13. Na época, aquela namoradinha já tinha ficado bem pra trás e eu nunca mais vi (coisas bestas que não rendiam mais que 2 minutos de papo furado). Eu, aos 13, tava provavelmente no 8º ano do CPII (na época as séries viraram anos, aquela babaquice). E pra começar bem a roda...
Tinha uma ou outra paixonite. Casual. Vinha, passava, gostava. Nunca me declarava, e nunca conseguia nada. Sofria calado, ou nem tanto, já que perturbava os melhores amigos com minhas histórias. Não que fosse problema pra eles: éramos todos farinha do mesmo saco. Com as mesmas merdas de problemas e erros. Mas essas amizades merecem uma outra narrativa à parte, quem sabe um livro próprio. Salve pro Monuma que estiver lendo.

Mas o grande episódio que realmente dá início a minha vida amorosa se deu na casa do meu pai. Minha prima e meu primo vieram me visitar e me trouxeram uma amiga da minha prima (que na verdade era "meio parente minha": tinha sido adotada pela mãe da minha tia, tia essa que é mãe da minha prima e que casou com meu tio irmão do meu pai. Na prática, a garota era tia da minha prima, mas nada minha). A garota rendia descaradamente, mesmo na presença do meu pai e da minha vó. Eu ainda era meio gordo, e a auto-estima era a mais baixa possível. Mas tava tão na cara que eu percebi. 
Comecei a fazer piada disso, e a garota ficava cada vez mais sem graça. Exemplo: clipe do "Extravasa" da Cláudia Leite, e ela apesar de sem talento era gostosa. Eu lá, animadão deitado no sofá. A garota dava tossidas fortíssimas pra chamar atenção pra ela.
"Tá doente?"
"Um pouquinho sim...cof cof"
"Que que mulher não faz pra aparecer hein..." - risadas all over the place.

Ou então:
"Calvin! - grita minha prima - diz pra ela que você não morde não!"
Aprontei-me e sentei direito no sofá, vagando uma almofada.
"Você quer sentar aqui?"
"Ahhhh não precisa"
"Agora eu insisto. Senta"

E a garota tremendo tanto que o sofá chegava a tremer junto. Eu ria demais. E o tempo foi passando.
Até que ela veio falar comigo pra se despedir. Falamos, eu sem nenhuma pressa, e ela correu pra falar com o resto da casa. Voltou pra falar comigo. Não perdoei: beijei. Minha prima e meu irmão viram atônitos. Jeito estranho de perder o BV não? De qualquer forma, a garota sumiu. Nos encontramos algumas vezes em festas de família (numa delas a garota veio provocante dizer com aquela cara deslavada que não lembrava de mim, e já saiu me oferecendo telefone no fim da festa...), mas foi melhor assim. A rendida da garota era descarada mas nem isso era problema: o foda mesmo ia ser a família do meu pai que geralmente é bem pilhante e não dá espaço nem privacidade..

Aí veio a primeira paixão, mesmo: naquele ano ainda, me aproximei de uma menina da sala. Thatyane o nome da garota. Era linda mesmo, naquela idade. E cito essa porque essa não tem chance alguma de me procurar mesmo...kkk
Claro que foi a velha história: a gostosinha usando o nerd pra tirar notas melhores. O foda mesmo é que a garota namorava, e um cara de faculdade. Mais clássico impossível. Mulheres e sua mania de querer o não recomendável. E eu, burro, fui indo, levando, daquele jeito.

Corria mundos procurando formas de levar isso a cabo. De quem sabe achar uma forma de ganhar a garota. Acho que a cena mais épica foi um dia em que fui estudar com ela e com a Bia. E naquele dia eu, sabe lá Deus porquê, tinha me resolvido que ia me declarar e pedir ela em namoro ali mesmo. Acha o suficiente? Não? Que tal o fato de eu ter pego um clipe e entortado o bagulho com uma pinça até ficar parecido com um anel? 
É, UM ANEL.

Realmente incrível o que um cara apaixonado pode fazer. Eu, então...
Eu tava com o "anel" no bolso. Pronto, esperando uma oportunidade em que a Bia saísse. Ela levantou e eu respirei fundo pra manter a calma e me preparar...mas no mesmo instante a baixinha que é minha amiga mais antiga até hoje, virou e disse:

"Hey Thaty, parabéns! Quantos meses com ele?"
"Dez amiga!"

Sabe aquela nuvem negra? Que surge na cabeça quando você tá puto? Ali foi uma. Segurei a onda. Não deixei transparecer nenhum sentimento ou alteração. Apesar de sincero, eu tive que aprender a saber quando ser falso pro bem da humanidade. Assim que Bia voltou, eu levantei e disse que ia ao banheiro.
Calmamente, fui, passo à passo.
Assim que entrei, chequei pra ver se tinha mais alguém.

Ninguém.

Eu chutei com toda a minha força todas as latas de lixo, soquei as paredes até dizer chega, peguei o maldito anel, esmaguei-o com todo meu peso e o chutei contra as paredes até ele voltar pro meu pé, e mesmo sendo ruim de bola com o pé mesmo eu subi ele pra minha mão e taquei com toda a força na privada. Dei descarga quase gritando: "VAI DEMÔNIO, SOME DA MINHA VIDA".

Talvez eu tenha até gritado mesmo e não lembre.

Mas os esforços eram inúteis. E só podiam ser: a questão é que eu não sabia aceitar um não nesse tipo de coisa. Realmente não sabia. É até curioso pois eu não vim de família rica ou super abastada, eu sempre soube o que era a vida me negando chances e oportunidades e tudo o que eu tinha alcançado já naquele momento (incluindo o CPII) tinha sido na marra, batalhando todo dia. Mas não no amor, eu não aceitava. E até hoje tenho muita dificuldade de desapegar numa conquista quando eu garro de vontade nela. Mas voltando...

A coisa ficou feia mesmo nessa história quando eu transformei o amor em ódio, e de quebra me "apaixonei" por uma amiga em comum com a Thatyane (e aliás, você logo pode notar uma fixação da letra T na minha vida). Barracos de orkut, aahhhhhh, boas risadas. Acho que foi ali que aprendi a rir das coisas. Era impossível não achar graça, se eu parasse pra pensar. Ao fim do ensino fundamental, essas histórias eram passado, mas a coisa só iria piorar.


No ensino médio eu tinha começado a interagir mais com as redes sociais. Na verdade eu tinha começado mesmo no 9º ano, e o ensino médio teria sido o auge do orkut. No começo, claro. Graças ao orkut e msn, comecei a firmar mais as amizades que tinha, e também conhecer gente nova. Enquanto eu não sabia o que fazer com minhas paixonites que vinham e iam sem que de fato eu pudesse dizer que amava alguém de verdade, conheci Bruna Daniele, na internet lá pelo começo do ano de 2009. Bruna é gaúcha, beatlemaníaca. Uma suricata, como ela mesma gosta de dizer. O responsável pelo encontro foi um tópico de música na comu Beatles forever: você postava uma música para pessoa que tinha postado antes de você, e assim ia. Eu e Bruna trocamos muitas das músicas mais românticas dos Beatles, e logo vimos que podíamos nos entender. O orkut era como um primeiro filtro: dependendo de como as pessoas interagiam com você elas eram promovidas ou não ao direito de ter o teu msn. E assim o fiz com a gaúcha.


A questão é que, sendo gaúcha, ela mora no Sul. E eu sempre fui o sobrevivente do Rio de Janeiro. O que fazer? Nada mais que muitas mensagens, webcams ocasionais e nada. Realmente nós tínhamos uma atração forte um pelo outro, mas nada mais podia acontecer. E essa proibição se por um lado me inibia também me aproximava mais. Era complicado. Houve uma época que realmente, eu cheguei a cogitar, e penso que ela também, numa relação à distância, aberta. Mas não tinha como dar certo. E vivendo nessa angústia, veio o capítulo definitivo que me marcaria como o azarado da friendzone....


Taissa era uma menina simpática, caloura no Cp2 entrada no primeiro ano, na minha turma pra fazer o integrado de técnico em meio ambiente. Um mulherão de parar o trânsito na minha humilde opinião. Falo este nome com tranquilidade porque, primeiro: ele não carrega nenhum sentimento quando o faço; e segundo: foi o nome mais falado deste blog, com certeza, logo é irrelevante se reclamar ou não pois sobrou motivo antes.

Eu podia me considerar, àquela época da minha vida no colégio, um cara conhecido. Um dos poucos nerds que não era tão chato e que se dava com diversos grupos que se estendiam pra bem mais do que só sua turma ou sua série e turno. Não que eu ligasse muito pra isso, eu realmente mantinha os amigos verdadeiros de sempre e começava a fazer alguns novos nesse grupo eterno. Taissa, ao que parecia, era uma dessas pessoas que começara a despertar meu interesse. 
Mas as coisas mudaram rapidamente. Com o tempo fui me apegando demais à garota. E isso era perigoso. Ela namorava, e isso me dava tranquilidade. Mas quando ela terminou...
A coisa mais imbecil de se fazer era chegar encima. Mas eu consegui pensar em algo pior: incentivei ela a ficar com um amigo meu que também estava recém terminado. O resultado mais óbvio é que talvez eles dessem certo e eu tirasse isso da cabeça de vez.
Deram errado, ela continuou afim dele e ele voltou com a ex tempos depois. E aí?
Aí, amigos, veio a sequência mais imbecil de atos de um enamorado que você possa ter notícia. Eu não tinha mais como segurar muito tempo se não conhecesse outra pessoa ou namorasse (e você acha que eu não tentava?), e levou alguns meses...mas:

  • Admitir estar afim ao som de um pagode melodramático romântico tocado por seus colegas de turma na casa de uma amiga num churrasco com piscina, pra todos ouvirem;
  • Continuar falando como se fosse melhor amigo ao invés de tentar forçar uma situação a meu favor ou simplesmente desistir;
  • Se declarar em alto e bom som na frente de todo mundo numa pizzaria numa confraternização de natal dos seus colegas de classe;
  • Linhas e linhas e linhas dedicadas em depoimentos no orkut tanto no Natal como Ano Novo (coisa que eu acabei virando especialista, olha o lado bom...meu depoimentos no orkut viraram uma coisa a ser esperada nas datas especiais, sempre tirando lágrimas);
  • Linhas e parágrafos e textos e posts dedicados a garota de forma incessante e intensa neste blog, e EXPLÍCITA;
  • Escrever uma música pra garota no aniversário dela, bem como no mesmo dia encontrá-la com flores na mão, a letra da música (que música lixo foi aquela, meu Deus) e um presente, porque eu sabia exatamente tudo que a garota gostava e detalhe: NA MESMA PIZZARIA QUE EU HAVIA ME DECLARADO;
  • Ainda no episódio acima: todos os convidados armarem a mesa de modo a eu sentar do lado dela, e na minha hora de ir embora eu ser alvo de todas as fotos possível com ela (só eu e ela); eu ainda tive a cara de pau de quase roubar um beijo numa foto;
  • NOMEAR MINHA GUITARRA EM HOMENAGEM À GAROTA - o maior erro da minha vida (algo que levei um tempo pra consertar, mas pela bela merda que fiz não consegui achar um nome substituto, o que me levou mesmo a muitas vezes deixar a guitarra de mão e achar que a falta de conexão com o instrumento estava me condenando a não chegar a lugar algum na música);
  • Participar de um amigo oculto pros solteiros no dia dos namorados e de marmelada me armarem pra tirar ela e ela me tirar: no dia do sorteio eu levei o presente, mas ela não. No problem, a garota, 2 meses depois, me trouxe um CD dos Beatles direto da França, o que na verdade só fez voltarem meus sentimentos pela garota;
  • Ao fim de tantas histórias, ainda ter me iludido achando que seríamos amigos. Diria que fomos até o fim do ensino médio. Depois eu passei direto e a garota nunca me disse sequer um "oi". Acho que ao fim dos trabalhos juntos, eu não devia ser mais um cara tão legal quanto parecia ser aos dizeres dela. Também não fiz mais questão e exclui do Facebook, já pra mais de 1 ano disso.
Ufa, lista grande né. Isso durou mais ou menos 1 ano e pouco. 1 ANO DE FRIENDZONE. PÚBLICO. PRA QUEM QUISESSE VER. Foi uma porrada dolorida que eu causei em mim mesmo, e não dava tempo nem pra ferida cicatrizar. Sei que como for, passou.

A internet me "presenteou" com Ana Moraes: linda, beatlemaníaca, engraçada...e namorando. "Blackbird" foi a música que mandei pra garota naquele mesmo tópico da Beatles forever, e ela em uma postagem aleatória fez o sinal mais que verde pra que eu a adicionasse no orkut.
O foda é que ela existia também, como a gaúcha. Não que eu tivesse adicionado Ana na intenção de algo mais, mas desde o começo ela foi deixando bem claro que poderíamos chegar a isso. A coisa tomou proporções épicas ao cabo do dia 5 de maio de 2010. Não esqueço a data, não posso esquecer. Já vinhamos muito próximos e naquela véspera do dia fatídico havia caído o mundo em chuva. Estado de calamidade no Rio, sem aula. Mesmo resfriado, me pus a gravar porque ela já vinha me incentivando (foi ela inclusive que me fez superar a falta de sincronia de espírito com a guitarra mal batizada) com tanto afinco que eu realmente achei que podia ser capaz de fazer material de qualidade. Pela manhã do dia 5, que ainda chovia, enviei pra ela algumas gravações. Sem mesmo se dar ao trabalho de ouvir, ela me convidou pra viajar com ela dali uns meses para Liverpool. Só eu e ela. E ela, com namorado ainda. Isso mexeu muito com as minhas bases. Óbvio que eu não iria, nunca me deixariam ir. Mas o choque mesmo viria depois.
Mais tarde naquele mesmo dia, enviei pra que ela ouvisse uma gravação minha de "Blackbird".

"O que você achou?"
"Quero muito você cantando Blackbird"
"...kkk ouvir?"
"hã?"
"Não faltou um ouvir aí?"
"Não."
"Ou um ver?"
"Não."
"Você tem certeza do que você escreveu?"
"Tenho."
"É que tá parecendo..kkk"
"Parecendo o quê?"
"Você sabe.."
"Eu quero que você diga."
"Tá parecendo até que você ME quer.."
"Talvez eu queria dizer isso mesmo"

Eu podia dizer pra vocês repararem no tamanho do buraco aonde minha confiança havia se metido. Ou reparar em como a garota estava flertando perigosamente. Mas...sabem. Eu só posso ser sincero, como sempre fui quando me refiro a esta história, que pra mim, é a única que nunca me desceu por completo na garganta.

Só de ler a última frase, o meu coração ao invés de acelerar foi parando. Eu percebi que me sentia da mesma forma em relação a ela...e não demorou muito. Foi a primeira vez que me disseram "Eu te amo". E doía. Meu coração parou mesmo, gelou, eu pensei que tinha morrido. Fui perceber que estava vivo quando algumas poucas lágrimas fizeram questão de cair no meu braço. Eu amava ela também.....amei. Talvez mais do que qualquer outra.

Mas a garota só me enrolava. Namorado ainda. Nunca me encontrava. De repente ela sumiu e apareceu dizendo que tinha se apaixonado por amiguinho de viagem. Me afastei completamente por alguns meses. Voltamos a nos falar com o tempo. E o ocasionalmente parecia que teríamos chance novamente. Ora eu solteiro, ora ela solteira. Às vezes, ambos namorando e lembrando de como parecíamos ter algo eterno. E ela dizia: "sou seu pássaro negro e vou sempre te observar de onde você estiver." 
Hoje eu não sei o que era verdade ou não. Só sei foi a garota que mais marcou a minha vida. O poder de um eu te amo pra gente que não se dá bem na vida né....rs
E sim, nos encontramos uma vez. Show do Paul, 23 de maio de 2011. Ela de namorado novo. 
E eu chorando ouvindo "Blackbird".


Isso tudo foi um bolo danado. Taissa, Ana. Me desvencilhei pro meu primeiro namoro sério alguns meses depois. Foi em papo de agosto que conheci uma mineira.

Jenifer vinha de família evangélica e linha dura. Não tinha muitas amigas e as que tinha me odiavam. sem problema, era mútuo. Bonitinha, fofa e sabia confortar um cara que tinha acabado de perder a vó e tinha que sustentar o peso da família em prantos sozinho.
Mas a relação era péssima. Não levou muito tempo pra começarmos a namorar, mas não era de fato um namoro. Ela mal deixava eu beijá-la.
Pra conquistar aliás foi um parto. Tocar Restart - fiz isso. A garota gostava. Deus, por quê eu não me matei?
Em 3 meses, tivemos apenas um encontro fora do colégio. O encontro foi ótimo. Mas não o suficiente. Suas amigas alugavam a garota mais do que eu podia procurá-la, os pais pareciam ser ditadores. Tá, eu era meio grudento também dentro do colégio. Mas era meu primeiro namoro sério, em teoria. Que que eu podia fazer? Eu não sabia nada ainda, tinha 15 pra 16 anos e era um completo inexperiente no amor. 

O tenso: ela que terminou comigo. e eu ainda tentei voltar! Parecia que gostava de mim e terminou forçada, sei lá. Mas também tiro o meu da reta. Acabou sendo muito melhor assim. Engraçado, no dia dos namorados em 2010 foi minha última tentativa de voltar com ela: levei um presente que originalmente minha mãe havia comprado pra eu dar pra Bruna (irmã da Bia, e não a gaúcha, aliás, Bruna Oliveira merecia um epílogo nesse livro. Como uma amizade e nada mais que uma amizade pode sofrer os estigmas de uma mãe enxerida e seus conluios com todos os santos que acredita. O pior é que ela nem liga, parece que dá corda pra minha mãe, que não deseja outra nora senão a minha dupla certa dos tempos de colégio). Jenifer deu o não definitivo. No fim da tarde, só porque larguei de mão, só sei que o presente estava dividido entre Bruna e Taissa. Sim! Taissa.


3 meses depois, quase nas férias e perto da eminente greve no CPII, conheci Dominique. No ônibus, acho que foi um 9 de agosto. A garota se apaixonou por mim de cara, ali mesmo no ônibus. Não diria isso se eu não tivesse certeza. 2 encontros casuais e já ficamos. E dali fomos saindo. Tudo pareceu muito promissor. 

As coisas foram evoluindo rápido. Talvez 1 ou 2 meses depois de nos conhecermos, estávamos namorando. E eu achava aquilo o máximo. De fato, Dominique não era linda de morrer, mas era bonitinha. Tinha um corpão e era muito carinhosa quando queria.
E esse era o ponto. A questão mor. 


Dominique tinha tudo quanto era trauma. Tudo. E vejam vocês bem, se vocês tiveram paciência pra ler até este ponto, me digam, quem tem motivo pra ter trauma aqui? Brincadeira, os dela eram muito sérios. Não vou ficar enumerando porque a garota era esquentada e se eventualmente me achar aqui me processa! Isso se não me matar.

Tudo na gaveta e na minha conta. Problema? Culpa minha. Mas e se fosse da família dela? Foda-se, quem escutava era eu. Olhei numa direção qualquer da rua e tinha mulher? Infiel ridículo tarado. 
E por aí ia. As diferenças culturais e de gosto, se com Jenifer eram de alta problemática, com Dominique eram questões de vida ou morte. Uma relação onde as conversas não rodam em pontos em comum leva a duas coisas: ou boas pegações constantes ou brigas explosivas. Ou os dois. 
Eu adorava a pegação. Devo dizer, quem não? Mas ela acompanhava meu pique e com toda modéstia, tem que ter gás pra me aguentar.
Mas as brigas, putz. CONSTANTES. Não houve uma semana inteira, em 1 ano e sei lá pouco tempo de namoro, que ficássemos em paz. E bom, eu não conseguia criticá-la antes que ela me ofendesse de verdade, pois eu não sabia como colocar as palavras. Ela sempre reagia de forma exagerada e seus traumas me tiravam a coragem de dizer metade dos problemas que havia. Eu, burro, preferia ser alvo. Aguentava cada pancada. E logo uma hora eu explodia soltando tudo da maneira mais feroz possível. Mea culpa, em parte. 
Tanto que chegamos a terminar antes do carnaval (não consegui aproveitar, antes que digam algo) e voltamos alguns dias depois: eu iludido por ela que usava de tudo pra me atrair e me convencer de que tinha se tocado dos erros cometidos. Porra nenhuma!
A relação só foi se desgastando, ao ponto de mais e mais coisas irem acontecendo. Muitas, externas, e tão pesadas que não ouso citar. Mas se você me perguntar eu digo. 
Fato, eu deixei de amá-la. E acabei me enrabichando pra outras direções. Quando isso ficou claro, fiz o que tinha que fazer. No dia 2 de dezembro de 2012, eu já sabia que não tinha mais como aguentar.
Foi melhor pra mim, sem sombra de dúvidas. E hoje dizem que pra ela também: tá até namorando! Há mais guerreiros que eu, afinal.

Brincadeira, no fundo ela só teve muito azar na vida. Eu não a amei, hoje eu tenho consciência disso. Mas ela me amou. E eu sou grato por isso. Posso ser amado, alguém provou.

Daí, foram paixonites, taras e sonhos diversos acelerados durante os últimos meses. Nada bem sucedido. E eu me incomodo, mas como eu te disse antes algumas vezes, ninguém foi feito pra solidão. Ninguém merece solidão. Mas eu estou mais acostumado à ela. A metáfora de lobo solitário me é perfeita apenas porque aprendi a lidar por necessidade. Ninguém nunca disse que eu escolhi esse azar pra mim.

E isso tudo que escrevo eu cortei diveeeersos casos rápidos, talvez até mais engraçados. A questão é que, se eu, EU , estou rindo disso tudo até hoje, porquê você não?
Justo o motivo de eu te escrever isso (falei que diria no final) : só pra te botar um sorriso na cara e você perceber que eu não minto quando digo que te entendo mesmo.


Já te contei isso mesmo: imagina pra mim como foi saber que seu nome era igual o da minha ex? Porra, se isso não é perseguição divina, não sei o que é. 

Mas que seja como for. Estes são os últimos capítulos até hoje. E eu só tenho 19 anos cara. Ainda tenho muita coisa pra escrever, e ainda estou dando risadas. Ainda tenho motivo pra sorrir. Você sabe que tem os teus, e deve continuar se apoiando neles. Fique tranquila, se você não deu risada dessas histórias que contei ainda tenho muitas outras pra outro dia e quem sabe pra quando eu publicar esse livro de verdade...

Você não precisa apagar seus últimos parágrafos. Um bom livro sabe usar os próximos capítulos pra preparar o terreno para a grande reviravolta, na qual você chega no topo. 
E cá estou eu, registrando alguma coisa disso. Digamos que você me deve uma página. 




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Ao que se dá valor

Ontem foi uma noite boa. Noite pra provar coisas que os dias longos fazem a gente desacreditar. Ontem foi um dia longo desses, mas como eu disse, a noite foi boa.


Serei bem explícito. Minha mãe ia passar por cirurgia, e parecia ser algo tranquilo segundo ela. Mas pra variar ela só foi me avisar ontem mesmo, dia da cirurgia. Isso bota qualquer um tenso. Além disso, já vinham as mesmas velhas questões: paixonite provavelmente não correspondida, solidão, falta de dinheiro pra sair com os amigos e acelerar a gravação do meu CD, bem como tempo também. E de quebra, frio = resfriado. 

E isso naquela sequência típica de eventos que só me acontece. Um seguido do outro e se repetindo em constância. O que fazer diante disso? Ontem era o típico dia que eu não tinha mais resposta pra nada, motivação pra nada. 

Até que, de pouco em pouco, eu que já tinha largado do bom humor ou sequer da disposição pra dar um sorriso, fui recebendo boas notícias. 
A primeira veio dias atrás. Descobri que, caso eu consiga intercâmbio na Inglaterra daqui a 1 ou 2 anos, a Universidade de Liverpool está entre as 30 melhores do país. Significa que, se por um acaso eu quisesse estudar na Terra dos Beatles, não estaria fazendo nenhum mal ao meu currículo, pelo contrário. E, cabe dizer, claro que ainda tenho que pesquisar quanto ao ramo da engenharia ambiental - se é ou não um dos fortes dessa Universidade e principalmente se ela é uma das mais fortes na Inglaterra nessa área - mas olha que mão na roda? Se eu fosse pra outras faculdades até mais famosas da terra da rainha estaria fadado a migrações de alguns quilômetros pra conhecer Liverpool, e isso poderia se tornar atividade de fim de semana - tirando meu foco do estudo. Mas, estando diretamente em Liverpool, essa febre podia até ser constante mas seria baixada. Viver em contato constante com o ambiente beatle mais me inspiraria, e consumiria menos tempo pra aproveitar tudo. E manter o estudo.


Mas isso era um alívio futuro, numa eventualidade de acontecer. 
Durante o dia, enquanto minha tensão subia pensando na minha mãe (eu e minha tia a levamos ao hospital, eu voltei pra cuidar da casa e minha tia ficou com ela), além de assombrado pelos mesmos fantasmas de sempre, tentei relaxar mas nada funcionava muito bem: fui jogar meu PES mas ele está travando (provavelmente cansou de mim), fui tentar gravar (eu tenho gravado bem com o Audacity!! ) mas o resfriado não ajudava nos resultados. Nada me deixava tranquilo.

Aí caiu a noite, e a noite foi boa.
Logo de cara, minha tia liga. "A cirurgia foi um sucesso, sua mãe tá acordada e já falou pra vocês não transformarem a casa num openbar". Minha mãe não estava só bem e não tinha só corrido tudo bem, minha mãe estava consciente e corujona como sempre - melhor impossível.

Depois, fui surpreendido quando uma amiga, conversando brevemente sobre coisas da faculdade, me perguntou sobre meu CD. Mais que isso, quase me estampou que está esperando que eu consiga. E isso porque eu já não esperava que qualquer um que fosse viesse me falar algo, ainda mais depois de eu finalmente ter conseguido deixar algo disponível pra downloads (quem sabe eu posto por aqui) e não ter recebido praticamente nenhum comentário e chegado a conclusão que provavelmente ninguém sequer baixou.


Era a injeção de ânimo que eu precisava. Lembro de 3 anos atrás, quando eu tava começando e não sabia bem no que ia dar e se devia de fato persistir, quando a Ana Moraes começou a me perturbar com essas ideias (e muitas outras). Óbvio que a relação era bem diferente e teria desenrolares muito inconcebíveis, mas o princípio é o mesmo que quer dizer: aquela moral exata na hora certa que você mais precisava. Isso eu não esqueço, nunca. São poucos que conseguem ter um timing tão perfeito. 

Não foi o bastante? Que tal eu receber uma cantada? Pelo menos foi o que me pareceu, algumas horas depois, sendo surpreendido por outra pessoa. Pareceu, mas sabe como é, eu nunca acredito por completo até que seja explícito. E eu nem sei o que pensar se for de verdade. 

Claro que, numa noite tão boa, alguma coisa tinha que dar errado: Botafogo com jogo na mão tomou virada em 1 minuto. Depois virou no segundo tempo, pra 3 a 2, pra no último minuto (mais uma vez) tomar o gol de empate. 3 a 3 com o Inter. Já são 8 pontos desperdiçados dessa forma, embora o time ainda seja líder do campeonato. É amor e ódio ao mesmo tempo. Mas acredito no meu time. Vamos rumo ao título.


E apesar do resfriado, acabei de descobrir que FINALMENTE ganhei uma promoção na vida!

A promoção da Sennheiser, que tanto divulguei no meu Facebook. Conseguir ficar entre os 10 primeiros. Ganhei e espero agora pra receber um microfone. Vai me ajudar MUITO pras gravações.

Melhor: o número de votos. Perto de 600. Eu, sozinho, mesmo votando todo dia, no máximo podia alcançar 130, 150 votos. E eu não votei todo dia - às vezes esquecia ou a internet não colaborava. Isso significa, nada mais nada menos, que eu tenho público SIM. Vocês ouviram isso, bando de críticos? Tem quem queira ouvir sim! E tão me apoiando, porra!

À essa galera que me apoiou, meu sincero muito obrigado. Vou retribuir em peso!



E aí sim, você pesa as coisas. Cara, sabe, não importa se meu time tá dando bobeira quando ele ainda é líder e fez um partidaço. Sei que vamos ganhar na frente. Não importa se eu to solitário se meus amigos realmente se importam comigo e querem me ver bem, fazem isso ser explícito. Não importa se eu fico sem ninguém por muito tempo quando podem brotar pessoas e nos surpreender. Não importa se muita gente me critica e não entende as minhas dificuldades se tem gente que mesmo com tudo isso acha o máximo o que eu faço e o que eu sou. Foda-se, sabe, foda-se o problema. Tem motivo bom pra ser feliz nessa vida. É só a gente que complica demais.



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

In chains

Já trocamos muitas palavras. Boas conversas. Sua simpatia é um capítulo a parte.
Deve ser parte do que já me prendeu a você.
Do que são feitas tuas correntes? 
Já me referi à tua imagem por aqui. E claro, você nunca soube.
Eu tenho vontade de te mostrar as mil maravilhas que imaginei pra nós. 
Todas, sem exceção. Desde uma simples cruzada de olhares que se reconhecem de sorriso, a mesmo um beijo trocado nas campadas limpas entre corpos em fulgor. E tantas outras.

Mas quem pediu isso? Que eu imaginasse?

QUEM FOI?

Até onde sei, ninguém. Queria saber quem foi, perguntar pessoalmente ao sarcástico que ainda se faz encima da piada que é a minha vida amorosa.
Eu não queria olhar pra mim mesmo e reconhecer, mais uma vez, os sintomas clássicos de uma paixonite. E não uma qualquer, uma DAQUELAS.
Não que você não seja digna desse sentimento e de outros muito mais nobres e sem culpa, mas, teria você pedido nos teus pensamentos que não consigo adivinhar pra que isso acontecesse? Teria sido você o sacrifício voluntário, que se deixa atingir pelo trem bala conhecido como meu coração?

São coisas que por mais que eu pense e use minha racionalidade, não consigo responder. Quero me convencer que você foi apenas educada, que gostou do cara que sou mas nem sequer pensou na possibilidade; quero me convencer que sua riqueza te permita estar aonde eu não posso nem poderei estar em muito tempo e que por causa disso você tenha altíssimas chances de conhecer caras melhores do que eu e portanto eu não devo sequer tentar marcar algo, pois nada irá te satisfazer no meu mundo suburbano tanto quanto teu mundo da elite geralmente me repulsa mesmo quando eu posso acessá-lo. Quero, acima de tudo, me convencer que você é só uma amiga nova pra mim e que não devo me abalar porque logo me aparecerá alguém que espante todas estas problemáticas reais que tento me fazer lembrar a cada momento que lembro da sua voz e do teu olhar.

Mas eu não consigo....

Ainda acho que você notou algo em mim. Ainda acho que você quer sim sair comigo, e que apenas é uma garota enrolada e imprevisível. Ainda acho que provavelmente você até possa preferir playboys mas esperava um cara um pouco diferente dar as caras. Ainda acho que encontraremos programas que nos agradem por igual e que minha condição financeira poderá ser ignorada pra que eu tenha condições de estar com você. Não é que eu ache que você liga pra dinheiro, mas sem o mesmo eu não teria como te levar até sua casa, conhecer os lugares que você gosta, estar nos lugares que me permitiriam dizer pra você, nos teus olhos ,
que te quero.


Sua corrente é forte. Escorregadia mas pesada. Truque seu: passou mel e olhou pra mim com esse teu sorriso dilacerador. A corrente me sufoca como se dançasse entrelaçada, enquanto minha consciência pesa pensando no que devo dizer a você.

As palavras sairão quando eu achar que é hora.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Caçador

Sol nascente. 
Mais um.
Mais um, e estou lá, mais uma vez. Os apetrechos preparados, sempre a postos. É cedo, talvez ninguém mais esteja no campo...mas estou lá.

Procurei tantos dias e tantas noites, sempre sem muito sucesso. Por vezes, ela despontava nos campos bem rápido - demais para que mesmo o gatilho mais preciso fosse capaz de acertá-la. Mas assim também é compreensível. O que me deixou injuriado mesmo é, sendo ela bicho tão raro, eu ainda fui capaz de estar sem munição quando a criatura simplesmente se fez presente na minha frente, e com a mesma facilidade que apareceu, foi-se. E eu sem balas.

Não me entenda mal. Não estou caçando bicho raro pra botar em extinção. É que o bicho só pára quando lhe aprouver, e assim complica o meu lado. Como disse, de vez em quando me vem com a mania de simplesmente brotar na minha frente, mas eu não a agarro. Não de completo. Não sei se o bicho é arisco ou se me faltam dedos, mesmo. 

E aí você se pergunta pra quê que eu quero o bicho se não é pra matar. Aprenda a lógica da sobrevivência: mate sua presa única e satisfaz tua fome pra um dia. Cuide de sua presa e atraia outras da mesma espécie, crie, tenha sempre sobras, sobreviva eternamente. 
Mas a metáfora parece cruel não é? Calma-te em teu leito, caro leitor. Tudo tem seu tempo: a bala pra acertar o alvo, o bicho pra fugir da bala, eu pra explicar minha metáfora.


Espere agora, que enquanto conversamos ela despontou aqui na colina. É, pena que você não pode ver! Bicho elegante, vou te contar. A danada tá bebendo água aqui, serelepe, acho que ainda não me percebeu. Escopeta na altura certa...mirando...atirei.


Putamerda, peguei.

Peguei. Para tudo. Peguei.

Arrgh, mas que desgraçada!!!
Deixa eu respirar um pouco. Vida de caçador não é fácil. Bom, passaram uns 5 minutinhos, foi o tempo de correr na colina e chegar perto da criatura. Ela caiu no chão de propósito! Se jogou. A bala nem arranhou a desgraçada. Quando cheguei perto e encostei a capeta me lambeu a cara e saiu correndo. Se jogou de propósito, pra receber um afago! Bandida...


Nem Ortelino Troca Letras deve ter passado por uma dessa. Pernalonga e Patolino são 2 filhos da puta geniais, mas jamais fariam algo assim.


O engraçado é que eu gosto. Desses carinhos que ela me dá, de graça, por querer, e depois me bota correndo atrás. Animais com tendências ciganas, vai entender. Ou infantil como criança. Melhor assim mesmo..


O que eu caço? 
A felicidade.

Bicho arisco, com o vento nas patas. Corre rápido pelas florestas escuras antes que a negra noite caia sobre tudo. Gosta de sol, gosta de água limpa. Zombeteira, sabe das minhas sombras e sempre que as vê trata de correr logo. Mas quando estou limpo, corre pra mim. Vem brincar. E me apronta graças: colhe flores pra botar nos cabelos de alguma garota que me esbarra o caminho. E fica cercando o terreno enquanto eu mudo de alvo na caçada. Mas não esqueço nessas horas: "a danada da felicidade está comigo agora. E eu nem preciso agarrá-la". E aí é aquela velha história, fica todo mundo junto quando dá certo, e ela chispa trovejante pelas pradarias pra longe quando o meu tempo fecha - antes de conseguir algo com essa garota enfeitada pelo acaso que a felicidade fez ou mesmo depois de conseguir. 

E eu volto, escopeta na mão. Balas de alguma coisa. Até bala halls, se bobear. Só não é bala da PM, isso eu garanto. 

A felicidade gosta de visitas rápidas. Ela tem mil motivos pra não estar comigo, com você ou com ninguém que seja. Mas quando ela vem, parece que todo o resto é pouco. 
O jeito é esperar ela vir e estar preparado. 
Ahh eu ainda pego ela. Ohhhh se pego.

sábado, 10 de agosto de 2013

Os de Liverpool

Acabou aqui o show da All You Need Is Love. E eu já como se fossem os próprios Beatles. Dá vontade de chorar com certas músicas. E aí eu me pego pensando, como isso é possível?

Como foi possível, conceber uma quantidade de músicas da mais alta qualidade num período de tempo curto sendo que muitos artistas levam 30 anos pra conseguir nessa mesma quantidade? Como em menos de uma década 4 caras questionadores mudaram o rumo de toda a história da música e influenciaram gerações e o continuam fazendo até hoje?
Por vezes você sente que é presente divino, ou como disse uma boa amiga, vai ver eles acharam tudo pronto debaixo de uma pedra e usaram. Vai saber como é possível. 

Lançaram os Rolling Stones, exploraram e deram início à popularização de praticamente toda as variantes principais do rock n'roll, passando do country ao metal e o psicodélico. Foram a razão de existência para bandas como Kiss, Mutantes, Oasis e toda a jovem guarda. Influência direta para Beach Boys, Led Zeppelin, Queen e Pink Floyd. A maior dupla compositora de todos os tempos, o primeiro mártir do rock, o baixista mais importante da história, um dos guitarristas mais aclamados que se conhece, o baterista mais figuraça que já se teve notícia.


Tenho a certeza que nasci naquela época, fui nos shows deles, com muitos amigos e amigas que compartilham a paixão. Porque pouca coisa explica. A gente deve ter visto lá no Cavern. Quebrado tudo curtindo o maior fenômeno da música. Tive essa certeza confirmada no show do Paul, quando em boa companhia, tanto chorei quanto gritei como pulei e cantei, quebrando tudo a noite toda. Melhor noite da minha vida. Provavelmente de outras, porque só assim pra explicar.

Só mais uma noite ouvindo suas músicas. Só mais uma sem se preocupar com nada no mundo. E com um sorriso besta no rosto, acreditando no amor e outras coisas mais.

Fab Four, forever.


domingo, 4 de agosto de 2013

Guerrilha

Diga aí, você, firme no teu planeta egoísta, qual a coisa que te faz tão cheio de si?
Desculpe pelo egoísta, no fundo nem somos tanto assim. Acho que é só medo, medo da gente entregar os pontos na frente do mundo. Todo mundo tem isso. É, é medo mesmo.
Eu mesmo digo, que a gente tem que saber se valorizar. E ter confiança em si mesmo e no que pode fazer. É lema da minha vida, um dos poucos imutáveis. Mesmo assim, tem vezes que a gente não tem muita coisa pra se agarrar e chamar certeza.


Não sei bem porquê, as pessoas estão me achando diferente. Eu to me achando diferente, também, de alguma forma. Mas não faço ideia de como, ou no quê. Só sei que to diferente.
Diferente mas igual nessa confusão dos meus pensamentos. 


Sempre me irradiam esperanças vãs de coisas aleatórias. Mas também das coisas que eu realmente quero pra vida. E dentre a razão que me diz o certo dos pensantes e me aconselha a trabalhar cada dia devagar por algo pouco e cabível, vêm estes sonhos mirabolantes de me destinar aos saltos que desafiam mesmo aos que sabem voar.

É como uma guerrilha, vejam bem o que digo, uma guerrilha!

Digamos que o mundo é um governo militar ditador, reprimindo a liberdade. Não é difícil imaginar isso.
Daí suponhamos dois grupos: os que se escondem e os que pegam em armas. Os que se escondem, com todos os motivos lógicos para fazê-lo, são meus pensamentos terrenos. Os que vão pra luta são meus sonhos que palpitam neste velho coração metido a revolucionário - ainda acha e vai continuar achando, ele, que pode ganhar o mundo e realizar suas metas. E se o músculo involuntário assim o faz, o mesmo é para mim no todo ao fim das contas.

E sempre vem assim. Quando tudo parece calmaria e os aquietados vão vivendo, os lutadores da liberdade explodem de meu peito em fúria, irrompendo a acomodação e buscando algo mais. E vem bala pra tudo que é lado. Se toma muito tapa na cara, mas não se entrega.
Jamais hei de me entregar.

E se a metáfora retrata bem a realidade de quem anseia um mundo melhor, talvez não houvesse outra nesta situação em que me encontro pra quem, como eu, quer amar mais e melhor. E ser amado assim também. Pra quem como eu quer, na hora certa, dispensar a lógica e partir atrás destes sonhos mirabolantes. 

Serão dias intermináveis. Serão suor, dor, sorrisos para a pouca sorte do alimento reservado, também serão sangue derramado sem saber se foi em vão. Talvez por vezes seja necessário recuar. Mas tudo é estratégico. Minto, na verdade tudo é vontade. É garra, paixão. Intenso demais pra razão segurar sempre. Vai ver por isso eu sou assim; louco desvairado pra tanta coisa que eu sei que devia segurar a onda um pouco mais, ou sei lá. Como dizia uma pessoa: "às vezes é tudo tão sei lá"

Parece apenas uma expressão vazia daquelas conversas de pré-adolescente pela internet. Tudo sei lá. Mas, pasmem, faz sentido. Tudo é sei lá, porque, quem somos nós pra bater o pé e dizer todo o tempo que é tudo certo de uma forma ou outra? 
Pensem em Sócrates. Isso devia ser uma frase que ele deveria ter ouvido em seu tempo de vida. Gostaria de ver a reação do pai da retórica. 

Voltando - quem somos nós, afinal? Mesmo as coisas mais certas por vezes são falhas e nos traem. E é tão comum que nos peguemos em dúvida que não podemos condenar quem as tem. A questão não é deixar de ter dúvidas ou medos, quiçá anseios: se trata na verdade de ter tudo isso e saber, de alguma forma, dar um passo à frente, seja pra bem ou pra mal.

É a guerrilha. A gente sofrida contra o exército, os 300 contra Xerxes, e tantas imagens mais de desvantagem que se possa imaginar: é saber que para chegar nas coisas que mais desejamos os meios são muito escassos e os obstáculos serão muito mais numerosos e até mais poderosos. Mas tudo isso é irrelevante quando se sabe contornar e se tem a paixão pela causa. Seja pra lançar o ataque definitivo e conquistar a liberdade de viver o que queremos, seja pra se atirar em frente ao fogo inimigo e se deixar morrer junto com esta causa. E tal qual as guerrilhas, estes nossos sonhos também podem ser transmitidos mesmo que sejamos derrotados em combate. Sempre haverá alguém que podemos influenciar. Sempre haverá quem precise ver um lutador para se descobrir como um.


Vai saber onde eu penso estas coisas. Sei que, dito tudo isso, retrato as colocações do começo destes versos. Posso até não ter certeza 100% das coisas o tempo todo, mas o meu coração guerreiro já influenciou minha cabeça senhora da razão há muito tempo. Não tem mais separação, é braço dado frente ao destino. E daí, vamos. Realizar sonhos, vivendo a vida.

sábado, 3 de agosto de 2013

Lonely ending

De todas as coisas, talvez a única que eu nunca soube solucionar, é a minha solidão. 

Quer dizer, há de haver alguém que tenha o conseguido? Apagar a sensação de vazio e abandono das madrugadas inertes...seria possível?
Quer dizer, eu ando mais motivado do que costumava. As coisas estão se encaminhando apesar de novas dificuldades no meu caminho.
Por outro lado, me sinto mais sozinho do que estava mesmo no abandono da faculdade sem ver ninguém nem mesmo os colegas de faculdade com aquela frequência que eu gostaria. Mesmo pelo computador, os contatos não são o mesmos, e se já não eram, recentemente parece que me foi negado o direito à uma boa conversa todo dia. São horas a fio, puxando papo com pessoas que nunca me respondem quando quero conhecê-las; ou horas a fio esperando os amigos certos que sabe lá Deus porque resolveram, de complô, desaparecer...

Não os culpo, são férias né. Final de férias de alguns enquanto as minhas apenas começam. Normal que alguns estejam viajando, mas não todos. Mas quem sou eu pra cobrar alguma coisa? Se eu tivesse algum trocado no bolso pra sair eu mesmo marcava os programas e findava esta saudade de calor humano que se bateu sobre mim. Mas tá complicado. Nem sempre se tem o que se quer, e eu, de muitas pessoas, deveria saber isso melhor que muita gente...

É complicado ter essa gana que eu tenho. Essa gana de não se dar por satisfeito. Sempre quero algo mais. E sei que posso buscar, conseguir muita coisa. Essa gana é fundamental mas também é problema por vezes. Vezes que tê-la não garante um dia satisfazê-la. Não que eu seja insaciável, houveram sim ocasiões onde eu podia me dizer 100% satisfeito com a minha vida. Mas hoje eu to longe disso apesar das minhas realizações. Eu to na casa de 60, 70% sendo muito otimista. Mas os 30% que faltam são muito, muito importantes. E essa gana de querer agora não me dá a paciência de esperar, vide que são todos em cada mínima percentagem coisas que o tempo deve resolver por mim sem que eu me estresse tanto.

Mas eis minha natureza. Persistente sem paciência. E que sabe o que pode fazer. E vai e tenta fazer, mesmo que seja fora de hora. É complicado. 


Tem vezes que tudo que eu preciso é alguém pra conversar. Acho que preciso conhecer gente nova. Urgentemente.

Velha história

É, eu ri dessa.
Você sempre me conta essa história, de que seu meio de contato é falho e que todas as canções que cantei pra você se perdem no eco pra ninguém.
Devo acreditar? Quero acreditar? 
Será que faz diferença, acreditar ou não?


Não sei. Sei apenas que você continua voando por aí. Nesse teu jeito. 
E mesmo que seja verdade, você poderia ter me procurado de algum jeito. Você voa e espera que eu te cace? Eu também vivo, sabes. E pior, sabes!


Não sei mais de nada nessa vida em relação a você. Mentira, sei. Acho que sei, é difícil definir. 
E eu não vou dizer que são só flores. Tem muita mágoa, causada por mim mesmo. Muita tristeza, muito arrependimento de coisa não feita. Será que eu deveria fazer, aliás?
Não sei.
Nossa velha história se repete no seu voo. E se ela terá capítulos novos ou vai ficar sempre na reprise, não sou eu mais quem pode dizer.