Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sábado, 9 de agosto de 2014

Tinha que ser

Você tinha que ser assim.
Tinha mesmo. 

Procurei tanto e tanto por alguém assim, e quando eu já havia desistido - meses e anos atrás - de tal busca, você apareceu.
Belo presente de aniversário.

Eu deveria e queria apenas comemorar isso. E ao seu lado, claro. 
Mas você tinha que ser assim, justamente assim como é, e também é isso que me impede. Ou nos impede.

Você tinha que fazer piadas sem graça, tão sem graça que me fazem rir no fim das contas. 
Você tinha que ser a pessoa mais irônica por mais tempo que eu consegui cruzar o caminho.
Você tinha que ser inteligente, perspicaz, ativista e racional.
Você tinha que ter surtos de fofura que me fazem querer ser fofo com você.
Você tinha que ser divertida, e sempre buscar o lado bom das coisas.
Você tinha que ser atenciosa (e não pense que não notei) e interessada de verdade nas pessoas que te cativam. 
Você tinha que ser todo ouvidos, e também corajosa pra se expor.
Você tinha que ser linda, linda demais.
Você tinha que persistir no amor, mesmo que ele esteja morto e te faça mal, te impedindo de viver por completo.
E você tinha que ser assim, levemente desacreditada em tudo que lhe atribuo e possa vir a atribuir.

É, você tinha que ser igualzinha a mim.
Digo isso porque sei quem eu sou. E pode perguntar pra qualquer um que me conheça, se eu erro quando falo das essências das pessoas. Esse é o meu dom, ou maldição. 
Reitero: Você é igualzinha a mim. Idêntica, cópia fiel, meu molde feminino. E se me deixar viajar em romantismo, eu poderia arriscar alma gêmea. 
Você é tão igual a mim que consegue cometer os mesmos erros que sempre cometi. O que te narrei, pouco antes de ter que deixá-la ir. Pense bem a respeito, você vai ver que no fundo é a mesma coisa. A vida tá acontecendo ao seu redor e você segue presa a algo em que acredita, mas que não vale o seu acreditar. Não vale o seu sentimento, o seu valor. 
Ah, quem dera eu pudesse te fazer perceber esse valor! Posso fazer mil textos como esse, não sei se fariam mais do que simplesmente te tocar. Nenhuma mudança vem de fora pra dentro. É você quem deve decidir se vai seguir com isso, se torturando à espera de um milagre; ou se vai buscar coisas que te façam bem de verdade. 

Eu torço muito pra que as busque, mesmo que eu seja apenas um expectador, e não aquele que te espera do outro lado da ponte. 
Mentira, pois eu jamais conseguiria me conter esperando do outro lado. Posso até não atravessar tudo, pois há de convir que dar 9 passos a espera de um único é desigual. Mas dê-me 5, darei 5. E aí estaremos frente a frente, e seria bom torcer pra não se tratar de uma velha ponte de madeira e cordas, dado que a gravidade poderia nos surpreender. 
Talvez eu até topasse ser surpreendido. Há algo em você que me faz sentir como se tudo fosse solucionável e até passível de risadas, se estivermos juntos.
Há algo em você, definitivamente.

E não me venha com "a gente acabou de se conhecer". Eu sei disso. Você sabe disso.
O que não impediu em momento algum que a gente tivesse uma química, uma fluidez fácil de se conectar, se entender. Nem tudo é somente coincidência. Já disse (e rimos disso juntos), eu não sou um cara que chega pra ser como outros tantos. Coisas mudarão, isso eu garanto. 
Que essa mudança seja boa, pra nós 2.

Enfim, já tá claro que eu vou lutar por isso. Do meu jeito, que calha de ser o seu.
Tinha que ser, tinha que ser...