O título é só uma homenagem a uma linda música que acabei me viciando ultimamente. "The sound of silence" de Paul Simon e Art Garfunkel. E que tem embalado meu coração de certa maneira. São músicas assim que me pegam e jogam diante o violão, dizendo com força:
" - Vamos! Anda-te com teus sonhos, emana tuas vibrações, viva mais que sobreviva!"
E por aí se vai. A gana de praticar mesmo quando a corda nova ainda não tá daquele jeito perfeito sintetiza minha sensação. O stress necessário da faculdade me afasta disso às vezes de uma maneira dolorida, e retomar é algo sem descrição possível, não há prazer maior conhecido. Agora mesmo, nem são 10 da noite, eu sou o único ser de olhos abertos na casa, já sombria. Vi lá um gabarito de uma prova que eu sabia que tinha ido mal, só pra confirmar que tinha ido mesmo. E não me abalei tanto, nem deixei que viesse acontecer. Logo tratei de por os fones, e viajar.
Nesse feriado eu venho acordando com uma pequena obsessão: matar a ansiedade.
Tenho me empregado nas mais diversas tarefas pra ocupar o tempo e não deixar o ócio me fazer esperar por algo que não sei o que é. Como bem disse um garotinho muito sábio num viral de internet (e nem por ser viral tiro os créditos do garoto, pois com seus 9 anos ele tem uma sabedoria que levei pelo menos 15 pra absorver pela vida):
"É como uma missão sem fim, sem nem sequer sabermos qual é a missão..."
Quero ter um filho assim. Melhor, deixa eu reformular, eu terei FILHOS assim.
A gente influi no nosso destino, não tem outra forma de pensar. Os acasos virão mas a maneira que os usaremos somos nós que determinamos. E sabem, vou fazer acontecer nos meus acasos. Tenho feito, já tem tempo.
Engraçado né, pensar em filho. É objetivo, é futuro, mas tem muito tempo ainda.
E falando em acasos. Tenho conhecido gente que me estimula. Me estimula daquele jeito que eu precisava. E aos montes. Mentira, onde eu conheceria tantas pessoas assim né? Mas 2 ou 3 já são muita coisa, vide que o estímulo que falo é tão essencial quanto o ar para o fogo. E tão difícil de ser achado que por tantas vezes pensei que não o fosse mais possível.
Não que eu tenha nada com essas pessoas, mas sinto que poderia, quem sabe posso. Difícil até de decidir, dá de novo aquele frio na barriga pra quem já se humilhou e se expôs demais de graça.
Mas aos poucos, pelo acaso, os sinais são clarificados para mesmo aquelas visões mais turvas com suas pupilas extremamente dilatadas. E vem, em pequenas melodias, soprar o caminho aos viajantes que de peito aberto só tem as mãos nuas pra se proteger.
E seria estranho eu me guiar por estas certezas tão só minhas? "Certezas incertas.. - como diria bem meu pai - ..são geralmente fiascos. Mas meu filho, você bem imagina, e talvez até já tenha vivenciado algumas vezes, certezas incertas e tão impossíveis que você só se convence que as pensou quando percebe que estava certo em pensá-las, pois acabam acontecendo. Você sabe bem que certezas são essas, não sabe?"
Engraçado dizer que já vivenciei os 2 lados numa tacada só. Simplesmente saber algo sem motivos reais e claros alguns que fossem, e cair pra dentro. Consequentemente, ser um fiasco.
Decididamente meu pai é uma figura. E eu um belo de um metido a filósofo. Já disse uma vez, não ouso me chamar poeta.
Só pra retomar, que mais uma vez eu me deixei levar e perdi o assunto. Mato essa ansiedade. Tenho feito isso. E sei que tem coisa boa demais na minha porta agora, tá quase batendo. Vou me arrumar do jeito devido, e receber com carinho. Agora vou-me, pensar em algo mais pela noite.
Recado de Beto Guedes
Há 3 anos