Eis-me aqui, talvez menos poético. Ou não.
Paro e penso nos amores que tive. Paixões, paixonites também. Amores verdadeiros que se acabaram,
E um amor que jamais se deixou de lado, e parece querer sempre ser o amor que veio pra ficar.
Digo hoje, com sinceridade, tudo que senti e tudo de que me serviram estes amores. Estas pessoas.
Saberão quem são aqueles que já sabem e se lembram. E talvez as próprias, caso se identifiquem.
À primeira paixonite: sou indiferente. Me apresentou ao que seria o sofrimento clássico dos nerds e a friendzone. Também me mostrou o que é gente aproveitadora. E que tem nariz em pé, também.
Não sou magoado por isso, tantas vieram a ser assim depois. Além do mais, tenho a certeza de que deve de guardar boas lembranças do maluco que costumava lhe babar o ovo.
À menina do primeiro beijo: Roubei-o, mas só faltava um convite com neon também. Tive alguns reencontros com a dita cuja por aí nesta vida. Sinceramente, acho graça. Tenho uma boa fé por ela, e descobri que eu levava jeito, afinal de contas. Só não faço nenhuma questão de ter nada com ela de novo.
Ao primeiro amor semi platônico: Tenho para com ela uma dúbia relação. Quer dizer, tinha. Cortei relações porque o tempo me mostrou coisas que eu talvez soubesse que iria ver. A verdade é que eu sinto falta da pessoa que ela foi, no começo. Uma amiga sincera, uma boa inspiração. Um nome bonito pra se dar à uma guitarra, e uma vez batizada, não se pode mudar a mesma. Nada poderá mudar algo que já está feito em questões espirituais.
Mas também cabe ressaltar, sofri pra burro. E de escolha própria, o pior é isso. Mas naquela época, parecia compensar. Hoje, a dualidade da relação cortada se dá porque embora o que ela era no começo fosse algo a se guardar e conservar amizade, o que ela se tornou é algo que não me convém não me atrai e sinceramente me dá pena de ver concluído como destino. E eu não gosto de ter pena de ninguém.
Resumindo, um nome pra uma guitarra. Uma boa música. Uma boa amiga, até onde ela foi amiga, por conveniência de ser.
Mas péssimas lembranças.
À primeira "namorada": Desta não quero um recado que não seja este: "Estou feliz". Dei todo o meu melhor pra pessoa, numa situação onde poucos teriam coragem ou mesmo a burrice de se manter, a troco de nada.
Mas não, houve uma moeda de troca, eu aprendi a valorizar meus esforços, e dar valor a quem valoriza também. Tomei o chute mais doído de todos, porque era eu quem deveria tê-lo feito. E sim, mesmo eu enchendo o saco de todos para que vivam a vida sem guardar mágoa, eu acabei guardando muita mágoa disso. Foi impossível não guardar, e até me sinto mal. Mas de verdade, reconheço também meus erros. Reconheço também o quanto foi bom, para a fase em que me encontrava. Carência sanada, conforto dado e auto estima recuperada, hoje, desejo a esta apenas isto, que seja feliz. E nada de me procurar pra falar antes disso, porque o que eu podia fazer pra dar felicidade foi feito.
À companheira do lobo solitário: Talvez esta nunca tenha se tocado desta paixonite miserável que eu cheguei a ter. Ou tenha, e me cortou na hora certa, sem que eu mesmo tivesse planejado algo. Só sei que sanar este sentimento esdrúxulo num poema veio a calhar. Nunca mais senti nada, nunca mais foi necessário pensar naquilo. E sinceramente, foi ótimo que tenha sido assim. Amigos irmãos antes, amigos irmãos sempre. A paixonite durou tão pouco quanto se poderia querer, e tal assunto jamais foi dito às claras. Nem será, e o lobo fica quieto.
À ruiva comédia: Paixonite mais tosca que eu podia ter tido. E sem ofensa a menina, afinal, ela era e ainda é super legal. E ruivas, cara, preciso dizer mais nada. Me ensinou algo simples: não tente se enganar. E sempre que der seria bom ela vir bater um papo, mas sem relembrar a maldita paixonite kkk
À eterna viajante: Outra que provavelmente nunca soube da paixonite. Aliás, foi tão intenso que poderia dizer que foi o amor mais relampejado que já senti na vida. Paixonites são tão rápidas quanto, mas não tem esta beleza fundamental do momento que poderia se repercutir eternamente.
Aprendi muita coisa. A me esforçar mais na busca não só dos meus sonhos como dos meus ideais. Buscar a beleza das coisas como a beleza que me foi mostrada. Uma amiga e tanto, sempre foi.
Ao sufoco bem aventurado: Obrigado, de forma sincera. Condensou todos os meus ensinamentos e me deu novos. Claro, foi muito difícil, tudo era muito difícil com ela. Mas é uma pessoa boa, que se souber se ajeitar, há de ser muito feliz, e merece isso. Dentre as principais lições, me fez dar ainda mais valor pra minha liberdade, pro meu talento e meus sonhos. Me fez enxergar como era importante ser eu mesmo.
E como temos que também ceder às vezes.
Dar valor a nossa família também. Às vezes temos uma família ótima e não sabemos. Não tratamos como deveríamos.
Seja como for, obrigado. Espero sinceramente que seja feliz.
À brisa: Ainda hei de ter muito o que dizer. Mas é simples, é um sentimento tão leve quanto deveria de ser. E passa aos poucos, deixando algo de bom pra se contar à posteridade. Uma amiga inesperada, uma grande e perfeita amiga inesperada. Uma inspiração, um exemplo, a mais preciosa das lições: vale SIM amar.
E é algo que eu sabia tão bem, e devido a muitas das listadas acima eu perdi a certeza que tinha nisso. E graças a ela, recuperei o fôlego e a certeza de que vale sim, amar pelos mil anos, e que sejam tão curtos ou longos quanto tenham que ser. Mas sendo sempre intensos como só eu sei senti-los.
Ao pássaro negro:
Há
muito a dizer, e ainda assim parece tão
pouco...
Acho, no meu íntimo, que desde o primeiro momento estava claro o que seria. Talvez eu fosse tímido demais pra admitir ou realmente estivesse em dúvidas sobre como a gente tava se conhecendo. Mas foi algo mágico demais.
Até hoje é uma das histórias mais mirabolantes que eu tenho a contar para aqueles que vêm a se aprofundar na minha amizade. Talvez a mais mirabolante, mais eterna de todas.
E justo por isso, posso dizer que não vejo um fim para esta. Um ponto aonde eu possa dizer que "ah, aqui a história acaba e a vida segue". Não, nunca houve este ponto. Talvez nunca haja este ponto, e de uns dias pra cá, eu me toquei que não queria e nunca quis que houvesse essa possibilidade.
O que eu aprendi? E ainda aprendo, sempre ao falarmos.
Que amor é real.
Que eu podia ser amado também.
Que eu amo alguém.
Que amor de verdade vence distância, tempo, e até outros amores.
Ele vive na sombra se precisar, ou paira distante no ar (como prefiro dizer).
E fica ali. Você vive, ela vive, os caminhos cruzam e descruzam. E no fundo, nada mudou.
Isso e um pouco mais é o que eu aprendi. O que sinto e sempre senti, é indescritível ao mero mortal.
Afinal, é exatamente o que nos escapa e procuramos pela vida toda, pra preencher o vazio da existência neste plano.
E isso, tão acima de qualquer outra coisa, não pode ser descrito por qualquer palavra frase ou mesmo as músicas que eu amo. Da forma que é, posso usar analogias apenas, e torcer pra que caibam. Até cabem, mas não capturam tudo que é.
Pra não me alongar, porque necessito vê-la e dizer muito cara a cara.
Como diz a nossa música:
"(..)estava apenas esperando este momento pra chegar(..)"