Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Pais e Filhos

Incrível.
Incrível como sempre que a ideia de escrever vem a cabeça, uma música passa e o momento se constrói retratado por inteiro, de maneira perfeita.
Sim, eu to naquele espírito Legião, refletindo sobre tudo de maneira tranquila, mas sem perder um pingo da minha capacidade crítica. A inquietação que me é característica.
Pensando em tudo da vida..bom, eu vinha passando por mais uma daquelas fases carregadas. Não que os acontecimentos na vida estivessem sendo difíceis. Mas era a rotina. Eu não tinha parado de me cobrar desde os problemas com cálculo na faculdade, e a volta me deixou na pressão. Estuda pra cá, estuda pra lá. E o estudo não rendia. E isso é mal sinal, perto das provas que vem chegando.
Então pintou o aniversário da Ana Elisa, que ia ser lá na Lapa. Ela tem sido uma grande amiga na faculdade. Resolvi que valia a pena o esforço pra ir. Mas isso significava, é claro, encarar os meus pais e a redoma de vidro.
De maneira surpreendente, a minha persistência, por fim, teve resultados. Meu pai foi muito mais difícil na queda de braço, também pra minha surpresa. Minha mãe, contrariando tudo que eu podia esperar, cedeu no  último momento. E lá fui eu, curtir a vida.
Parti com o Luis e o Vagner, e chegamos lá estavam todas as figuras. E cara, foi ótimo. O nome do teatro bar (adorei isso) é La eskina. O lugar é perfeito. Sabe o que é perfeito? Gente legal, SÓ MÚSICA FODA: rock clássico. heavy metal, mpb, punk, pop anos 80, alternativo, grunge, hard rock. E bandas underground!!!
Tipo, simplesmente demais. Eu podia ficar na minha com os amigos, pulando ao som de Beatles, System, Beach Boys, Pink Floyd, Raul Seixas, Red Hot, Michael Jackson, Metallica, Nirvana, Skank, Black Sabbath, Kiss, Aerosmith, AC/DC, Jota Quest, Iggy Pop, só coisas boas pra cima, até os mais fodas!!!!

E claro, eu dancei pra caralho, me acabei, como sempre faço nessas ocasiões em que o rock se faz presente.
A noite inteira então....rs

E aí voltei pra minha casa. Minha mãe muito mais uma preocupada que uma repressora. Meu pai, conformado. Eu finalmente venci a barreira. Não que eu queira sair todo dia pros lugares mais distantes e complicados de se chegar saindo da Ilha. Não que a Lapa seja tão legal assim.
Mas eu precisava me distrair, e muito mais que isso. Provar a mim mesmo e aos meus pais que já deu, não precisa mais. Eu posso ir fazer algo diferente. Eu conquistei a liberdade de uma forma que não sentia há um tempo.
Eu entendo meus pais, sabe. O mundo é uma merda. Perigoso demais. A Lapa é perigosa. Quem acha que não é maluco. Claro que é. Mas de forma sincera, qual é o lugar calmo? Nem no mato mais tem isso.
Eu vou ser um pai talvez um pouco mais liberal que eles, dependendo de como estiverem os tempos. Não os crucifico de todo. Hoje eu entendo mais do que antes. Não é fácil ter filho. E ainda mais como eu, que pra muita gente lá de cima do sistema fala coisas que podem ser um perigo se eu chegar longe.
Amo meus pais, apesar da redoma. Mas agora eu achei o furo, não podem mais manter isso, e talvez dessa forma as nossas relações sejam mais profundas do que apenas uma coisa dos pais que educam o filho. Costumavam ser até o momento em que eu adquiri amizades que me faziam ver que valia à pena sair do círculo fechado.

"São o tipo de criança que você vai ser quando você crescer" - "Pais e Filhos" - Legião Urbana.

E a vida segue sabe? Eu fiquei muito mais leve esta noite. Embora a dor esteja me matando, de tanto dançar....

É engraçado. A Letícia que meio que me motivou a postar. Eu nem ia escrever nada, fazia tempo, pra variar. Mas aí ela deu a ideia, e veio a música, casou, e tá aqui né. Como eu digo, é perfeito e incrível como as coisas acontecem. Devendo uma pra menina.

Enquanto isso, eu vou pensando na vida. Acho que tem um bom futuro pra breve agora. Vou fazer meu esforço máximo em tudo, sei que vou conseguir. Eu chego lá.
E se tiver que tropeçar, eu tropeço, eu caio, mas eu levanto. Faço o que der. Mas eu chego lá.

"All in all, is all we are" - "All apologies" - Nirvana.

E seguindo ouvindo música, sem dúvida.