Seguindo com a parte 2...xD
Bom, uma coisa que tinha esquecido de contar. A quantidade de 'amizades' que fiz por lá. Tudo começou quando, já do lado da Marina, uma mulher de vermelho virou pra mim e disse...
'Você tem cara de quem tem um isqueiro...rs'
Sim, ela me chamou de maconheiro. Na verdade, é bem comum isso, eu sempre tive cara..xD
As meninas e caras na frente ao redor me olharam rindo, e riram mais ainda com o que eu disse..
'Tenho mas num sou disso não...meu único vício é Beatles..xD'
As risadas mais uma vez serviram pra puxar assunto. Não lembro exatamente como, mas o papo tinha acabad por parar na questão de onde cada um tinha vindo. Tinha uma galera de Floripa. Alguns de São Paulo. Uma menina disse que veio do Rio Grande do Sul (aí Bruna, você podia ter ido hein? zoa...) e então uma disse que era daqui do Rio mesmo. Essa aproveitou o gancho e me perguntou onde eu morava e onde estudava (não lembro porquê..)
'Eu moro da Ilha, estudo em São Cristóvão no melhor colégio do Rio!'
E ela..
'PEDRO II???'
'PEDRO II!'
Aí a gente bateu as mãos e começamos com aquelas risadas bobas de CpII. Ela foi do Humaitá, se formou em 2009. Até falamos de cantar a tabuada no fim do Show...kkkkkkkk
O povo gritava sem parar: 'PAUL, PAUL, PAUL, PAUL!' esperando o ídolo maior aparecer.
Bom, vamos de fato, ao show!
'Magical Mystery Tour' deu a largada pro público ficar louco, e era apenas o começo da noite. Consegui um ângulo bom pra ver o Paul, e percebi a Marina pulando sem sucesso. Chamei ela..
'Achei o ponto bom!'
Ela ficou na minha frente aos pulinhos, sem conseguir ainda assim. Não tive lá muita escolha. E que bom que não tinha. Peguei ela por trás e levantei. Ela viu alguns segundos, eu desci e perguntei.
'Viu direito?'
Ela..
'Sim *-*, obrigada...rs'
A felicidade no rosto da criança era igual a minha.
Vou destacar aqui algumas músicas tocadas: 'Jet', 'All my loving' (lembrei da Jenifer NA HORA, e confesso que cheguei a chorar, afinal, eram 'tantas emoções' como dizia Roberto), 'Let me roll it', 'Day tripper', 'I'm looking through you' (Marina fez questão de me cutucar pra dizer que amava essa música), 'Band on the Run', 'Got to get you into my life', 'The Long and winding road', 'And I love her', 'I saw her standing there', 'Lady Madonna', 'Dance tonight' (com o show de dança do Baterista, que dessa vez, ao agradecer, enquanto Paul ainda cantava e tocava, a platéia todo OVACIONOU o cara, foi sensacional) entre muitas outras que ou eu não lembro ou o nome agora me escapa....rs A mistura do repertório dele de Beatles, Wings e carreira solo.
Alguns episódios a serem marcados em especial:
Lá pro meio do show, 4 fãs invadiram o palco, pra surpresa de todos. Os seguranças já iam fazer sua tradicional chutada do palco, quando Paul foi agarrado por uma delas. A coisa teria piorado, se Paul não tivesse abraçado a menina com carinho e sinceridade. Autografou algo a pedido. Repetiu o mesmo com as outras. E ainda disse com estilo..
'What do I would do? rs They just needed a hug!'
Ri muito com o estilo dele.
Paul falou português de modo engraçado, como nos outros shows. Só que dessa vez ele viciou numa palavra: 'Dimáiisssss...'
E toda vez que ele perguntava pra platéia como ia o show, vinha:
'Dimáissss....'
Sensacional. Ele perguntando.
'Eu, português, hein?'
A platéia gritava o yeah, o good, tudo junto.
E então ele manda..
'Carioca?'
A platéia ria. Show de bola.
Depois de algumas baladas, Paul pega o violão. Seu baterista (UMA FIGURA FODA) saiu de trás da batera e veio pra frente do palco, perto do microfone. Paul improvisou uns riffs, e de repente ouvimos todos...
'AHHHHHHHHH, LOOK AT ALL THE LONELY PEOPLE!'
ELEANOR RIGBY! Ele com o violão pegou todos de surpresa. Comoção no Engenhão pra cantar.
'Ob-la di Ob-la da' foi como nos outros shows, mas merece muito destaque. Todo mundo pulando e cantando junto, até ele passar pro público a vez de cantar o refrão tão famoso. Marina pulava muito, e sua mãe também..rs
'Paperback Writter' sempre foi uma das minhas favoritas. O backing vocal dessa música tá pra mim entre os 3 melhores de todas as músicas com back dos Beatles, perdendo apenas pra 'Nowhere Man' e a imbatível 'Because'. Além do back, a guitarra e o baixo são sensacionais. É uma das primeiras hard rock. Enfim, nessa eu pulei e gritei demais. Marina fazia o backing vocal completamente empolgada.
'Back in the U.S.S.R.' foi a expressão máxima desse vício da galera nos backs. Uma parte da música tem um sonoro 'uuuÚúúuu....' (o U maiúsculo marca o ponto mais alto e mais agudo do back) que entra durante a parte de transição da música (entre refrão e solo de guitarra). Metade da platéia cantava o vocal principal, metade cantava o back. Paul notou a graça da coisa. E mesmo com o fim da música, e nenhum som ou instrumento no palco, Paul olhou pra platéia, apontou e fez.
'uuuÚúúuu..'
E a platéia foi.
'uuuÚúúuu..'
E daí ele começou a brincar de fazer sons com o público inteiro do Engenhão. Fez isso mais duas vezes em outras ocasiões.
As homenagens foram lindas. Primeiramente a John. Paul cantou 'Here today', uma música pra lá de emocionante, linda e também triste, onde Paul deixa escrito na letra e cantado na voz literalmente que queria que John estivesse ali para ouvir a sua canção, 'aqui, hoje.' Paul seguiu com uma homenagem mais discreta porém fácil de reconhecer. Tocou 'A Day in the Life' (a polêmica faixa que foi proibida pela BBC por ter referências à drogas), música que parte foi feita pelo John e parte pelo próprio Paul. Ela fecha o Sgt Peppers, eterno álbum no 1º lugar da lista dos 500 melhores, com classe e revolução. Uma das primeira formas de rock sinfônico (rock com apoio orquestral). John canta a história de uma pessoa que morreu atropelada e ninguém ligou, e depois da entrada quase psicótica dos violinos (que sobem do mais grave ao agudo mais poderoso e intenso que já se viu), Paul, ao som de um despertador, canta o acordar de um homem comum indo para o trabalho. Após sua entrada, John volta ao vocal com o apoio dos violinos e volta pra terminar a história que cantava.
Aí que foi a grande sacada do Paul. Após a vocalização que era feita por John, ele emendou 'Give Peace a Chance' fazendo o povo ir ao delírio. 'Give Peace a Chance' é simplesmente um dos maiores hinos do movimento hippie na história. Feito por quem? O próprio Lennon, com a ajuda da japonesa maldita. Uma apoteose do paz e amor, diria que quase um WoodStock, afinal, sem dúvida tinha maconha ali por perto....rs
A homenagem pro George Harrison que eu achei ainda mais linda. Ele começou tocando 'Something' numa espécie de cavaco, num ritmo diferente. Era engraçado e contagiante. E quando chegou a parte que seria o solo de guitarra, o guitarrista dele vem de surpresa e rouba a cena com o solo emocionante do arranjo original de 'Something'. E é aí que Paul e os outros integrantes da banda pegam seus instrumentos e cantam ela NO ARRANJO ORIGINAL. Enquanto isso chovem no telão fotos de Paul com George. É simplesmente emocionante, quase indescritível. Ao fim todo o público gritava: 'GEORGE, GEORGE, GEORGE!' sem parar.
'Let it be', essa eu assumo com orgulho: CHOREI. É simplesmente impossível não se deixar levar por essas palavras e extravasar tudo aquilo que te atormenta.
'You know that's gonna be an answer, let it be'
Foi linda de matar. E pra completar o pacote, o que vinha na sequência? 'Live and Let Die'. Uma música fora de série, sem dúvida. Ele fez pra um filme do 007, de nome igual. Muita gente conhece a versão do Guns, mas nunca parou pra ver QUEM É O CARA FODA que fez essa música. É SÓ o Sir James Paul McCartney, só isso....rs
Os efeitos deixam a coisa ainda mais espetacular. Chuva de fogos intensa, labaredas de acho que 5 metros subindo ao início do refrão e no fim da música...MUUUUUUUITO FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODA.
Demais, DÍMAIISSSS, COMO ELE MESMO DISSE...xD
'Blackbird' era algo que eu esperava de um jeito ao início do show. E foi de outro completamente diferente na hora. Ele falando que tinha feito a música pra se inspirar e superar seus problemas pessoais, nos últimos anos de Beatles, e esperava que a música levasse esperança pra outras pessoas em situações parecidas. 'Blackbird' canta a história de um pássaro que está aprendendo a voar, por assim dizer. O pássaro pode ser qualquer um em muitos problemas e que quer liberdade, quer dar seus vôos por aí.
No início, eu pensei que a Ana Moraes estaria do meu lado nessa música, e sem dúvida eu ficaria balançado e tentado com isso. Quando tocou, eu apenas lembrei que ela estava lá com seu namoradinho de merda, e que eu estava bem melhor sozinho. 'Blackbird' pode ser especial pra ela, pode ter sido o que nos fez nos conhecer, mas antes de tudo, foi o objetivo maior da minha evolução no violão. E ali eu me relembrei de quão difícil foi e o quão BOM foi atingir e superar esse nível. Foi lindo demais..
'Hey Jude' fez a multidão ficar louca de felicidade. No eterno 'nanana', foram uns 5 minutos. Paul separou as vozes da platéia em homens e mulheres e depois juntou todos de novo, fazendo uma variação vocal show de bola. É a música que encerra o bloco principal antes de dois bises. Mesmo com o palco sem Paul, a platéia estendeu o 'nanana' por uns 2 minutos por si só. Sem dúvida, a Zona Norte toda cantou junto, de tão empolgante que foi.
'Hey Jude...don't make it bad, take a sad song and make it better!' ahh, versos lindos e incontestáveis pra qualquer um levar pra sempre no coração cara.
O último bis é fora de série. Pra começar, 'Yesterday'. Se a maioria das pessoas já chorava e cantava alto com a melhor música romântica de Paul na opinião de muitos, a coisa seria completamente revertida de quadro. Ao fim, Paul pegou seu baixo. Pelo que eu tinha visto nos vídeos de outros shows...eu sabia que era hora de AGITAR. E avisei Marina:
'Te prepara. Agora é FODA.'
Ela chegou pro meu lado sem entender direito o porquê do aviso, e Paul dizia:
'Are you ready for more rock n'roll?'
'YEAAAAAAAAAAAAAAH' respondíamos.
'Are you still waiting for more rock n'roll?'
'YEAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, UHUUUUUUUUUUUUL' berrávamos já.
As guitarras deslizaram rapidamente para a casa 12 das duas cordas mais finas. O Engenhão tremeu. A mensagem estava passada: era hora de cantar 'HELTER SKELTER'.
Marina, ao ouvir os primeiros acordes, simplesmente mostrou pra mim que era tão fã quanto eu, e exatamente na mesma maneira. As mãos no símbolo do heavy metal (pra quem não sabe, eu canso de falar isso aqui, mas 'Helter Skelter' é considerado um protometal, ou seja, uma música com os primeiros traços de heavy metal, e devido a data, é justamente a primeira, e logo é fácil concluir que é a mais pesada do repertório Beatles/Paul McCartney), um grito louco e extenuado de felicidade e libertação, um sorriso pra lá de sensual. Eu olhei pra aquilo e pensei:
'Meu Deus, isso aqui é o paraíso! Olha essa coisa linda detonando tudo com 'Helter Skelter'!'
Eu tinha que ficar com ela. Bateu logo na cabeça. Brasília né, qual era a chance de ver de novo? Sei que pulamos juntos demais, jogando as cabeças pra frente e pra trás sem parar entre gritos e imitações de guitarras completamente desenfreados.
Se eu consegui ficar? Poucos sabem...rs e sinceramente, isso não vem ao caso nem faz tanta diferença agora.
E aí pra fechar, o tradicional pot-pourri 'Sgt Peppers (reprise)' com 'The end'. 'The end' é simplesmente épica, última música do último álbum gravado dos Beatles se chamar 'The end' é completamente perfeito (me desculpem os super criteriosos, mas, 'Her Majesty' tem só 30 segundos se me lembro. Acabou 'The end'? Pode desligar o som, o Abbey Road fecha perfeito). Linda de morrer. E dando sempre nome ao meu tumblr
( http://calvinfernandes.tumblr.com/ ) , e agora, aos posts de ontem e hoje.
Já termino de explicar essa relação, deixa eu contar o que aconteceu esses dias recentemente. Enfim, fim de show. Eu era alguém completo novamente, FELIZ, motivado, e com um dos maiores sonhos realizado da forma mais perfeita possível.
Sendo bem rápido....junte voltar pra casa 2 da matina, acordar as 10 pras 5 mais cheio de vida do que nunca em qualquer ocasião anterior na existência. Passar o dia todo na escola e ficar sabendo que a Moniquinha conseguiu o estágio que eu tanto queria. Sexta agora já me apresento. Pegar o boletim, ver minha mãe reclamar bem menos de mim e CAIR DE PAU no meu irmão que se fudeu em 5 matérias e ainda chorava pra tentar melhorar uma nota. Tive aulas sem maiores problemas e bem menos massivas. Jenifer parece estar de bem comigo, e por incrível que pareça, eu não quero mais ficar procurando fazer a volta acontecer. Ela até comentou ontem que lembrava até de quando pegava gripe de mim por causa dos beijos (ela deve tá sentindo mais falta que eu, quem diria...), e sabe, de alguma forma o show acalmou meus sentimentos de uma maneira geral. Não que tenham deixado de existir, mas eles simplesmente estão quietos, não se manifestam tanto. Eu agora, simplesmente, quero descobrir se consigo de fato seguir em frente, pois agora eu sei que tenho a chance e que pode acontecer, e por isso mesmo vou me esforçar como sempre me esforcei pra fazer dar certo (lembra do trunfo que falei?), e ver no que dá. Eu acho que preciso me arriscar um pouco, e não quero mais atritar as coisas com a Jenifer. Parece às vezes que ela quer, outras parece que não, e isso desgasta a nossa amizade, sempre com indas e vindas de se falar e se afastar, e isso sempre nos faz mal. Quero estar perto dela e manter ambos felizes, dá pra ser assim. Se eu conseguir manter a amizade estável, talvez eu descubra, mais pra frente, se a gente TEM que voltar ou se as coisas devem permanecer como estão. Acho que a chance nós sempre merecemos...mas agora eu vejo com mais clareza que só porquê você quer ou merece uma coisa, não quer dizer que você possa tê-la. É meio cruel, mas em certas situações, às vezes faz sentido. É essa uma delas.
E não é repentino nem nada, mas o meu trunfo tem um quê inexplicável dizendo no meu íntimo que vai dar certo. Eu vejo isso nessa garota. Eu acho que estou gostando mesmo. E dessa vez é sinceridade, não é como foi com a Ruth, que eu fiquei de enganação comigo mesmo e o mundo.
O amor que você recebe, É, DE FATO, igual ao que você dá. Os Beatles SEMPRE estiveram, estão, e estarão certos quanto a vida, principalmente pra quem consegue apreciar as músicas. Os beatlemaníacos como eu tem um privilégio único: ter a sua vida cantada e embalada, da mais eterna felicidade até os momentos mais trágicos, pela maior banda da história do rock.
Aposte na troca com o universo. Aposte que se você der seu máximo, você será recompensado. E acredite nisso, mesmo quando não parecer que nada vá melhorar, acredite. Você SERÁ recompensado.
Eu cortei o cabelo depois da escola hoje. Que será que a vida me dá em troca daquela juba hein? rs
Juba que carrego com orgulho, como cada cicatriz. O Calvin otimista e animado está de volta, com muito mais inspiração do que nunca. Em breve, faço músicas novas. E a minha ralação DE VERDADE vai começar logo. E estou otimista, vou me dar bem no estágio. Vou recuperar minhas notas. Isso é decreto, promessa que não será dívida!
Acho que foi meu post mais longo por aqui....rs
Enfim.
Muito obrigado, Sir James Paul McCartney.