Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Um convite à possibilidade

Está tudo em branco.

Não existe registro anterior nesta vida nova que se iniciará. É uma folha de papel em branco, tal qual a mente das crianças. 
Aberta para toda e qualquer abstração que queira se concretizar.

Vivi a minha vida limitado pelos raros espaços sem pauta das folhas de caderno. 
Rabiscando sonhos e distrações, fazendo planos e tomando as medidas possíveis. E sempre o possível restrito, moldado pelo externo.
Com a grande paisagem sempre pronta, me cabendo apenas mexer detalhes.



Ahhhhhh, como é bom rasgar a pauta!
Trabalhar com todas as variáveis, enfim! 
Jogar fora todos os rascunhos de felicidade, e ser plenamente feliz.
Poder imaginar o que eu bem entender, e fazer virar real.
Não há mais limitações.
Não há mais externos me atrasando.
Agora eu farei o que bem entender.
E só de imaginar, me perco de prazer entre as tantas opções..

Está tudo em branco.
É tempo de fazer a minha história. 



quinta-feira, 5 de maio de 2016

Caminho sem volta

Lá estava ela.
Concentrada em mim e claramente sem ação.
Eu ali, no palco, interpretando pra assustar. Aquela velha recepção dos novatos. 
Uma reta de distância no olhar. Nem notei.

Lá estava ela. 
Centro da roda, com o nome e procedência gritados. 
Eu, que estava distraído, até gritei pra ver.
Nos conhecemos, tive uma boa impressão. 

Lá estava ela.
Aproveitando o tempo vago.
Eu também. 
Conversamos sobre a vida além da conta pra um primeiro papo.
Foi bom.

Ela de novo, fugindo da raia.
Eu, terminando de participar.
O ônibus embalou mais uma conversa. 
Os olhos dela brilhavam.
Eu senti algo.

Ela no corredor.
Eu também.
Várias vezes.

Ela chegando.
Eu esperando.
Senta, conversa. Mais uma das nossas, daquele jeito nosso. 
Os olhos de novo.
Eu sinto mais forte. 
Temo agir errado.

Ela manda uma mensagem.
Eu respondo. 
Por horas a fio, todo dia desde então.

Ela me encontra. 
Levo pra almoçar.
Quase faço uma besteira. 
Vejo que ela não quer uma besteira.
Mas a mim, talvez.

Ela me diz que está livre.
Eu revelo que já planejava estar. 
Nós nos preocupamos.
Nós nos relaxamos.
Nós resolvemos sair.

Ela chega de bicicleta.
Eu tinha ido a pé. 
Nós andamos e conversamos.
Nós nos divertimos.
E nós nos beijamos.
Nada tinha sido igual a esse beijo.
E os que vieram em seguida.

Ela sabia que ia acontecer.
Eu sabia que não poderia evitar.
O destino nos deu motivos pra ver: era pra ser.
Mas fomos nós que escolhemos querer que fosse.

Fomos nós que, diante de um caminho sem volta, decidimos seguir.
Fomos nós que decidimos deixar acontecer. E se apaixonar.
E até se amar.

A vida é um emaranhado de estradas e caminhos que, usualmente, não levam a lugar algum, e por isso seguem infinitos em todas as direções.
São os poucos caminhos sem volta que fazem a vida andar. 
E ao olhar nos olhos dela, eu sei que não vou querer voltar.