Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Histórias de sorriso de canto de boca, 19 anos em evolução

Já não sou mais garoto, tão pouco posso me considerar em plena adolescência. Agora se diz jovem, pelos termos oficiais. Entender o passar do tempo é arte velha e morfa, do tipo que não se define nem jamais se definirá. Há 30 anos só existia infância, puberdade e velhice. 
Hoje tem pré-isso, pré-aquilo, pós-isso. Sejamos práticos? Porque não uma vida pré-virgindade/pós-virgindade? Simples, prático, e sejamos francos, resume bem toda a vida, porque todas as nossas preocupações antes do sexo não o envolvem até quando resolvemos fazê-lo, e depois todas as nossas preocupações não são nada que não no fundo sexo. É bem Freudiano mas é verdade. "Ah mas e quanto ao amor?" - alguém vá dizer. Até você arrumar você mais estava preocupado com a seca. E durante qualquer relacionamento estável, sexo é essencial. Então dividamos a vida assim, bem mais simples.

Sei bem o quanto é engraçado apenas observar os acasos da vida. Quer dizer, pensemos um pouco a respeito. Não precisamos ir muito longe em exemplos. Outro dia desses, eu numa van, indo pra mais um passeio corriqueiro no shopping, entra uma senhora com 2 filhas pequenas. Uma delas, devido à falta de lugares, é recebida no colo de uma moça próxima. A moça, em sua simpatia, puxa papo com a criança. 
"Quantos anos você tem?"
"tlês.." responde a criança cabisbaixa em timidez. Mas reparo não apenas na resposta, mas no gestual da criança. Ao invés daquela típica mão onde o mindinho é segurado pelo polegar e sobram 3 dedos, a pequena simplesmente me faz o símbolo do heavy metal. 
"Sensacional", penso comigo. Podia ser minha filha. Imagina? Deu vontade de apertar a menina de tão fofa, e olha que sou anti-fofura excessiva. E também me ponho no lugar da criança, todas detestam isso. Não são bichos de pelúcia. 

Venho me reafirmando mais e mais, cada dia que passa. Vejo coisas acontecerem que me lembram a mim mesmo em história ou personalidade. O passado não dói; é motivo de risada. No dia do amigo mesmo, guarde bem essa data, me vem uma velha paixonite de colégio que se dizia minha amiga me curtir fotos do Facebook. O detalhe é que eu já tinha excluído a dita cuja da rede social há mais de um ano. O porquê? Bom, eu podia ser imaturo como fui muitas vezes e culpar o fato dela nunca ter querido nada comigo. Ruim de verdade é o fato de que ela se dizia minha amiga e tirava proveito pra fazer trabalhos comigo e tudo o mais. Com toda a modéstia, eu passei essa garota de ensino médio. Ela e mais uns aí. Seríssimo. Não fosse por mim estavam lá até hoje. E bom, eu passei pra engenharia ambiental na UFRJ, de cara na primeira tentativa, e ela eu sei lá, pelo que eu soube ficou 6 meses parada esperando 2º semestre de algum curso que se eu quisesse prestar teria passado nas cabeças. Nestes 6 meses que eu ralei como condenado (e continuo ralando, by the way), a dita cuja nunca me dirigiu a palavra. Exclui sem perdão. Fora da minha vida, lembrança da minha auto humilhação. E agora me vinha curtir fotos no meu face. Digno de quê tal fato? Eu ri, ri sinceramente. Estou rindo até agora. Gostaria de ver, e digo sincero, a cara desta menina se um dia nos encontrássemos de novo. O que será que ela fez da vida? Porque melhor eu não poderia estar. Engano, tanto posso como venho chegando em patamares melhores. A vida é dos que buscam. 




Hoje eu me encontro de frente com mais algumas dificuldades embora novas oportunidades surjam no terreno. Abracei a música da maneira que podia e batalho pra poder fazer dela o que eu queria. Eu posso não ter os recursos mas eu tenho vontade, eu tenho disciplina, eu tenho lá algum talento. Sei que posso, sei que vou chegar. Só não sei quando, nem como.
Deixo os mistérios se resolverem sozinhos. Aprendi que o que me cabe fazer será feito mas de resto é necessário deixar acontecer. Como acontecem os acasos que me encontram. As pessoas que conheci apenas neste primeiro semestre são dignas de diversos e diversos parágrafos. Algumas delas já tem seus textos emoldurados aqui, com toda honraria que se deve fazer. 

Aos amigos eu devo mais que tudo. Devo quem sou, quem serei. De certa forma é a mesma coisa, eu não mudo nunca não é? Seja lá qual for o lado bom disso, deve haver. Houve quem me dissesse que são a minha coragem e persistência, as mesmas que me rendem tantos problemas, o meu diferencial e o que faz pessoas incríveis me admirarem. Se eu pudesse descrever todos que admiro, ficaria o resto da vida. Deixo algumas fotos, não todas recentes, mas sem dúvida testemunhas dos meus sentimentos por essas pessoas. O resto vocês sabem..













Entre tantas outras fotos mais..



Meu coração hoje é uma estrela cadente, que passa rasgando o universo. O brilho é intenso e leva algo de bom pra quem quiser mirá-lo. E nessa passagem pelo infinito eu espero, tranquilo, a menina que quiser apanhar-me pra seu desejo. Cairei leve sem que pese o mundo. 

Nessas andanças eu apenas cruzo com a vida, em meio às grandes multidões. Eu a reconheço de leve, mas pra ter certeza me aproximo e baixo os óculos. Ela percebe, e tímida, sorri e volta a caminhar. Eu sigo meu passo em meu caminho, sorrio e digo:

"Eles tinham razão. É bonita."




PS: Mais um level, com perdão da piada, evoluo pra Gyarados. Chega de ser Magikarp nessa vida xD





O que posso lhe dizer agora

Talvez, e apenas talvez, seja um pouco mais do que tudo que já disse em poucos textos, e poucas frases soltas em um dos nossos bate papos tão costumeiros. 
Poucas coisas que você capta, e não venha me dizer que não o faz. Sei que, apesar de sua lentidão repleta de doçura e talvez até proposital, você entende as mensagens que deixo. Cada uma, mesmo as mais secretas. Então talvez eu procure hoje não falar tanto em código (mas isso não significa que eu vá jogar tudo no ventilador, então fique tranquila).

Olha, não tem muito roteiro. Não sei por onde começar, eu só vou escrevendo. E que você vá lendo lembrando que é exatamente assim que me expresso, assim que sou: tão atrapalhado quanto você pudesse imaginar.

Arrumo aqui as palavras de maneira simples pra que representem a simplicidade com que você faz as coisas. Seja isso o mais importante de todas as coisas que vivenciei com você: a simplicidade. Simples é pra você me fazer dar um sorriso, simples é pra você encontrar sempre um lado bom em tudo, simples é pra você ser assim desse teu jeito tão seu e somente seu e que até hoje não vi par. 

Esta simplicidade, redundante soarei: fez parecer simples a vida. Mas que preste atenção, tal feito é incomparável. A vida tem tanta complicação, tanto acaso infeliz e tanto azar (principalmente para mim)...E de repente me vem você, e tudo fica fácil. Seguir andando apesar dos problemas fica fácil. Ser feliz fica fácil. 

Muitas mulheres marcaram minha vida. Algumas de jeito ruim, outras de forma incrível. Tiveram aquelas que não souberam se decidir pra que vieram me aparecer e causaram os dois impactos. De cada uma das que bem me fizeram, uma lição me foi tirada. E talvez cada uma delas saiba que lição me passou: dentre me ensinar o que é sentir amor, ou quem sabe me fazer valorizar minha identidade ou buscar mais força ainda dentro de mim..entre outras lições. Mas o que você me ensinou, ninguém jamais vislumbrara: você me ensinou como é fácil ser feliz. E como é bom.

Parece bobo dizer tais coisas, parece não fazer sentido. Mas, felicidade é primordial. E é justo por isso que tanta gente conquista tudo o que quer na vida, e mesmo assim não pára de consumir ou se matar por objetivos cada vez mais vazios. É justo por isso que tem gente em plena miséria que esquece da fome quando joga bola. Eu tinha avançado tanto na minha vida e conquistado tantas coisas que sonhara outrora mas esqueci o quanto tais coisas podem ser irrelevantes se eu não sou capaz de dar um sorriso. E, se hoje eu não me abalo de estar sozinho ou de enfrentar dificuldades acadêmicas ou que me falte inspiração, muito em parte é por você. 

E talvez, talvez não! Com certeza, esta é a única razão pela qual suportarei, como já venho me acostumando, a tua ausência. Vai ser por lembrar de você e o que me ensinou. Então, quando finalmente você der o passo derradeiro, eu estarei pronto. Ignore minhas lágrimas, porque se há tristeza também há e haverão mais motivos para ser feliz. Hoje, enquanto escrevo este meu manifesto a você, muitas delas já caem por eu não saber dizer quando nos veremos novamente ou sequer se poderei estar presente quando você quiser me dar adeus. É, ser pobre tem dessas coisas. Mas se não tenho algo que me garanta a presença no bolso (e sabendo que farei de tudo para ter quando for a hora), que estas palavras marquem o seu coração como o seu marcou o meu. Que ao menos, eu esteja presente pra você, algum dia, quando você precisar e quando soubermos que é hora de deixar todo o resto de lado e apenas nos encontrarmos, e eu possa te dizer que sou feliz. 
Que, de tudo e todas as coisas que já disse, mesmo uma palavra que seja esteja no fluxo dos seus pensamentos quando lhe aprouver. Não sou bom com despedidas. Não sei abandonar, deixar ir. Mas só o faço agora com uma certeza: a de que um dia você volte pra minha vida na frequência que entrou. 
Amo você. Se cuide, de verdade. Eu, hoje, sei me cuidar mais do que sabia. I blame you.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Convém dizer muito

Incrível a capacidade do acaso de botar gente nova na sua vida.
Mais incrível é a capacidade dessas pessoas de simplesmente se fixarem na sua cabeça após uma conversa ou uma pequena passagem de tempo juntos. E logo na primeira. 
O que seria isso? Será que é meu coração que se dá fácil pras pessoas? 
Ou seriam de fato, essas pessoas, do jeito irresistível a qualquer um, que nos fazem apegar de primeira vista?

O mais engraçado é como essas coisas se desenrolam. É sempre assim, quando a gente menos espera e tá lá se agarrando a novos focos, novos aprendizados. Não sei porquê, mas a vida por si só gosta de ser irônica. E quando se trata de um cara que vive das ironias e do azar, como eu (sem nenhum toque de melodrama ou exagero nisso), as coisas se expandem em episódios tragicamente épicos. Ou hilariantemente surpreendentes, faça sua escolha.

Exemplo: tinha uma menina linda que assistia aula de Saúde Pública comigo. Não era nem minha veterana, sequer de Engenharia Ambiental. Eu só a achava estonteante. Mas, claro, tendo eu o meu histórico e a grande desmotivação e falta de vontade de me ferrar a troco de nada, e ainda mais sem contexto, eu nunca consegui puxar papo. A coisa ficou pior pros meus anseios deliberadamente sonhadores e passageiros quando, certo dia, ela veio com uma calça mais alta e deu pra ver uma tatuagem dos Beatles na perna.

Pensei comigo: "Só pode ser brincadeira."
O que em si era passageiro sempre passando ao término de cada aula, ganhou chance numa vista de prova: comentando de cá, comentando de lá, acabamos indo embora juntos e palpitando do trabalho que tinha que ser feito ainda. E eu, claro, se tem uma qualidade que eu sei que tenho é a capacidade de puxar um papo a partir do nada e começar a conhecer a pessoa em diversos campos da vida. Assim foi. Já no ponto, e eu gostando mais do que estava vendo, finalmente fui cavalheiro:
"Prazer, Calvin."
Eis uma resposta que jamais eu teria esperado:
"Prazer, Dominique."

Naquele momento então eu fiz uma força digna do Oscar para manter uma expressão facial tranquila, confiável e que não passasse desconforto. Retruquei:
"SÉRIO, Dominique?"
"É."
"Engraçado.."

Pra que eu não reclamasse mais da sorte, ela não me perguntou porquê. E embora eu já tenha sido extremamente explícito por aqui nesse blog, de uns tempos pra cá quem lê percebe que eu amadureci muito nesse sentido e tenho preferido pela poética e as metáforas que sei que posso usar. Sou explícito apenas quando não tem muito o que ter de ruim nessa exposição, aprendi essa lição. E agora eu acho que é dessa forma pelos seguintes motivos:

1 - Eu provavelmente não devo encontrá-la de novo. Não sei se é bom ou ruim. E olha que nos esbarramos essa segunda, até..., e como eu duvido muito que isso chegue aos olhos da menina, não tenho dor alguma na consciência.
2 - A outra pessoa que podia se incomodar com essa história fez questão de me cortar então não está lendo isso. 

E pra quem não lembra e consequentemente não entendeu a graça dessa história, é que a outra pessoa é a minha ex, Dominique.

No exato momento em que Dominique (a recente) e eu nos separamos, eu saí chutando tudo que era latinha e sujeira e olhando pros céus. "SÉRIO MESMO?". Por vezes, tenho a certeza de que o universo gosta de tirar uma com a minha cara. Deve ser engraçado, sou um cara engraçado. Mas também não vou reclamar, porque no resto a maré está perfeita e favorável, tenho mais que agradecer. 

A questão não era nem coisas de sentimentos. Porque falo isso com muita tranquilidade: apesar da minha pequena solidão, eu me sinto tão leve e tão sem pressão, além de tão feliz comigo mesmo, que JAMAIS voltaria no tempo pra mudar alguma coisa. Pelo contrário, melhor do que estou nunca estive antes. Meu coração pode ser até fácil, mas também está solto, livre de culpas ou anseios gigantescos. Quer dizer, a vontade de amar é enorme mas ela não me pesa como responsabilidade constante. A questão é pelo simples fato do nome: qual a chance real de uma coincidência dessas acontecer? Se fosse Maria, Julia, Ana, Bia, Carol, um nome comum, qualquer um poderia viver situação parecida.....mas Dominique só comigo mesmo.

Dado este exemplo, já dá pra imaginar aonde eu posso parar com essas minhas histórias. Verdade seja dita, não sei bem como eu arranjo tais peripécias. Simplesmente me perseguem sem que eu faça muito esforço, e quando eu o faço geralmente é catastrófico o desfecho. E exclusivamente para mim, como de praxe. 

Também cabe ressaltar, mais uma vez, que o resto vai muito bem. Ao que parece, finalmente encontrei o ponto de equilíbrio pra me dar bem na faculdade, e to evoluindo minhas composições e o acerto com o grupo pra gravar, só me falta o tempo que pacientemente vem chegando, então logo estarei de volta às boas com o estúdio. 

Mas o que me levou a vir aqui, claro, são essas filosofias baratas que me são de algum valor sobre o tipo humano que me paralisou o pensamento esse dia.
E, como venho fazendo e disse que prefiro assim, me apego à arma dos poetas. Mas outra vez torno a proclamar: não ouso me conceber desta forma. Poetas têm o dom de brincar com os verbetes e as mesóclises apenas para descrever uma pedra. Ou simplesmente dizem que a pedra está no caminho e o fazem tão brilhantemente que quando damos por nós ela está removida. Poeta não tem noção de espaço-tempo, não tem limitação de vida. Então, estas coisas que escrevo jamais hão de posar como poesias dignas do estado de ser uma poesia. Nem eu, poeta. 
Poetas fazem poesias. Eu, escrevendo, faço relatos. Enfeitados pelos detalhes que eu gosto de perceber e tornar viventes. Mas, não mais que isso. Poetas fazem poesias. 
Eu faço música. É poesia de som, de harmonia. E letra também. Mas é outra coisa. Equivalente de beleza, mas outra coisa. E se aqui escrevo, e gosto, amo mais cantar e tocar. E me é diferente. Mas sigo ao relato:

Procuro entender bem, ainda, porquê razão eu já me pego pensando em tal pessoa. Conversamos, de fato, e muito. Mas o que é que ela tem, afinal, que me deixou assim? Passei o dia inteiro tentando desvencilhar-me de sua imagem nos meus pensamentos. Cheguei a perder o foco nas tarefas essenciais. Ouvi todas as músicas que amo e quando dei por mim me via cantando pra musa. Era digno de pena, não, pior! Era digno de que me acertassem com bigornas ou pianos de fazer inveja a Tom & Jerry.
Queria saber, do fundo do coração, se meu coração tem fundo. A piada é simples: se tiver fim pra essas loucuras que ele me arranja, então em algum momento posso descansar e esquecer disso tudo, certo? Sim, a piada foi horrível. 
Queria saber, mais mesmo, se já não fiquei assim antes e a memória, por motivos inteligentes de orgulho que nesses momento parece que eu esqueço que tenho, apagou. Pior é ter certeza que não, que agora a coisa realmente tá inexplicável. Todo mundo se sente assim o tempo todo com tanta coisa, quem sou eu pra querer descartar o fato de que deve ser só uma coisa momentânea que me passa?
Fato, mesmo, é o inegável: a garota é demais. E gostaria muito de ter uma chance pra aproveitar isso na minha vida. 
 Se ela não me escreve aquela carta de amor, como diria mestre Leoni, que mais faço eu que não tentar escrever pra ela?

E dito tudo isto, mais o que não foi dito mas se levou a concluir, acho que posso me derrubar e sonhar com um dia bom pra amanhã.



sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cometas

Coisas da vida, dessas que vagamente por alguns momentos nos forçamos a esquecer. Mas elas voltam. Voltam, basta a fagulha acertar a palha. 
Coisas eternas. Quem sabe, de outras vidas.
Vai saber, alguém nos transitórios das existências em meio ao caos harmonioso do cosmos olhou nossas vidas passarem uma pela outra feita cometas, e no choque então tomarmos direções que nenhuma trajetória prevista pelos campos gravitacionais haveria de escrever. 
Quantos choques celestiais nós interpretamos no ciclo do universo? Quantas vezes? 
Não sei, mas sei que o choque desta existência foi suficiente para constatar a certeza de outros. E talvez, em contrapartida, nenhuma outra metáfora fosse mais exata: devem levar anos-luz para o nosso próximo encontro. 
Mesmo que não literalmente, serão para mim como anos-luz até que estejamos frente à frente.
E o que me faz, então, ter esta certeza? De que, de pequenas em pequenas eternidades, estamos destinados a nos cruzar?
Podem ser nossas semelhanças, e são muitas. Diante da sua presença irrepreensível e de destaque, não me amedronto. Vê: sinto-me tão explosivo como as estrelas e ainda posso construir o rastro mais luminoso só pra registrar que um dia nos encontramos.
E o mais louco e viajado (sem que eu tirasse um pé de minha órbita enquanto você visitava os mundos longe de meu raio de alcance) é que você há de concordar comigo. 

Digo com a mais tranquila e simples verdade: concordas! Porque sei o que se passa na sua cabeça sem presunção alguma de querer adivinhar. Concorda em cada palavra comigo e eu sei disso.

Me sinto o máximo assim. Me sinto um acontecimento. Mas não te diminuo em nada. Não consigo ver coisa capaz em tudo que conheço e possa conhecer que um dia te diminua. 

Escrevo aqui meteoricamente, pra você, enquanto uma propaganda mostra Liverpool. Destino nenhum traça estas nossas coincidências, já me convenci que em algum momento das vidas passadas nós nos decidimos por isso. E agora é assim, e será. 
Mudaremos em cada passagem terrena: seremos outras pessoas com outros valores mas sempre conservando nossas essências e a semelhança entre elas. 


E enquanto eu pensava em mais metáforas, me perguntei, "Pra quê? Se foi nos choques dos corpos que a gente se encontrou pra poder se chocar, né?".

Nunca precisei de direção, errante eu fui te salvar ali, e o resto é história. Jamais esqueci aquele dia tão especial. Até hoje, pra mim, o melhor que já tive.


Mais uma vez eu torno: são só coisas da vida. 
Vou tirar todo o proveito do próximo impacto, então te prepara e venha com toda a sua intensidade. 

Te espero em um ano luz.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Não me sobrou nada que não saudade

Você veio, há um tempo, e me surgiu serena. Sem querer, me fazia feliz. E de alguma forma eu também fazia isso pra você.

Não é que você tenha ido embora. Não, você não é passageira. Você não é daquelas que eu me atirei e me agarrei pra depois me perder nos caminhos e repensar meus erros. Repensar os erros delas também, e achar que tudo foi só golpe de azar no meu destino. Não, você não é isso. Você foi golpe de sorte. 

Reparei, sem querer, que reparei em cada detalhe que é seu. Me peguei lembrando dos teus olhos, do teu sorriso, da sua sensível pele e tudo o mais vendo as coisas mais banais da vida. Reparei, sem querer, que essas lembranças me seriam mais frequentes quando você, pra poder dar mais destes sorrisos que amo, tomou outro rumo.

Apoiei e apoio incondicionalmente. Sabes disso. Não sabia eu, por outro lado, ou talvez até soubesse sim, o tamanho da falta que você faria. 

E assim eu me fui, reparando na tua falta. Reparando que a minha solidão, que de antes já vinha grande mas suportável, se tornou inconsolável desde então. 
E não me sobrou nada. Sei da nossa relação tão linda que apesar dos desencontros se mantém, mas ela não me conforma sem a tua presença naquelas horas essenciais que só você sabia como me animar. 
Não me sobrou nada que nessas horas possa me fazer querer acreditar por um simples instante que meus problemas de fato possam ser ignorados, melhor, não sejam nada relevante. Como foi que te deram essa habilidade de saber mais do que ninguém como me fazer ser simplesmente feliz por alguns momentos?

E é por isso, só por isso, que não me sobrou mais nada. Nada que não seja saudade de você. Me pego sozinho por entre os corredores e lembro do teu passo gozado, se atirando de lado em lado com os ombros pra fazer graça. 
Faço piadas no meu pensamento e lembro de como você daria risadas e diria que só mesmo eu, e apenas isso seria dito. E eu ia rir mais ainda, sem entender porquê só mesmo eu. 
Essa saudade é complicada, sabe. Sinto sua falta mais do que sinto de gente que amei. Não sei se é o amor que morre, se é a verdadeira amizade que é como um amor, ou se eu ainda sou idiota o suficiente pra fazer a saudade de você ser saudade de quem te quer. Não sei, e quero até não pensar nisso, só saber dessa saudade e tentar conviver inconsolado. 
E se ler este agrado, não tome conhecimento daquilo que não lhe interessa vivenciar. Só venha rápido me encontrar, e o que quiser me faça confessar, mas só o que quiser. 
Talvez seja só melhor deixar a saudade por si só..