Fazia algum tempo que eu não vinha aqui né. Escrever, digitar, a ação do registro, por assim dizer. Depois que uma estagiária deu aula sobre a Clarisse Lispector pra minha turma, essa semana, nos tempos do Hercules (aliás, foi a semana dos estagiários darem aula na nossa turma, teve várias aulas assim..), fiquei com a sensação de que eu escrevo, registro, etc e talz de forma parecida com a Clarisse, sem nunca ter parado pra reparar nas obras dela. Ainda farei isso até dia 5 ou estou fudido, afinal, tenho que ler 'A hora da estrela' e nem com o livro na mão eu estou. Tipo, como dizer, ela tem um quê de ficar falando com o leitor a todo o tempo (vocês sabem né? kkk), inverter um pouco a ordem clássica das coisas (início, meio e fim, sabe quando você tá falando uma coisa e depois acaba se perdendo e volta pra outro ponto nada a ver? Esse tipo de coisa) e principalmente, fala diversas vezes sobre o próprio ato de estar escrevendo, registrando, etc e talz. E isso eu realmente faço com alguma frequência por aqui, e nunca tinha reparado, aliás, nem sabia dessa 'semelhança referencial sem contato' que eu tinha com a Clarisse Lispector. Achei legal isso. Eu lia os contos dela e lembrava de coisas que eu mesmo contava. Não que os dela sejam, ou não, verídicos. Afinal, um escritor de verdade sabe como 'inventar' as verdades, tal qual ela mesma dizia. Podiam ser, não ser, pra saber mesmo, só confiando na manha dela de escancarar a falsidade dos contos. E isso se não era ironia momentânea. Achei fantástico. Confesso que raros foram os casos em que inventei uma ou outra coisa, até porquê não sou bom mentiroso, nem lá bom escritor. Sou blogueiro noob, pois até pra arrumar esse design eu sou bagunçado e desinformado. E meu vocabulário vai das risadas 'internéticas' até palavras meio arcaicas. Porra, só de falar arcaico já é arcaísmo!
Enfim, eu dizia que achava legal essa semelhança, ao menos no que consta ao estilo de se contar alguma coisa. Não sei explicar porquê realmente me apeguei a contar meus causos de 'gauche' na vida (se é que Carlos Drummond de Andrade, aproveitando o clima das aulas de literatura, me permite a associação), e o mais engraçado é que, de certa forma, o único padrão que eu tive, foi exatamente NÃO TER PADRÃO. Meu último post é um poema. Modernista, sem rima e verso metrificado certinho. Mas sem máscaras. E ai de quem lembrar de Claudia Leite aí, juro que rogo praga pro sem cultura de mal gosto que fizer isso..
Agora, pega meu primeiro post. Eu nem sei se eu chegava a usar maiúsculas nos parágrafos. Uma confissão besta de um adolescente cheio de problemas, como todos nós somos e continuaremos sendo até bater a fase adulta. Mas sei lá, não que eu fosse totalmente imaturo, pelo contrário. Se tem uma coisa que eu sabia que tinha era uma cabeça pensante, a frente da maioria clara de energúmenos. E sem querer me vangloriar nem ofender, MAS se você discordou que a maioria seja de energúmenos você também é um, porque qualquer um com o mínimo de lógica na cabeça chega à mesma constatação.
Eu já tenho quase 700 postagens. Já passei os 2 anos de blog, aliás, até tinha esquecido de comemorar, afinal, tava uma merda pra postar.
Enfim, VOLTANDO a questão de auto-análise que vim levantando desde os primeiros parágrafos..., eu percebi que o tempo de postagem, as vivências e acontecimentos mais conturbados e importantes desse período todo me fizeram evoluir na coisa. O blog é um vício mas também uma forma perfeita de escapar dos problemas. Desde o início eu foquei ele como minha válvula de escape, e tudo que nele estiver registrado tá aí pra quem quiser mesmo. Não são muitos. Quer dizer, não que no tempo em que testei a interface nova eu não tenha reparado que tenho visitas constantes vindas dos EUA, Japão e Alemanha. E já tive até de Madagascar eu acho. Vai saber aonde que eu to cativando gente né...kkkk
E as partes mais emotivas e profundas do blog, que geralmente apareceram por aqui nos meus piores momentos ou inclusive nos melhores, sempre em extremos, não sei nem como consegui escrevê-las. Sinceramente. O impulso, a automatização do hábito? Tampouco a vontade seria motivo plausível. Tem vezes que não dá pra saber. Eu só escrevo. Às vezes sinto raiva. Nem tudo o que escrevo cabe numa música. Ou cabe, mas eu não tenho tempo ou não consigo abrir meus horizontes pra ver isso.
Sem dúvida, e disso eu tenho certeza absoluta, é coisa do coração. Foi tanta aventura maluca sem nexo nem concretização antes de finalmente topar com a Dominique e estar feliz, numa boa (e que assim continue) que eu sempre ia de topada em topada, errando feio. Os erros ajudam a melhorar quando você foca a coisa direito. Quantas eu já citei aqui com algum sentimento, e sentimento de verdade? Não falo de puras especulações, paixonites ou taras abestadas, porque isso todo mundo tem. Ah, sem contar a Dominique, minha namorada atual, que se Deus quiser seguirá comigo um bom tempo. Eu não lembro. Lembro algumas claro, mas não todas. 2 anos são muita coisa. 2 anos fazem muita diferença. Nem você leitor, blogueiro ou fã não assumido, deve lembrar. Essencialmente, lembro da Taissa e da Jenifer. Devem haver outras. Taissa sem dúvida foi a principal responsável, num primeiro momento, pela ascensão meteórica do meu blog na escola. Todo mundo vinha falar comigo pela mesma coisa. 'E a Taissa, Calvin?' e eu com cara de tacho. Acho que nunca pedi desculpas pra ela pela exposição. Sem dúvida foi um pé no saco.
Com a Jenifer então, eu meio que tendo aprendido essa lição, evitei falar ao todo de tudo em detalhes, quando a coisa realmente engatou como namoro. Antes eu não me poupava em falar. Depois, só em coisas mais especiais. Foi uma época conturbada também. Minha vó morreu, a família desnorteada apesar do ódio, e quando ela terminou comigo foi barra, tenho que admitir. Fora que até hoje ainda tenho ódio das amiguinhas dela que viviam me atrapalhando..xD
Eu até ensaiei virar galinha feito os merdinhas de hoje em dia, kkkkkk, lembro que logo no primeiro dia eu saí ligando pra primeira que me veio na mente.
Como se eu realmente fosse ser galinha. Bem que eu tentei na época, mas não deu.
Aí é aquilo. Isso eu coloquei no poema, mas já está estampado no meu msn há meses. A vida sabe recompensar quem sabe esperar pra ser feliz. Mudei de postura, deixei de ser um derrotado à toa. Afinal, o problema não era eu. Eu aprendi isso com o tempo. Se eu não tinha encontrado ninguém não era porque eu era estranho ou fora do padrão. Foram as mulheres de hoje em dia que não sabem mais o que é padrão, que se entregam pra qualquer coisa antes de encontrar alguém realmente legal. Não são indiretas, pelo amor de Deus, já avisando..rs
Aliás, eu posso tá me achando agora, mas eu to longe de ser mal partido. Pelo contrário. E minha namorada prova isso. Quando eu olho nos olhos dela e vejo aquele olhar tímido mas apaixonado, sei que eu tenho meu valor.
Agora, vai explicar porque eu comecei a falar do meu namoro..kkkkkk
Enfim, é coisa de louco. Acho que é isso. Foram algumas horas escrevendo...rs
O título? Google tradutor ajuda né meu bom. kkk Mas sendo sincero, é só uma síntese do que eu queria passar. Sei lá.
Abraços!
Recado de Beto Guedes
Há 3 anos