Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Stand by

Deixei meu coração em "stand by".
Não que eu tenha desacreditado das coisas do amor. Não, nunca deixei de acreditar.
Só cansei de remar contra meus próprios passos. 
Acho engraçado, como eu, particularmente, fazia e às vezes faço questão de contrariar o que aprendi. Sempre cometendo as mesmas burradas. Burradas mesmo, não é o meu jeito de fazer as coisas. Sei que to fazendo errado quando faço. Mas vou e faço. Parece tara. 

Parei com isso. Acredito.

É, vamos dizer que eu parei em definitivo. 

Sei lá, bateu uma simplicidade das coisas agora em mim. Coisa de maturidade, vai saber.
Você aprende lá e acolá que essas coisas se resolvem sozinhas. É clichê pra cacete. É um saco ouvir todo mundo que tá bem resolvido te dizer isso. Mas é a pura verdade.
Sempre quando a gente tem a menor expectativa possível, inexistente, de que em alguma situação algo novo possa brotar na nossa vida amorosa, a coisa simplesmente é invocada como que num ritual. 

Simples e certeiro. Você está lá, distraído, pensando em pouca coisa. Pode até pensar em querer ficar com alguém. Mas aí do nada desiste, fica abatido. Lembra do histórico, no meu caso. E de repente vem alguém, te chama atenção. E pá, tá feita a mágica. Não precisa muito. Só precisa desapego. Desapego dessa necessidade imbecilizada de procurar aconchego a qualquer custo com o primeiro sorriso bonito que passa. Pode até dar certo. Satisfaz. Mas vai saber até quando. E quantas serão necessárias. 

Não condenando os adeptos. Até tentei ser mas claramente não é a minha praia. Então eu deixo assim, "stand by". "Loading". 

E vai passando o tempo assim. Minhas expectativas existem. São altas. Pra tudo na vida sempre foram. Mas como é a única coisa na qual eu agir não é necessariamente conquistar a meta, então vou deixar quieto. Vai seguindo, vai esperando sem pressa. 

Eu quero é uma boa surpresa. Tomar um baque que me arrebente. O resto é frescura.

sábado, 12 de outubro de 2013

Licença pra brincar

Coisa dessa de lembrança.


O que há nas crianças que faz que sejam tão aéreas ao mundo?
Melhor, aéreas a tristeza do mundo. Porque não é só disso que ele é feito.
Basta observar. Falam com serenidade sobre as coisas mais sérias. Enxergam a naturalidade das coisas que complexamos. 
Cativam sem medo de faltar-lhes recíproca. Alguma coisa ensinou às crianças como o universo responde a quem lhe faltou ouvidos.

Diziam que eu era uma criança dessas. Meio sábio demais pro meu tamanho. Vocabulário de gente grande, e pasmem, sem palavrões.

Minha memória infantil não é muito extensa em termos de primeira infância, por assim dizer. Lembro de alguns momentos marcantes. O triciclo que eu pedalava. Meu avô paterno brincando comigo. Meus pais me mimando e a meu irmão com tudo que tinha direito. Lembro de alguns brinquedos em especial: os lançadores de carrinho (deixavam qualquer pista da Hot Wheels no chinelo, você realmente podia lançar um carro à metros de distância - e quebrar muita coisa com isso), minha coleção de bonecos do Shurato (meu primeiro herói). 
Samurai Warriors também, completinha. Power Rangers (a Mighty Morphin', clássica). E pilhas e pilhas de Transformers (Beast Wars, só quem viu sabe como era foda). 

Vou nem comentar dos desenhos e animes. Levaria anos pra ser minimamente respeitoso com algo tão mágico.

Lembro da primeira camisa do Botafogo. Os primeiros carnavais, ah que diversão sadia. Isso até alguém tacar espuma, aí virava guerra.

Adorava ler. Quadrinhos, livros. Do Homem-Aranha até 20 mil léguas submarinas. E lia muitas coletâneas sobre dinossauros. Adorava, sabia tudo.
Aliás, 90% de tudo que sei sobre dinos eu aprendi até os 6 anos e lembro até hoje.


Enfim. Só manter aquela chama de criança viva, que é sempre bom. E diferente de muita gente, a criança que fui tem muto orgulho de quem me tornei.



domingo, 6 de outubro de 2013

Pacto de promessas

Promessas são feitas.
Promessas são feitas com objetivos, propósitos. 
Quase um desafio moral a quem faz. Uma meta. Seta direcionada ao esmo.

Promessas são feitas. 
Promessas são jogadas na mesa.
Como provação de força, símbolo de ação futura.

Promessas são feitas.
Promessas vêm da boca pra fora.
Ecoam no vento e voltam cobrando resultado. A cobrança é dolorosa.

Promessas são feitas.
Promessas não tem necessidade de começar.
Porém são facas arremessadas com tempo de acertar seu alvo.

Somos alvo das nossas promessas.
Somos base para a cobrança do que prometemos.
Somos gravidade das facas arremessadas.
Somos eco das palavras ecoando. 
Somos a atitude que faltou pra cumprir o prometido.

Promessas são feitas.
Promessas são moeda de barganha de político.
É marketing mentiroso pra sustentar sorrisos falsos.

Promessas são feitas.
Promessas desfeitas soam ainda mais hereges.
São a leve humildade de admitir a vil incapacidade de se manter um ideal.

Promessas são feitas.
Promessas são mantidas sob egos frágeis.

Desmontam o castelo de areia e sal ao menor bater das ondas.

Promessas são feitas.
Promessas são brincadeiras de provérbios.
Se resguardam em sabedoria pretensiosa e ousam mirar os céus.

Promessas são feitas.
Promessas são escárnio divino.

O universo inteiro conspira para testar a força de quem as proferiu.

Promessas são feitas.
Promessas são audácia humanitária.
Aposta com o destino incerto e com a frágil existência.

Somos frágeis.
Somos escárnio.
Somos políticos.
Somos areia.
Somos tudo isso e muito mais. 
E por vezes, fazemos o que prometemos. Aí, somos geniais.
Mas de qualquer forma, promessas são feitas.

sábado, 5 de outubro de 2013

Piada velha

Dizer o de sempre é cafonice. 

Me surpreendo em como, por vezes, me pego nos pensamentos proibidos que deixei pra você, nos recantos do meu inconsciente.
É coisa rara, não é algo que me vem sempre. Aliás, eu só sei que existe porque uma vez em cada sei lá, 7 ou 8 meses, ou 2 anos, ou sei lá quanto tempo, me vem isso na mente. No corpo, melhor dizendo. É só o tempo de esquecer esse desejo bobo e vão, que ele aparece. E depois se vai e eu esqueço que ele existe.

Mas simplesmente tem hora que você me aparece de alguma forma que eu simplesmente penso: "Putz, quero você."

É estranho admitir isso. Quer dizer, há quem saiba que já pensei coisa assim de ti na minha vida em algum curto período de tempo. E talvez eu precise que sejam curtos, só pra eu não me agarrar nessa ideia. Afinal, já há tantos motivos pra concordar com tais devaneios.

Reforço, eu até prefiro que sejam curtos. Se sobram motivos pra me apegar a tal desejo, o número de motivos pra não entrar nessa são ainda mais numerosos.

Engraçado, eu sempre pensei e ainda penso que no fundo você sabe desse devaneio. Dessa minha loucura ocasional que brota por você. É tipo flor de primavera no sertão. Precisa de muita sorte e muita vontade do destino pra fazer aparecer. E se alguém notar é sujeito de rara apreciação e conhecimento dos fatos da vida. 

Ahhh, acho que no fundo você sabe e sempre soube. Nas primeiras vezes que me tomei por essas piadas que meus sentimentos inventavam, você deve ter percebido. Pra mim nunca é fácil esconder. E você é esperta demais, sempre foi. Duvido que não ficou lá, nos poucos momentos em que eu talvez tenha dado bobeira, dando risada dessa loucura.

Se você já morre de rir com as coisas que vivo e te conto, que dirá se eu contasse isso. E como eu imagino que você sabe dessa viagem, aposto: "Você é um louco mesmo, um besta."

Deve estar se cagando de rir. Se cagando. Me diverte ainda mais a ideia louca, dentro desses sentimentos retardados que se mascaram de hóspedes pra 1 ou 2 dias no máximo, de que talvez você compactue com eles com a mesma frequência que eu. Dou mais risada disso, de pensar nessa possibilidade, do que de imaginar qualquer reação tua.

E se eu estiver certo? Certo, nessa coisa transitória, de que você dá estas gargalhadas mas pensa e sente o mesmo transitoriamente?

Penso no seu sorriso nesses momentos. Vulgar que sou reparo em bem mais que o seu sorriso quando olho pra você. E não ouse ficar com vergonha ou desviar de pensamento se ler estes versos. Você sabe como eu sou, seria muita inocência sua pensar que, se me parte um sentimento desses, eu seria inocente por completo. Se eu te querer é por completo, e ai de você de fugir se der brecha.

Enfim, deixo essa piada pra você. Sabe que é pra você, não preciso dizer. Mas, se um dia, você quiser me lembrar disso ou conversar pra ver de verdade o que é, eu vou aceitar tranquilamente. 
Só não espere que eu vá atrás de você te fazer declarações, cantadas ou te dar ideias bestas. Se é transitório como eu digo, e daqui algumas horas essa loucura toda já possa ter passado, pra quê eu faria isso? Pra quê a auto humilhação? Sei lá, de tudo que você tem de bom é tudo que me dá mais certeza que é só loucura minha mesmo.

Que seja. Espero que esteja rindo. Sei que está. E o que me deixa tranquilo é que nossa química, como amigos, talvez nunca se perca - saiba você ou não desses sonhos meteóricos (sabe sim). Poderei continuar rindo de várias histórias com você, e de resto, e vou deixar e esquecer. Sabe lá quando eu vou lembrar dessa doideira de novo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Coisas que necessito ver antes de morrer



- Mais gente verdadeira, consigo mesma e com os que estão ao seu redor;
- Mais gente que não baba ovo de "popularidade" e segue pelos próprios princípios;
- Mais gente comprometida com a própria felicidade, dizendo menos "não" pra vida;
- Mais artistas que amam fazer arte e não vender arte, ou vender seja lá o que for que chamam seu produto cada vez maisindustrializado;
- Mais gente com visão pra compreender o conceito de equilíbrio e harmonia e menos arrogância de tentar desafiar princípios universais por motivos vãos;
- Mais árvores, definitivamente;
- Mais opiniões bem colocadas por pessoas de quaisquer origens, mais pontos de vista - e se possível pontos de vista que podem, mesmo que não nos levando a uma verdade única, mas a um caminho único de prosperidade igualitária;
- Mais espiritualidade, de saber que nem tudo que existe pode ser explicado, de se deixar surpreender pelos mistérios do Cosmos;
- Mais homens cada vez menos machistas - porque nós amamos futebol e porradaria de filme B sim, mas nem por isso devemos ser imbecis a ponto de não querer cozinhar, limpar a casa e tudo o mais;
- Mais mulheres (poderia parar a frase aqui) com menos frescura, que não se submetem à quilos de maquiagem apenas pra esconder sua vã insegurança - que saibam que são lindas e ponto, e que quando capricharem em visual seja porque quiseram e não porque alguém disse que deveriam. Aliás, se alguém me arrumar uma dessa eu fico agradecido;
- Mais paz, mais amor, mais compreensão que é a base de tudo. Que o ser humano se toque que o que tem de imbecil tem de genial. Mas pra um lado se engrandecer, o outro tem que ser abolido. Sejamos mais geniais, menos imbecis.

Não que isso já não exista. Mas tinha que ser uma "regra" (e boto entre aspas só pra deixar claro que não é, porque quem sou eu pra impor?) e não exceção.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Dentre as folhagens

És mãe. 


Perambular por aí e notar você me seguindo é normal. Você se faz presente e sabe fazer, mesmo sendo discreta. Não faz questão de berrar nada; mas basta saber enxergar pra saber o quão imponente e impossível de ignorar é sua beleza.



E aí tudo é festa. Tudo é seu clima. 
Não há como reclamar da vida. Não há como ousar elevar a voz. Ouço seus lábios dizerem calmos no vento que zomba aos meus ouvidos que "é pra você se deixar levar e relaxar". Você me diz isso, com a tranquilidade que lhe é natural. 
Obedeço. Quem sou eu pra discordar?


Que todos os meus medos se percam nas florestas que você me permitir desbravar. Que afundem nas crateras. Que, nas suas grutas, eu encontre isolamento dos problemas que me drenaram a capacidade de ser feliz. E nas suas cachoeiras, eu lave minha alma dos sentimentos impuros.

Dá-me a luz, dá-me a água, dá-me a terra pra viver. Dá-me a sombra pra desaparecer e o fruto pra nutrir.

És mãe, és frondosa. És diversa. 


Que ninguém possa ter o azar de ser desnaturado, pois é em ti, natureza, que se pode ver a vida fluir no ciclo perfeito.