Avisaram tem 3 dias:
"Morreu o amor!"
Já estava internado há semanas. Entrara em estado crítico na última. Os envolvidos tentaram de tudo, mas não houve sinais de recuperação. Sem disposição para alongar o sofrimento, autorizaram que se desligassem os aparelhos.
Não houve cortejo fúnebre, preferiram ser discretos. Os mais distantes e mesmo os mais próximos só puderam entrar em choque e se lamentar.
Recentemente também avisaram:
"Nasceu de novo o amor!"
Já fazia ao menos uma semana desde o parto. Os envolvidos foram discretos. Protegeram-se dos olhares alheios e focaram em nutrir este amor, embora estivessem cansados e mal pudessem tê-lo no colo, e mesmo mal pudessem se ajudar.
Hoje já podem. Aos poucos seu mundo ao redor vai notando. Aos poucos, o amor, tímido e que nem sabe se é amor, vai tomando a forma que lhe couber, crescendo forte e vigoroso.
Nas duas histórias, há um envolvido em comum. Que, em toda sua humildade, vê-se confuso. O que diabos faz do amor tão cíclico e tão fugaz? Como o amor vai morrendo e nascendo ao mesmo tempo no mesmo peito?
Mas não tem o que se dizer. Só é assim.
O amor é fatal, uma fênix consciente: morre quando precisa e nasce de novo quando deve. Não há nada de errado nisso.
Errados somos nós, que julgamos o amor. Errados somos nós, que queremos controlar o tempo.
Recado de Beto Guedes
Há 3 anos