Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Demorou, mas aconteceu

 É a primeira vez, em mais de um ano, que venho aqui escrever por felicidade. 

Chega a ser curioso como é fácil, pro ser humano, se acostumar à rotina, seja ela deplorável ou maravilhosa. E quando é deplorável, torna-se um ciclo difícil de romper. 

Por isso, talvez, que tenha demorado tanto pras coisas mudarem. A dor que eu senti me derrubou de tamanha forma que, com a soma das falhas que viriam em seguida, acabei me acostumando ao fracasso e perdendo a esperança em dias melhores. Em algum momento, não sei exatamente quando, consegui pelo menos voltar a acreditar e me esforçar. 

Os fracassos seguiram, mas dessa vez, eu tinha parado de me acostumar à sensação, e ao mesmo tempo, não esmorecia. Segui dando meu melhor, dia após dia, exatamente como eu precisava fazer por mim mesmo, como eu sempre fui, em verdade, na vida. Acho que nunca tive medo de errar, apenas de não conseguir ser o bastante. E tive que aprender que mesmo o meu melhor, às vezes, não é o bastante. Que muita coisa não dependia somente de mim. E que ainda assim, eu precisava seguir fazendo o melhor que podia. 

São coisas clichês que qualquer um pode ler em um livro estúpido de auto-ajuda, ou ser ainda mais idiota e pagar um coach pra ouvir ele te dizer a mesma merda. Coisas que em 5 minutos você conversando com qualquer colega vêm à mente. Mas nem por isso, mesmo sendo tão fácil repetir essas palavras prontas, nem por isso elas ficam na cabeça, muito menos se traduzem em atitudes. 

E ainda assim, ainda reconhecendo que eu precisava acreditar e que ao mesmo tempo era sim difícil acreditar e seguir com tudo sendo catástrofe, eu ESCOLHI acreditar. Por mais frustrante que fosse. Por mais cômodo que seria simplesmente aceitar o fracasso eterno e bancar a vítima no fundo do poço pra sempre. Mesmo que o mundo nos tire tudo que precisamos e merecemos, enquanto ainda pudermos fazer uma escolha pra mudar a situação, a escolha é nossa. 

Nesses devaneios, entre o desespero e a esperança, a notícia veio. E, como manda o roteiro da minha história, da forma mais aleatória possível. Foi uma profusão de sentimentos. Vontade de chorar, de gritar, pular, sair socando o ar e mandando todo mundo que duvidou e que me deixou na pior tomar no cu. E acima de tudo isso, um alívio sem igual. Gratidão por mim mesmo, por não ter desistido, pela minha mãe (que apesar de ter me infernizado às vezes, só queria meu bem e tentou me apoiar), e principalmente, pelos amigos que ficaram na hora que eu mergulhei na pior. 

Pouco mais de um ano atrás, tudo virou de cabeça pra baixo e eu tive que aprender a ser feliz por mim, batalhar somente por mim, e deixar pra trás o que não veio pra ficar. Tive que aprender tudo o mais que já disse. E principalmente, voltar a reconhecer o meu próprio valor ao invés de ficar esperando ser reconhecido e valorizado por qualquer pessoa, muito menos quem não sabe diferenciar esgoto de água mineral. 

Eu consegui. Eu cheguei lá. E só foi o primeiro passo. Boa parte do caminho que eu já tinha traçado agora é PALPÁVEL. É questão de QUANDO, não mais de possibilidade. 

E ainda dá pra sonhar mais alto com o passar do tempo. 

Não sou adepto da meritocracia. Acho que os meios que nos são fornecidos muitas vezes  - se não a maioria delas - determinam muito o que podemos fazer da vida. Apesar disso: precisei de terapia, muito apoio e muita perseverança, mas eu cheguei lá e MERECIA isso. Mereço, pra caralho. Se fosse outra pessoa no meu lugar, talvez não suportasse. Engoli em seco MUITA merda, mas eu virei o jogo NA MARRA. Vou fazer e acontecer, já estou fazendo. 

A partir de agora é ser foguete. Aqui não se aceita retrocesso, nem comodismo. Não tem ré. Tá com medo de quando apertar? Cai fora. Já deixo avisado: só aceito parcerias, só aceito quem vai voar junto. Pegar carona quando a gente tá voando é fácil, isso aí até poeira faz. Vai lá encarar o processo, pra ver se aguenta. Não é pra qualquer um. 

Eu não sou, definitivamente.