Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

terça-feira, 12 de abril de 2016

No one knows

Sempre achei difícil me acostumar à felicidade.
Tá, sempre é exagero. Mas desde que a minha vida entrou pelas ladeiras que a definiriam como ela é hoje, sempre demorei a curtir os momentos de estabilidade. Porque eram raros. E quando eu finalmente parecia estar leve e me deixando levar pela euforia de tão raros momentos, era exatamente quando vinha uma queda livre: um baque forte que superava os anteriores - que já eram indescritíveis - em magnitude e muitas vezes duração. 

Por isso, acho que eu já esperava que eventualmente a boa fase fosse pro brejo. 
Na verdade, foi há mais tempo. Só fingi que não estava na merda: foi um acontecimento isolado e nada mais. "Não se repetiria" - eu imaginava. 
E torcia muito pra que não se repetisse. Porque ali eu vi, escancarado, o velho filme se repetindo. Mas com uma pintada de extremismo bem pior, e muito mais doloroso em função de como tudo ia bem. 
Ali eu vi o meu limite. Até onde eu chegaria. Mas enxerguei otimista: Era talvez a única oportunidade onde valesse à pena arriscar e continuar arriscando, de modo que tudo se ajeitasse no devido tempo.

É, até que o tempo ajudou bastante. Eu parecia poder confiar novamente.
Mas eu precisava de mais tempo. Mais tempo antes de uma pancada qualquer que fosse, e ainda mais do jeito que foi. 

Ah, eu senti o golpe.. 

Queria poder dizer que não senti. Que foi curto, que não chegou a ser o mesmo nível que antes. 
Mas eu senti.
E se não chegou, foi só porque eu tirei paciência sei lá de onde pra não deixar chegar..
Mas se eu deixo, ali desaba. 

Não deixei. Mas eu ainda acuso as dores. Claramente. 
Acuso porque, além do choque, eu estou sendo levado ao limite.
Eu vejo os filmes antigos ruins rodando de novo. Eu consigo ver eles se desenhando, as cenas se repetindo. Eu não quero isso.
Mas não pára aí...

Porque agora a coisa apertou de verdade. Dessa vez eu tenho muito a perder.
E alguém resolveu pintar que eu tenho muito a ganhar também.
Alguém resolveu, sem saber de nada, apenas brotar e encarnar todas as armadilhas irresistíveis do meu passado.
E brotou bem armada, sem parecer que é armadilha. 
E brotou de um jeito que eu também pareço uma armadilha.

Tudo quando eu não podia ter mais coisas pra pensar.
Tudo quando eu precisava só recuperar o fôlego. 
Tudo quando eu só queria que voltasse a ficar tudo bem.

Hoje eu não sei o que será. Vou manter minha palavra e tentar seguir. Mas atento ao desgaste, e não mais disposto a deixar algum como esse retornar. Pelo bem de todos. 
Por mais mal instantâneo que faça.

Hoje eu por vezes titubeio com o que sinto; não há mais firmeza para afirmar os passos. Só sei que - por mais que eu não goste de pensar dessa forma - ninguém sabe como eu me sinto agora. Ninguém sabe 100% a verdadeira extensão do que está acontecendo.

E nem dá pra dizer. 

2 comentários:

  1. Ainda que não pareça que possa retornar ao início do ciclo e dar aquela guinada de novo, é neste momento que não precisamos renovar o ciclo. Há momentos que gostaríamos de voltar a uma nova vida. E não estou a falar das baboseiras comuns que todos falam. Simplesmente quis escrever. Uma vida diferente, nem nova, nem velha, que pode ser feito dentro de uma vida em curso. Desaprovo coisas comuns para estes momentos. É como jogar no Photoshop e vitamina-la da forma como bem entender. Foi bom passar por aqui.

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    1. Obrigado. Se eu entendi bem o que você quis dizer, eu acho que me serviu de muito.

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