Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Hello darkness, my old friend

O título é só uma homenagem a uma linda música que acabei me viciando ultimamente. "The sound of silence" de Paul Simon e Art Garfunkel. E que tem embalado meu coração de certa maneira. São músicas assim que me pegam e jogam diante o violão, dizendo com força: 

" - Vamos! Anda-te com teus sonhos, emana tuas vibrações, viva mais que sobreviva!"

E por aí se vai. A gana de praticar mesmo quando a corda nova ainda não tá daquele jeito perfeito sintetiza minha sensação. O stress necessário da faculdade me afasta disso às vezes de uma maneira dolorida, e retomar é algo sem descrição possível, não há prazer maior conhecido. Agora mesmo, nem são 10 da noite, eu sou o único ser de olhos abertos na casa, já sombria. Vi lá um gabarito de uma prova que eu sabia que tinha ido mal, só pra confirmar que tinha ido mesmo. E não me abalei tanto, nem deixei que viesse acontecer. Logo tratei de por os fones, e viajar. 

Nesse feriado eu venho acordando com uma pequena obsessão: matar a ansiedade.
Tenho me empregado nas mais diversas tarefas pra ocupar o tempo e não deixar o ócio me fazer esperar por algo que não sei o que é. Como bem disse um garotinho muito sábio num viral de internet (e nem por ser viral tiro os créditos do garoto, pois com seus 9 anos ele tem uma sabedoria que levei pelo menos 15 pra absorver pela vida):

"É como uma missão sem fim, sem nem sequer sabermos qual é a missão..."

Quero ter um filho assim. Melhor, deixa eu reformular, eu terei FILHOS assim.
A gente influi no nosso destino, não tem outra forma de pensar. Os acasos virão mas a maneira que os usaremos somos nós que determinamos. E sabem, vou fazer acontecer nos meus acasos. Tenho feito, já tem tempo. 

Engraçado né, pensar em filho. É objetivo, é futuro, mas tem muito tempo ainda. 

E falando em acasos. Tenho conhecido gente que me estimula. Me estimula daquele jeito que eu precisava. E aos montes. Mentira, onde eu conheceria tantas pessoas assim né? Mas 2 ou 3 já são muita coisa, vide que o estímulo que falo é tão essencial quanto o ar para o fogo. E tão difícil de ser achado que por tantas vezes pensei que não o fosse mais possível. 
Não que eu tenha nada com essas pessoas, mas sinto que poderia, quem sabe posso. Difícil até de decidir, dá de novo aquele frio na barriga pra quem já se humilhou e se expôs demais de graça. 
Mas aos poucos, pelo acaso, os sinais são clarificados para mesmo aquelas visões mais turvas com suas pupilas extremamente dilatadas. E vem, em pequenas melodias, soprar o caminho aos viajantes que de peito aberto só tem as mãos nuas pra se proteger. 

E seria estranho eu me guiar por estas certezas tão só minhas? "Certezas incertas.. - como diria bem meu pai - ..são geralmente fiascos. Mas meu filho, você bem imagina, e talvez até  já tenha vivenciado algumas vezes, certezas incertas e tão impossíveis que você só se convence que as pensou quando percebe que estava certo em pensá-las, pois acabam acontecendo. Você sabe bem que certezas são essas, não sabe?"

Engraçado dizer que já vivenciei os 2 lados numa tacada só. Simplesmente saber algo sem motivos reais e claros alguns que fossem, e cair pra dentro. Consequentemente, ser um fiasco. 

Decididamente meu pai é uma figura. E eu um belo de um metido a filósofo. Já disse uma vez, não ouso me chamar poeta. 

Só pra retomar, que mais uma vez eu me deixei levar e perdi o assunto. Mato essa ansiedade. Tenho feito isso. E sei que tem coisa boa demais na minha porta agora, tá quase batendo. Vou me arrumar do jeito devido, e receber com carinho. Agora vou-me, pensar em algo mais pela noite.

sábado, 25 de maio de 2013

Restless

É, talvez seja por aí mesmo. Um jeito direto de chegar aonde pouco me atenho dentro daquilo que muitas vezes venho destacar pra mim mesmo.
E não podia ter outra forma que não esta, diretamente colocada, para mim. É assim que eu sou com as coisas né, assim que sempre fui.
Cá venho, entre meus disparates de franqueza ante mim mesmo, em mais uma daquelas madrugadas onde um dia bom e até bem vivido não conforta alguma inquietação dentro de mim. E foram muitas madrugadas assim a fio, e quantas mais precisarão ser, não sei dizer. De fato, as madrugadas de alguma forma acendem os lados mais insanos de uma mente perturbada. 

Pra falar a verdade, não sei por onde começar. Nem sabia o que falar, quando me decidi por vir aqui. Mas estava e estou ainda, inquieto. Tem sido assim, tem algumas semanas.
Não é uma inquietação que me tira o sono. Não demoro tanto pra dormir, sabem. Aliás, ando ralando tanto que demora pra dormir seria o começo da minha derrocada em diversos aspectos. Mas não vou me ater a isso. 

É uma inquietação que também não é de todo uma insatisfação. Tenho me saído bem em muitas coisas. Mesmo pensando romanticamente, tive tantas epifanias seguidas que pela primeira vez eu me vejo aberto a opções, e elas começaram a aparecer. Eu só não to caindo de cabeça em nenhuma, nem vou cair tão cedo. Mas seria isso que falta? Não sei. As chances estão aí, e na que ficar mais claro, eu saberei que não tenho outra alternativa. Porque, por mais que eu adorasse a ideia de que alguém pudesse ser direta comigo como eu sou com todas que um dia tentei, aprendi (tarde ou cedo) que de fato serei eu a dar a investida, mas sabendo de sinais que mesmo em minha habilidade de entender errado eu só possa dar como certos. E surpreendentemente, não estarei errado.

Revi algumas fotos de meu passado tão próximo e cada vez mais distante. Realmente, tenho muitas histórias pra contar apesar da minha tenra idade. Uma delas me chamou muito a atenção. Um aniversário da minha mãe. Não sei bem se era 2010, 2011. Eu numa data feliz com um rosto que era só frustração. Essa inquietação era familiar.

Mas não é totalmente o que inquieta agora. Talvez seja um pouco disso tudo. Não sei, não sei.
Sei que tem alguns momentos que isso passa. Assim, pelo dia. Vem uma pessoa e me faz sorrir sem motivo. Toca uma música e eu esqueço do mundo. 

Será que alguém sabe por quê as coisas simples são tão perfeitas pra esquecer as complexas?


É de longe que, os que me conhecem, me vêem batendo o pé impaciente, rodando sem conseguir sossegar. Procuro coisas pra afundar meu olhar, focar a mente. E se estou certo em afirmar que tenho um certo olhar bandido, então por aí já se espalharam as minhas verdades roubadas pra quem sabe encurralar metidos a Robin Hood. O mais engraçado é que estas verdades encrustadas em meu olhar provavelmente são as que desconheço por agora. E talvez seja esse o rumo inevitável. Esperar que o mundo seja espelho de meus anseios até que eu capte este reflexo por completo, não mais aflito do que não posso definir.


sábado, 18 de maio de 2013

Abraçando o som

Eu ainda era muito criança, daquelas que teve a sorte de ter pais que se preocupavam de verdade com a cultura que eu absorvia, quando pela primeira vez adivinhei um "o que é o que é?" sem colar na resposta pra saber responder o próximo desavisado que me perguntasse. 

Mas esse "o que é o que é?" era um tanto quanto especial. Porque não era uma adivinha de revista infantil, não senhor. Era uma música infantil, cantada pela linda Bia Bedran (quem não conhece, deveria conhecer). E dizia assim:

"O que é o que é?
São 6 mortos esticados
5 vivos caminhando
Mas os vivos estão calados
E os mortos estão cantando!"


Peço a quem estiver lendo que tome o devido tempo procurando responder à esta genial metáfora.


A resposta? Eu, garoto perspicaz que ouvia Bia Bedran e Toquinho pra dormir, respondi de cara.


"É um violão!!"

Sim, um violão. Vê porque deveriam conhecer Bia Bedran? Esse é o nível da metáfora pra uma adivinha pra crianças. E o melhor é ver a criança acertar. É ser a criança a acertar. Como agradeço aos meus pais pelo incentivo cultural constante. Especialmente ao meu pai.

Naquele ano, antes desse dia de data indefinido em minha memória, teve um episódio similar. E até mais importante. A razão pela qual eu sabia a resposta.
A primeira vez que lembro claramente de ver meu pai tocando violão. Eu fiquei estarrecido, maravilhado.
Aí ele ainda vem, com um sorriso que eu nunca soubera descrever, e me pergunta se eu queria tocar.

Aos 6 anos, meu pai me deixava seu violão no meu colo. Eu mal alcançava as primeiras casas do braço, mas a sensação era de plenitude. O brilho da madeira bem trabalhada, a textura das cordas, a vibração, o som.

Depois, ele pegou o violão de volta em seus braços e tocou algumas melodias. Eu não entendia, como ele fazia, muito menos o que ele estava cantando. Como criança, perguntei.
E aí ele me levou pra ver seus LP's dos Beatles, e pela primeira vez em minhas recordações eu escutava Beatles. Isso se misturou e muito a sensação de ter um violão em punho. Isso me dominou como ser desde então.

Mas não é da Beatlemania que vim falar (embora mereça mil posts e documentos). Vim falar daquilo que me tomou pra si e me fez sonhador. A Beatlemania está inclusa. Sabem, a música. Essa arte de forjar notas com chapa de som e ferro de suor, no calor da paixão humana.

Sabem, existem lembranças que se levam pela vida. Mais do que as lembranças que já são queridas. São lembranças únicas, que jamais se repetirão. Dentre estas, as que devo destacar:


A primeira vez que uma mulher disse que me amava.

Cada momento com os melhores amigos que fiz e ainda farei.

E sem dúvida, a sensação de ter um violão em mãos e ser por algum momento forjador.


Tive o prazer de nascer para vivenciar isso. É aquilo que faz minha vida ter sentido completo.   
Não há solidão pra mim enquanto houver minha viola do meu lado. Não há tristeza infindável que não possa ser animada, superada, ou mesmo sentida em sua máxima intensidade para então ser refletida. A música está em cada segundo de minha vida. Em cada esquina e recanto, em cada detalhe mísero. Em cada acontecimento fatal e vital que se esbarra e se concretiza no meu caminho. 

Descreve, minuciosamente, entre compassos 3 por 4 e cifras rabiscadas, o ritmo de cada nota passada e que ainda será composta pela maneira em que eu caminho nas estradas de 7 nomes. Dá o timbre certo das bifurcações das mesmas, a intensidade de cada um dos meus passos. Há sempre uma música capaz de fazer tudo isso em relação a mim. Desde a nona sinfonia até o tema de "3 homens em conflito', passando pela marcha imperial, alguma melodia que ouvi em "Tom & Jerry" e chegando em "Hey Jude". Sempre há uma música para mim. Talvez me caiba dizer, eu não sou outra coisa que não as músicas. 

Sou cada nota, sou cada timbre. Sou a voz que procurei ouvir, sou os versos que já escrevi. Sou o pulsar dos 5 vivos que trazem o lamurio dos 6 mortos. Lamurio bonito, e tão intenso quanto cada sentimento que eu já tive. Também são eles, coisas que as músicas de minha vida saberão expressar. São eles parte de mim que hei de saber expressar.

Hoje, vivendo esse sonho de ser o que amo, sou completo em minhas ambições e desejo de lutar. Quero soar alto e vibrante, quero contagiar o mundo com o que tiver pra cantar. Só hoje, eu entendo e posso descrever brevemente o que foi aquele sorriso de meu pai. Foi o sorriso que eu dei quando vi alguém se fascinar por mim em minha fascinação pelo que me fez o que sou. 



Aos que puderem entender minha felicidade nesta foto, e em cada momento similar, peço que, quando eu tiver por fim me calado, digam que não fui nada que não uma canção.


sábado, 11 de maio de 2013

Fúria doentia

É Phelipe, você tinha razão. Não era só um fraco. 
Mas como o babaca que sou, não fui pra me declarar. Fui ouvir asneiras.
Fui ouvir histórias sobre outras pessoas, que eram falsas! 
Meu motivo pra escrever ontem? Falso, confusão de ouvidos.
Meu motivo da epifania? Real, infelizmente. Me toquei de meus problemas mas logo de cara não fui capaz de me conter de fazer besteira.
A besteira foi tentar ajudar. Ver alguém que prezo demais se torturando por outras pessoas, e por histórias falsas sobre essas pessoas. Mesmo que fossem verdadeiras, só de não haver um diálogo tudo estava errado. E eu ali, assistindo. Eu era o segundo plano, pra variar. 
E tentei com todas as formas dialogar, fazer ela perceber que podia tá jogando muita coisa fora sem razão. E além de não obter resultado, saí como o culpado. Me estressei, me exaltei, e posso ter perdido uma amizade doida com uma espécie de paixão maluca, que de alguma forma me fazia querer mais mesmo sem ter chance alguma. E pior, mesmo estando certo e sabendo que eu não tive culpa alguma, serei eu o primeiro a sentir falta e procurar depois com desculpas. 

Diploma de retardado, me manda, agora.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

V. U. R. A.

"Olá...

Bom, todo mundo aqui já tá cansado de saber quem sou eu, mas lá vamos ao padrão de novo. Meu nome é Calvin, to lá pelos meus 18 anos e não tenho carro, antes que me peçam caronas com a carteira que não vou tirar tão cedo...

Seguinte gente, eu fui numa festa hoje. Esparecer, ver os amigos de longa data que não se esbarram há alguns meses, e juntar o povo da faculdade. Parecia uma ótima ideia. E de começo tava sendo tudo ótimo mesmo. 
Aí começaram algumas coisas chatas. A organização da festa atrasou bastante, e como eu tinha me programado dentro de um dado horário, provavelmente não ia poder aproveitar a extensão dela por completo, até por questões de energia também já que acordei lá pelas 3 da manhã apenas com ansiedade por essa festa. As longas filas e a estrutura também decepcionaram pra fama que o tal evento tinha conseguido e me influenciado a espalhar, também.
Nada que boa música não resolvesse, principalmente ao lado dos melhores amigos que o mundo poderia ter me dado. Mas eu ainda estava levemente inquieto, e vocês sabem bem porquê.

Até que chegou uma menina que por quem, bom, eu não posso dizer que tenho aquelas paixões devastadoras que me levaram a chegar aqui ao grupo, mas, tenho um fraco e tanto. Um fraco bem forte, por assim dizer. Surpreendentemente, a presença dela não me inquietava tanto como esperado. Embora eu me corroesse de vontade de tentar alguma coisa e simplesmente não tivesse a mínima coragem. Estrago das decepções que vocês bem entendem meus amigos, a cara de pau que me era tão característica resolveu se esconder pra não doer mais o orgulho.

E ia tudo bem. Mas o tempo foi passando. Alguns rostos que eu queria ver não estavam lá e minha expectativa por eles me deixava nervoso. E o tempo passava e a minha hora vinha chegando. E brotavam malucos fumando diretamente na minha direção, perturbando não só a mim mas a todos os amigos e amigas que pulavam juntos alguns clássicos da infância.  A raiva subia, e isso me transformava numa bomba relógio.

Mas a explosão não foi um raiva. Pelo menos não contra ninguém que não eu mesmo. Procurando algumas amigas, recebo o recado: fulana ficou com fulano.

Fulana era a menina que descrevi uns 2 parágrafos atrás. Simplesmente legal. Não que eu me manifestar e tentar alguma coisa fosse dar resultado, mas não tê-lo feito veio me bater na consciência. Porém com desdobramentos muito maiores do que eu pudesse ser capaz de imaginar. 

A questão não era ela, a fulana, com sua beleza que até hoje não encontrei semelhante. A questão não era quem ficou com ela, ou eu não ter ficado. Nada disso. A questão, irmãos, vem na razão de estarmos todos aqui. Esperamos demais.

E não estou falando de esperar pelo tempo, embora também o façamos com excesso às vezes. Me refiro à expectativas. Como vocês, eu tenho esse vício acoplado ao meu maior vício, o de ser romântico. Esperar mesmo que seja com o mais ínfimo pedaço de alma que eu vá encontrar, na rua em qualquer momento, e principalmente nas festas com mulheres que possam ter algo em comum comigo, que eu vá encontrar alguém que corresponda aos meus sonhos mínimos daquilo que mereço pro resto da minha vida. 

Por quê diabos eu fico com isso na cabeça? Por quê acho que o amor da minha vida vai estar por aí pronto me esperando e eu tenho apenas que atirar pra tudo que é lado pra ver aonde dá faísca? 

Eu até perigo de perder o meu jeito de ser assim. Perdi a coragem de tanta mágoa que levei, perdi a certeza de tanto tombo que tomei. E pior, é só com essas coisas de amor, só pra me viciar mais ainda e me tornar dependente do milagre que nunca vem. 
Talvez ele não venha, ironicamente, porque eu não sou de acreditar em esperar que ele venha. Contraditório. Espero demais das pessoas mas não espero o tempo pra que elas me demonstrem alguma coisa. 
Vai ver também é esse meu jeito que não se adaptou completamente ao mundo amoroso. Se eu sempre batalhei intensamente por tudo e construí as coisas dia após dia, como posso confiar minha sorte ao futuro pacote perfeito presente de bandeja? Isso não existiu antes na minha vida nem vai existir agora. A questão é que eu mesmo complico tudo, entre esperar demais dos outros e não esperar nada em 5 minutos que sejam pras coisas aparecerem. Ser casual e esperar com felicidade na sorte que eu tiver, sem deixar de acreditar no que pode ser possível, mas não fazer disso obsessão me pressionando por burrice. 

Fazer essas coisas acontecerem é parte do meu objetivo, como membro desse grupo. Foi difícil assumir, mas sou um viciado no meu ultra romantismo. Não sei me desvencilhar dele em meio à tantas coisas boas que me aconteceram pra pensar. Podia ter dito cada momento da minha euforia, mas contei minha epifania de segundos. 


Obrigado, boa noite."



 Meu depoimento aos Viciados em Ultra Romantismo Anônimos. 

sábado, 4 de maio de 2013

Fiar




Diziam as línguas de outrora, que a nossa vida é traçada pelo fio das tecelãs.
Tecelãs quietas, mirradas em sua magreza quase doída de se ver, mas por algum motivo inspiradoras das crônicas mais sérias sobre os motivos mais levianos. Suas mãos, em eterno transe pelo trabalho sem fim, lembram as patas das aranhas que com todo cuidado tecem as teias mais fortes da seda mais frágil.
O fio de nossa vida, assim por dizer, é inquebrável. Não pode ser partido, cortado ou rasgado. A única coisa que acontece com ele é fazer parte da colcha sem fim que registra a história de todos nós. E a cada momento em que as tecelãs o moldam e fazem passar por carretéis e fiares, ele se esvai de seu novelo. O novelo desenrola ao longo de cada dia. Até que termine, e estejamos apenas na colcha.

Diziam também que nesta colcha as cores de cada fio são imprescindivelmente exclusivas. Que talvez trechos dela estivessem contando histórias parecidas e até mesmo idênticas, mas as cores são diferentes sempre. Cada um de nós tem um fio de cor própria, cor esta que carrega tons das cores que nos originaram e das histórias que nos antecederam. Então sim, afirmaram (e não duvido que seja verdade) que todas as cores que já existiram estão contidas em caos harmonioso na colcha da história. E que também estarão contidas todas as outras que forem inventadas pelas nossas formas de viver. Nossa imaginação não há de criar cores que se excluam da colcha, mas sim cores que a façam melhor e mais bonita, capaz de fazer o mais nobre mestre tecelão se ajoelhar perante a beleza da mesma, que nunca estará pronta e acabada, mas sempre terá novos detalhes para impressionar.

E tendo como certos esses 2 fatos ditos pelo tempo, me atenho ao terceiro, talvez o mais derradeiro, dentre o emaranhado de fios. A colcha que nunca acaba registra a vida de todos, sem fim, sempre adicionando vidas e mais vidas ao seu padrão infindável, cada uma de uma cor inimitável. Em cada cor e remendo feito, figuras quase fotográficas registrando cada segundo do devir das almas. Mas, diz-se ainda, e isso pode ser intuitivamente suposto, que existe algo que faz sorrir às velhas tecelãs em meio a sua seriedade do trabalho eterno. Este algo meus irmãos de fio, é quando duas cores se misturam. Quando, pelo simples acaso, dois fios se entrelaçam e fazem algo diferente, um pouco fora dos padrões que cada malha poderia requerer antes de tudo. Isto as faz rir sinceramente. É algo cujo valor é inestimável, pois as cores produzidas são ainda mais originais. São algo que não se compra nas mercearias do universo. São cores que se manifestam naqueles sorrisos, as únicas que de fato excursionam para fora da colcha, mesmo que isto se reduza ao tempo de suas vidas. Se a elas faz rir, então amigos, durante o fio de suas vidas, procurem o fio cuja cor realça a vossa. Mesmo que isto nos faça repetir texturas e pontos em voltas sinuosas, reproduzindo padrões na nossa malha. Haverá, sim, um dado momento em que isto será até extenuante, mas decerto posso dizer que no momento em que nos entrelaçarmos no fiar de outras vidas, quebraremos o padrão com a mais bela surpresa, pois não há nada que se destaque mais que esta quebra. É como pensar cada fio como uma folha de papel com a cor que lhe foi confiada. Olhar para esta folha em sua imensidão monocolor é exaustivo até que surja um ponto diferente, e este, pelo fio, se espalhe e crie algo novo. Seja esta então a razão maior da arte de fiar.

Este entrelaçar de fios que se estende até o fim do nosso nó reservado não tem muita explicação. Para alguns é o acaso do esquecimento, pois a tarefa das tecelãs é quase desumana e sua repetição em tempo integral é virtualmente impossível. Para outros, o encargo das tecelãs lhes permitiu a malícia de fazer tais misturas intencionalmente, em sua malícia sarcástica de sábias senhoras do destino.

Querem a verdade? Encontrem alguém naquele universo que possa perguntar diretamente às tecelãs. Não vejo e nem conheço tal ser em tão importante colocação e em tal possibilidade. Só sei que, se são verdadeiras as histórias, pode-se dizer que procuro o novelo que se entrelace com o meu na colcha. E que seja então uma nova cor o fiar da minha vida.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

Só pra reforçar mais uma vez

http://www.youtube.com/user/CalvinBFR07

Meu canal do youtube, acima, e um dos meus melhores covers abaixo. Não desisti do meu sonho nem nunca vou fazê-lo.



http://www.youtube.com/watch?v=67jmmo9lGDw


Abraços, e se liga no meu trabalho aí gente ;)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Nova promessa

São lá as tantas da madrugada. E me pego pensando em tudo.
Não tenho a sensação pertinente de dever não cumprido, pelo contrário, acho que tenho lidado com minhas responsabilidades até da maneira recomendável. Sei das minhas capacidades e também do que preciso, e meu descanso tem que se conciliar com meu esforço.
Porém, acima disto tudo, vem o fato de que depois de muitos e contínuos choques de ordem, minha vida volta à sua rota de ascensão. E desta não posso me desviar.
O que falta, de verdade, é aquela coisa. Falta um amor pra me tirar o fôlego ao mesmo tempo que o devolve mais forte do que nunca pra mergulhar na imensidão da minha vida.
Irônica é essa impressão, provada errada mas que se insiste dentro de mim, de tê-lo achado nos laços compartilhados.
A verdade é que, tal qual aqueles olhos de cigana oblíqua e dissimulada no melhor estilo Capitu, acho que me perdi tanto nas confusões deste bem querer que não me quer, que trouxe pra dentro de meu coração esta indecisão quanto às coisas que sinto e por quem sinto alguma coisa que seja.
Por momentos eu só gostaria de sentar, de companhia firme e amada, tranquilo no topo de uma relva esperando que o vento trouxesse as notícias que seriam irrelevantes comparadas a tal momento, só pra dizer pra essa pessoa que essas coisas são irrelevantes e que eu quero me amarrar ali no tempo que me couber.
Agora, quem é que vai me dar essa honra? Por vezes eu mal sei dentre as coisas que eu podia tentar, ou quero tentar. Aliás, o que quero sempre me é um problema, neste sentido.

Quem eu quero nesse momento? Ihh meu rapaz...

Prefiro não assumir que ainda sinto vontade de murrar ponta de faca. O mais ridículo, é que não é só uma pessoa que me motiva assim, que me dá essa vontade. E é nisso que me refiro a confusão dos olhos de Capitu. Já se sentiu dividido em 2 batalhas perdidas? Pois bem, é como me sinto agora.

Pois que seja, não ligo e vou andando. O destino apesar dos trancos tem me deixado trilhar o caminho firme e forte e de sucesso, e cada vez mais sucesso. É só não acenar se não quiser. Mas se der uma brecha, vai arrumar problema, e ele tem a minha assinatura.