Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sábado, 18 de julho de 2015

Funny memories

Tinha acabado de postar, e diga-se de passagem: postar exprimindo aquela velha impaciência. 
É, é algo meu, não tem jeito, por mais que o tempo passe e eu aprenda a me conter para saber como lidar com tudo, ela sempre consegue se fazer escutar em determinados momentos.

O engraçado é que após isso, fiquei revendo alguns posts aqui do blog, das antigas. 
Nem me ative em ler, eu apenas folheava a lista de postagens. E lembrava o conteúdo ao lembrar do título. Acabei me surpreendendo por ter essa capacidade, ainda. 

A boa memória é um trunfo de grande potencial, às vezes você não sabe o quanto isso é importante. Mais do que o velho clichê de aprender com o passado. 
É, está além disso. Tem um quê de respostas prontas, e de projeções interessantes. 

Faz muito tempo que eu não cito nomes por aqui. Aprendi a não citar. Ao menos, quando isso pudesse causar danos. Mas hoje eu vejo que, se eu quiser vir aqui e começar a falar da Ana, da Taissa ou da Dominique, ninguém vai dar uma foda. O que diabos eu não falei ainda delas? O que eu não detonei, expus ou mesmo imaginei sobre elas em todas as minhas histórias?

Mas não é esse meu ponto, deixa eu me ater sobre o que quero. Isso era errado. Seriamente errado. Escrevi um livro com minhas memórias, e honestamente penso em trocar muitos nomes antes de publicá-lo. O livro em si é algo a parte, porque no livro mesmo a grande graça está em como eu me avalio, anos e anos depois das minhas peripécias.
E esse é o meu ponto. Eu vejo as minhas peripécias, hoje. 

Quer dizer, nem é de hoje. De algum tempo. Eu acho que sempre fui um sujeito que aprende rápido. Só que eu me iludia rápido também, e aí era como se esquecesse tudo. Daí tantas reincidências, por assim dizer..

Voltando; eu vejo o que fiz, então eu sei onde errei. Mais que isso, eu sei onde eu posso errar e me vigiei com constância para que, na fase em que estou, eu não me sabotasse de tal maneira novamente. Bastou ficar relembrando algumas velhas histórias, e putz, me vi um tanto quanto ridículo meia hora atrás. Era só jogar alguma coisa, beber água, botar os pés pra cima no sofá....Tantas opções! O stress é sem dúvida um vírus, nível gripe, que uma vez que te pega ele tem mania de voltar. E te induz ao erro, porque afeta seu julgamento.

Aprendi a dar risada das minhas histórias. Acho que fez toda a diferença. Minha ânsia pelo futuro é boba: em pensar no que eu era apenas 5 anos atrás, jamais pensaria possível eu me tornar o que sou. E eu me queixava do azar: eu era a própria causa. 

Não posso me fazer de vítima, tampouco posso tentar me responsabilizar pelo que não me cabe resolver ainda. Tudo é como deve ser, e a julgar pelo histórico, só vai melhorar.

E eu me preocupando de graça..




(Des)Conforto

Engraçado.
Não venho tendo muitos motivos para reclamar, tirando o de sempre.

É, o de sempre.

Aquelas velhas limitações, aquelas situações com que aprendi a conviver.
A vida me fez mais paciente, mais resistente e resiliente. Adaptável, essa é a palavra.
Aprendi a jogar o jogo, mesmo que ele mude as regras com relevada frequência e ocorrência imprevisível. 
Mas, decerto, isso me incomoda um pouco. Não, talvez nem isso. 

Essa é uma reclamação que talvez eu não possa fazer: me queixar do básico. Daquilo que todos nós, em mínimas condições de sobrevivência, somos obrigados a aturar.
Sei lá, parentes inconvenientes, colegas apáticos, sociedade atrasada. Todo mundo tem que aturar isso. Tem gente que inclusive, sofreu e sofre muito mais em função dessas variáveis do que eu jamais sofrerei em vida. Não é desmerecer minhas mágoas, é só não enxergá-las com um complexo de auto-piedade exagerado, um vitimismo perigoso e conveniente pra quem quiser sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar (não pude resistir). 

Mas se a vida me fez paciente, de natureza sou impaciente. Resistente e resiliente, mas sem saco algum. Eu aprendi a segurar a onda, a ter calma, não nasci sabendo. E justo o contrário, no meu instinto mais primordial eu tenho vontade é de sair dando voadora. 
E a vida no momento, tão boa como tem sido, ainda não está o 100% que eu quero. 
Provavelmente é o 100% que eu posso, que me é possível para o momento. 

Cara, como isso é irritante. Profundamente irritante, enlouquecedor. 
É óbvio que eu não vou dar um ataque de garoto mimado. Mas irrita ficar esperando calmamente pela hora certa para o grande salto, a grande escapada.

É o mal da vida antes agitada e caótica. Te coloca inquieto, ligeiramente incapaz de aproveitar a calmaria. Na verdade eu a tenho aproveitado muito bem, até. Mas tá entrando aí nessa conta também a minha impaciência, e o meu pouco perfeccionismo. Quero que fique logo perfeito, que eu não consiga encontrar nada pra reclamar. Nem mesmo o básico.

Devaneio idiota, sem dúvida. Sempre vai ter algum problema. Eu não sei, entretanto, se eu gosto de achar defeitos pra consertar, ou se vou aprender a relevar 100%, mais do que faço. 

Preciso voltar a caminhar. Clarear a mente, organizar as ideias. Deixar fluir.