Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

sábado, 7 de outubro de 2017

A infalível lei de Pacman

Eis o cenário:
Estava eu, entediado, em uma aula eletiva - até interessante, mas daquelas que pegamos pra terminar os créditos necessários - aguardando seu fim. Essa é daquelas que presença vale ponto e o professor faz questão de passar lista sempre no fim da aula. Tá, ok até aí.
Só que neste dia, além da quantidade exorbitante de conversa durante a aula - que pesa bastante quando a sala é pequena - a rapaziada decidiu que ia dar de bucha dos colegas que ali não estavam presentes. Nada contra, quem nunca precisou faltar? O problema é que isso atrasou consideravelmente o tempo que a lista levou até chegar em mim. E quando eu digo consideravelmente, leia-se pra caralho.
Eu não sou um sujeito paciente, acho que todo mundo já sabe disso.

Finalmente saí eu, de lista assinada e revoltado, tentando entender por quê numa matéria aonde a maioria absoluta da turma tem mais de 25 anos as pessoas pareciam não ter capacidade mental de pelo menos prestar-se a assinar pros colegas que não foram DEPOIS de quem estava lá, e portanto, tinha prioridade. Eu me perguntava por quê diabos era tão difícil que gente que talvez fosse até mais velha que eu em tempo de faculdade ainda se comportava como calouros incapazes de levar qualquer coisa a sério ou pensar nas consequências de seus atos. "Essa gente vai se formar, vai ser profissional caralho. Será que é tão difícil respeitar os outros e não ficar com essa média pra favorecer amigo?"

No fim das contas, eu estava malhando um pouco além do merecido - porque é, e bastante - os ditos cujos. Mas o motivo era simples, não era daquele dia que eu vinha impaciente.
Minhas últimas semanas (talvez eu possa colocar aí desde que voltei de Maria da Fé, em Minas) têm sido bastante desgastantes. E naquele dia, eu parei pra refletir sobre isso mais a fundo.
A causa era uma só: a faculdade.

Devido à faculdade, a cada período que eu avançava, tive que me dedicar ainda mais do que já estava dedicando no anterior. Some à isso o acúmulo de projetos - porque o idiota aqui não sabe ficar parado - e aí você começa a mapear tudo que tenho ganhado de problemas e perdido de vantagens.

É por causa da faculdade que inúmeras vezes, mesmo tendo dinheiro (raro, mas rola) pra ir com meus amigos em algum lugar, falta o tempo. Sou obrigado a ficar em casa e estudar ferrenhamente, e a verdade é que isso se intensificou tanto nos últimos anos que tem uma quantidade absurda de pessoas com as quais perdi contato. Pessoas por quem eu realmente nutro e nutri afeto. Muitas eu perdi, e nem sei se agora vai fazer diferença. Mas outras eu sinto falta. Meus principais amigos eu não consigo mais sair e ver, é raro.

A minha banda se estagnou não por minha indisponibilidade, nem do Zé. Mas a faculdade me impede de sentar pra ensaiar, compor e caçar novos integrantes que possam nos fazer voltar à ativa. Em pensar que há quem goste, que queira ouvir. Surpreendentemente, eu sou cobrado por isso com alguma frequência. Mas não o suficiente pra eu conseguir atender.
Piada a minha, eu não consigo me dedicar pra retomar isso. Quero, não consigo.

Honestamente, eu sequer consigo levar minha namorada no cinema às vezes. Sorte a nossa podermos conviver próximos, manter sempre o contato e o carinho. Mas eu queria poder mimá-la mais. E adivinha: a faculdade me tira esse tempo, e por vezes o dinheiro também!

Tudo isso se junta com a eminente aposentadoria da minha mãe nos próximos anos (que não serão muitos). Isso significa, dentre outras coisas, que eu necessito arranjar sustento pós formatura, e encaminhar isso não tá sendo fácil - porque NEM NISSO a faculdade colabora.

E eu tô muito perto da formatura. Simplesmente, não tenho mais saco pro ambiente que é o lugar. Pro clima de maternal que os professores propõem, em sua grande maioria, nas aulas. Ficou enjoativo, é algo que na maioria das vezes eu faço arrastado. Cheguei a questionar se estava no caminho certo, típica dúvida que não é de me bater.

Não é que eu esteja aqui dizendo que vou largar tudo. Mas a pressão da vida adulta resolveu se fazer presente de forma fixa, e eu não tive nessas semanas um horizonte firme. Isso pesou, senti pesar bastante. Senti que poderia estar desperdiçando tempo em algumas situações, e que no futuro não o recuperaria. Eu não sabia bem dizer o que estava pra acontecer, sendo que eu tenho prazo pra que aconteça se eu quiser tornar reais metade dos meus planos..
Mas eu tenho um problema.
Eu sou impaciente.

Eu sou tão impaciente que eu não consigo entrar nessa de ficar numa bad remoendo as dores. No mesmo dia em que todos esses pensamentos se acumularam, tirei pra conversar com algumas pessoas. Soltar todas as coisas que me vieram à cabeça, e também reparar o que eu podia.

Sim, reparar. Eu sei que não estou cometendo sacrifícios à toa, mas eu não posso não quero e não vou abrir mão das coisas que gosto. E, sério, se você não quer perder aquilo que dá valor, faça-se presente. Ao menos na hora que puder, pois será a hora certa.

Nesse mesmo dia, minha impaciência me colocou a pensar sobre como seriam os próximos dias. Se eu ia aguentar a rotina, se não ia surtar. Apesar do clima, eu tentei manter a frieza.
Nessas horas sempre ajuda.

Talvez não tenha remédio melhor que olhar pra trás, pensar no que já foi. Pois, justamente, já foi.
Não importa o tamanho, a complexidade. Foi. E se foi, é porque se trabalhou pra que fosse. Todos nós enfrentamos uma infinidade de problemas no passado, e em algum momento os superamos. Isso prova de forma muito clara que não existe uma restrição infinita à nossa capacidade de continuar rompendo barreiras. Em algum momento, a realidade nos dará a oportunidade de mudar as coisas. É necessário olhar pra trás, pensar que se já foi tanto, mais um tanto não é nada.
Dá medo pra caralho, assusta, mas porra, uma hora vai né. O medo tá aí sempre, fazer o quê, como fantasmas famintos caçando.

E aí se explica o título.

Percebi essa coincidência no mesmo dia em que a bad bateu, e de repente vi que fazia muito sentido:
A vida adulta é exatamente igual a Pacman.
Tipo, sério.
A gente corre igual um condenado, quase sem parar. Precisamos de pontos, sempre - leia "pontos" como qualquer porra que seja sua meta, momentânea ou de vida - e somos perseguidos de forma contínua por nossos fantasmas:a pressão pelo sucesso, as contas pra pagar, as pessoas negativas ao redor, etc.
Repete-se aqui: de forma contínua. Já jogou Pacman alguma vez? Se você já jogou, queira relembrar o que rola quando você fica parado mais de 5 segundos. Se não, deixa eu dizer:
VOCÊ SE FODE, OS FANTASMAS TE CERCAM.
Simples assim. Será que deu pra pegar a analogia?

Não é que você não possa parar um instantinho pra recuperar o fôlego e tomar a melhor decisão. Não é que você não possa ter medo de todos os problemas que surgiram e sentir-se mal por isso.
Mas você não pode simplesmente ficar parado esperando a solução. Ela pode até aparecer sozinha, mas só vai dar as caras se você se mexer. Você PRECISA manter-se em movimento, a todo o custo.
Com a experiência, será possível aplicar vários perdidos nos fantasmas pra ganhar tempo pra quando precisar parar, e também será possível achar aqueles bônus que vão te permitir comer até mesmo essas desgraças.
Mas lembre-se: novos fantasmas virão. Então, continue correndo.

Apesar do medo, da dificuldade, do inferno que for. Ponha-se em movimento, mesmo que seja pra chorar em movimento. Mas anda, que a vida anda, os fantasmas correm e só dá pra comê-los se você caminhar até o bônus.

Curiosamente, esta semana participei de algumas experiências muito legais na faculdade, pude retomar assunto com alguns amigos cuja presença me faz falta, peguei um merecido cinema com a namorada ontem. Tem jeito não, é isso: lei de Pacman.
Só preciso parar pra correr LITERALMENTE, porque a faculdade me tirou o tempo de exercitar pra perder a barriga de cerveja.








terça-feira, 12 de setembro de 2017

Sobre fé

Pela primeira vez na vida, tive a oportunidade de me afastar do estado do Rio de Janeiro.
Mais do que isso, de me embrenhar pelo interior. 
Fui parar em Minas Gerais, mais especificamente Maria da Fé, graças à duas amigas muito especiais. 

Eu não vou entrar muito em detalhes sobre a viagem, mas na verdade, queria destacar alguns efeitos que se colocaram sobre mim durante esse feriado e desde que voltei ao Rio.

É incrível e notável a diferença entre o interior e as grandes cidades. O ritmo mais tranquilo, o clima mais íntimo entre as pessoas. Aliás, íntimo aqui já é, mas de forma abusiva e violenta. Em Maria da Fé, as pessoas se conhecem e confiam - em geral - numas nas outras, permitindo que seus carros, casas e todo o resto fiquem abertos, sem sequer trancar os cachorros em casa.
Até os cachorros são simpáticos, e fazem festa pra todo mundo que passe. 

O ar é infinitamente mais puro, e tudo é bem mais perto do que você poderia imaginar. 
Exceto o Alambique, que é longe pra caralho. Mas valeu a lendária cachaça.

Foi como recuperar aquela paz de espírito que você persegue nos sonhos de uma vida melhor, sabe. Esquecer as preocupações, reencontrar as energias. 
Olhar pro horizonte e ver aqueles vales bonitos - ao menos os que ainda tem mata - e ficar pensando o quanto a gente perde tempo com besteira na vida. O quanto nos desperdiçamos com coisas inúteis e o quanto banalizaram coisas inaceitáveis no nosso cotidiano..
Sabe, NÃO É NORMAL eu sempre me preocupar com assalto e hora pra voltar, nem sair de casa 3 horas antes do necessário dependendo do lugar que pretendo ir. Não é normal eu ter que trancafiar tudo às sete chaves porque senão perco até a roupa. 

Sei que, depois de Maria da Fé, passei a ter fé que poderia ter mais qualidade de vida. Espero conseguir melhorar as coisas que me cabem aqui no Rio, e na medida que eu chegue no meu limite, volto pra lá recarregar o espírito. 



terça-feira, 22 de agosto de 2017

Anger Management

Ando profundamente irritado, verdade seja dita.
Eu acho que poderia fazer uma lista gigante e inteiramente dedicada à enorme quantidade de coisas que me tiram do sério de maneira rápida. 

Tenho que admitir, eu sempre fui meio pavio curto. Quer dizer, não é que eu demonstre - embora, quem me conhece, consiga ver rápido como eu logo perco a boa vontade - mas é impossível negar que sempre que as coisas começam a sair do rumo aceitável de forma grosseira, eu viro o próprio pecado da Ira encarnado.

Às vezes são coisas pequenas, sabe. Às vezes eu sou o próprio responsável, e fico puto comigo mesmo, ou então foi culpa de outra pessoa e eu fico puto com ela, ou não tem nenhum culpado e eu só fico olhando pra cima, revoltado com os astros e o universo como um todo.
Será que é coisa de botafoguense isso? Deve ser, sei lá.

Eu tenho 23 anos e não posso reclamar muito da vida que tenho e tive até o momento. Passei meus sufocos básicos e boa parte das porradas que tomei foram merecidas. 
Mas se tem uma coisa que realmente me tira do sério é apanhar sem merecer. É aquela bomba que atiram no seu caminho no maior foda-se possível, e você tem que se virar porque - óbvio - você é o único que se importa com as consequências.
Talvez seja um pouco por isso que eu tenha dificuldade de largar dos projetos com que me envolvo. Sempre fico com a impressão de que vai dar merda, de que ninguém vai conseguir aprender o que tem que ser feito. Eu sempre fui o apagador de incêndio, o cara que tem que manter a calma e tomar as decisões corretas para o bem coletivo.
Mas isso dá um puta stress, vocês não fazem ideia. 
Especialmente quando as pessoas não colaboram e não conseguem ver as coisas de maneira clara. Você desprende tempo e energia pra conseguir uma integração única e singular, que em algum momento vai dar resultados significativos. 
Mas putaquipariu, como isso enche o saco. Como isso cansa.

Talvez seja da fase. Eu tô velho pra faculdade, não vai demorar pra que eu me forme. Enquanto isso não acontece, ficam as incertezas do futuro, e todo problema que se abate parece que vai piorar o caminho de forma irreversível. Não tenho mais paciência e disposição pra resolver metade das coisas que eu costumo dar conta, e cá estou eu resolvendo elas todas de novo, com carga a mais ainda por cima. 
Terapia de choque é barato? Preciso, papo 10. 
Alguma hora eu preciso descansar, findar essa pilha, e esquecer que tenho hora pra levantar. 

Mas o que eu não daria por um saco de areia pra encher de porrada, te falar..


sábado, 17 de junho de 2017

Soneto para o futuro fim de SUAT

Bate o sol do dia que começa
Na hora certa pra já levantar
Às vezes nem sei aonde a força está
Quanto mais como fiz pra encontrar

Mas do trabalho, não reclamo muito
Tenho tido sempre prazer no que faço
Apesar de toda a mazela do cansaço
E não sobrar do mês quase um puto

Meu pagamento é meu suor e as vivências
Os sorrisos com os quais já me acostumei
E que não me fazem sentir estagnado

Pois a dor de cada experiência
Conto feliz a todos que amo e amei
E a cada passo aumento o meu legado

Desejo a todo trabalhador a sorte
De encontrar-se em algo novo e inesperado
Que não se pretende até a morte
Mas que sempre o mantém motivado

E da vida e suas estranhas coincidências
Nem sempre sentido eu achei
Mas desta me digo realizado. 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Para mim no passado e meu filho no futuro

Eu acho que o título é bem autoexplicativo. 
Por razões de "sei lá, bateu", queria deixar algumas lições que aprendi nos últimos anos pra mim mesmo no passado - porque o eu passado é presente em quem eu me tornei, de alguma forma, e esse diálogo constante é essencial pra eu manter essas lições na memória - e para o meu filho (filhos, filhas?) no futuro - porque eu sei que os terei e boa parte do que eu relatarei não será mais tão efetivo pro meu eu futuro calejado, ainda mais comigo já relatando aqui no presente. 
Seguem assim, e não sabia se devia ou não enumerar. Vou lançando assim mesmo e aí vemos o que teremos ao final:


  • Tenha mais paciência: Eu sei que o mundo é terrível em 90% do tempo. Eu sei que você já percebeu isso e está ansioso, inquieto pela chance de se garantir de uma vez seja lá com o que for. Sei que ter paciência num mundo que não espera ninguém pode ser contraditório. Sei que as pessoas irão testar a sua paciência, querendo ou não, elas irão. Não se deixe pilhar fácil, você tem energia e tempo pra gastar com coisas mais produtivas que dar audiência pra frivolidade. Dê tempo ao tempo, certas coisas só virão ao seu encontro quando você puder tê-las ao seu alcance, e não é de uma pra outra que o seu alcance aumenta. Aliás, muito da sua falta de paciência vem do seguinte abaixo;
  • Abra um pouco mais a sua cabeça: Assim, você tem que admitir que é teimoso. E tanto por quem você é, tanto pela sua idade fazer isso ser um comportamento normal. Pro seu caso, é teimoso de um jeito muito bom, aliás, a teimosia ajuda em muitas coisas. Mas você tem que dar um pouco mais de crédito às pessoas ao seu redor. Com o tempo, você irá, e vai perceber que isso será um facilitador. Não só gerando soluções, mas evitando problemas. Evite pensar que já sabe o suficiente sobre algo ou que tudo que sabe te basta, os pontos de vistas de fora e o conhecimento tornarão você mais do que empático ou consciente, mas preparado para resolver os problemas no caminho. Mudar de opinião não é vergonha, por vezes é o sinal de evolução.
  • Não tenha medo de liderar: Entender as pessoas ao redor e ser aberto ao conhecimento te dará condições para guiar os seus grupos quando o problema estiver dentro dos seus conhecimentos e sua visão estiver clara. A questão é que mesmo os pré-dispostos não nascem sabendo liderar; torna-se um bom líder em função das experiências e das suas ações. E por mais responsabilidade que isso exija, tomar a frente de uma questão, causa ou projeto te fará ter mais confiança para tomar a frente da sua própria vida. Não deixe as expectativas dos outros pesarem, e não monopolize os processos. Traga as pessoas pra perto de si: motive-as e motive-se por ter conseguido engajá-las. No fim, tudo é networking. E muito por isso;
  • Dê valor aos amigos de verdade: E você sabe quais são, sempre soube, e sempre que um novo se aproximar você saberá no primeiro instante. Seu instinto fala mais alto que suas vistas grossas, seu espírito não vai bater com outros porque seria interessante, mas porque ele quis e pronto. Pare de perder seu tempo andando com quem não te valoriza ou só quer sua presença por interesses. Pare de agradar, defenda o que acredita. É mil vezes melhor ter 4 ou 5 cabeças que te entendem e te aceitam de verdade do que uma turma de agregados, conhecidos, falsos e interesseiros. Quem vai te apoiar e te oferecer a mão você sabe, então não desperdice sua energia com quem não merece.
  • Confie em você: Em tudo que acredita, tudo que almeja, tudo que te faz quem é e tudo que é capaz de fazer. Se você não fizer isso, você será um fracasso sem nem precisar tentar ser um. E se imponha por tudo isso; não ouse abrir mão de seus valores. Sonhos, ideais, até objetivos, tudo isso muda. Mas os seus valores são intrínsecos a você. São algo que não muda por você ter mente aberta. Contrariar isso, tenha certeza, vai ser amargo e trará consequências amargas. Te restará enfrentá-las e superá-las, a seu tempo. Tirar as lições que reforçarão essa necessidade de confiança, e que lhe trarão mais sabedoria pra entender e identificar situações, contextos e pessoas. Confie nas suas intuições e percepções, elas podem te evitar muito problema, e caso erradas, você tem como reparar qualquer dano.  Não tenha medo de errar, pois;
  • Você vai errar feio e errarão feio com você, e isso é natural: Ou você realmente acha possível que mantenha-se sempre certo, mesmo com a mente aberta e com um mundo todo se abrindo? Errar é humano e até onde sabemos você é um ser humano. Muitas coisas levam ao erro. Não seguir os conselhos acima leva, e segui-los, por vezes, também! Observe: todo mundo leva seu próprio tempo pra evoluir e aprender a observar os outros a seu redor e entender essas pessoas. Além disso, é impossível agradar a todo mundo. Existe um mar de subjetividade entre tudo que é absolutamente certo e o absolutamente errado (e são pouquíssimas as coisas que se encontram nesses extremos). Nesse mar, o que é certo pra você é errado pro outro, e vice-versa, e muita coisa vai te parecer errada ou parecerá aos outros um erro seu. E mesmo indo além disso, além dessa subjetividade: existem pessoas ignorantes, existem pessoas ruins, você pode ter um pouco dos dois em determinados contextos. Enfim. O que você tem que entender é que, embora você não seja obrigado a perdoar - porque além da escala da subjetividade, muita coisa absolutamente errada pode e vai acontecer, e muita coisa subjetivamente errada vai ser empurrada pra você goela abaixo sem a menor empatia, então não seja santo: perdoe quem merecer, se imponha contra quem merecer e não aceite culpas que não lhe cabem - você é obrigado a aturar as consequências dos seus erros e dos que erram com você. E é natural errar, e lidar com isso tudo. Errar é parte necessária do tentar, que é o que te faz ganhar, evoluir e crescer. Errar é ESSENCIAL para aprender a ser feliz e valorizar o que deve ser valorizado, aprender a se moldar e se adaptar, aprender a respeitar e ser respeitado. Pra ser feliz, você vai ter que magoar pessoas, sim! Porque mesmo que não queira, você pode apostar que alguém irá se magoar com atitudes suas - seja por ignorância com algo inofensivo ou subjetividade com algo ambíguo. E o mesmo vale no reverso. Pessoas irão errar contigo querendo ou não, e em todas as escalas possíveis. Não crucifique, não remoa, não perca seu tempo. Aprenda, o mais rápido que puder, e deixe as emoções negativas fluírem rio abaixo. E continue correndo atrás do que quer: se você se preocupar mais com a mágoa que causa em detrimento da sua felicidade, só você não será feliz. Nem sempre o equilíbrio é necessário, e como você bem sabe, ninguém vai escolher por te poupar em nome da própria felicidade.
  • Curta o tempo que está vivendo e se deixe ter amor: Sei que há mais motivos para ficar triste e deprimido em relação ao mundo que o contrário. Sei que as pessoas e a vida como um todo são complexas e no geral não há motivo pra se deixar envolver com nada nem ninguém. Mas é justamente isso que move a sua vida. Justamente isso que te fará quem é, e te apontará seu caminho. Deixe-se amar de verdade, desapegue-se dos sentimentos ruins que atravessarem sua jornada. Lembre-se que existem pessoas com quem você pode errar e acertar em conjunto, e que não vão te crucificar por isso. Lembre-se dessas pessoas sempre. Lembre-se que alguém virá ao seu caminho contrariar o último conselho e te colocar à frente dos próprios interesses: não deixe essa pessoa fazer isso se você não for capaz de fazer o mesmo. Cresça junto com ela e entenda que nenhum de vocês precisará sacrificar nada em nome do outro se andarem juntos no mesmo passo. Mas não fique desesperado procurando tal pessoa em qualquer lugar: deixe-se amar de verdade e livremente, sem deixar de confiar no seu instinto e acreditar no que acredita. Ame a sua vida e deixe que ela crie o momento ideal para que as coisas aconteçam. E quando acontecerem, agarre a chance. 
O resto é por sua conta. 





segunda-feira, 27 de março de 2017

Temos que ser mais chatos

Eu não sei você, mas eu gosto de pessoas que são chatas.
Chatas não pentelhas, por assim dizer. Não aquele chato que é inconveniente, retardado ou babaca. Não é aquele famoso pain in the ass.  É outra coisa. 

Como eu vou explicar sucintamente?
Concebamos o chato como o persistente. O cara que não gosta de receber "não" - PELO AMOR DE DEUS, NÃO VÃO EXTRAPOLAR ISSO PRA DIZER QUE LEGITIMO ASSÉDIO ESTUPRO E AFINS, NÃO É ISSO; estou falando sobre gente que não desiste fácil, não sobre retardados, tarados e machistas - e que vai cavando o caminho dele até dar de cara com seu objetivo, se assim ele deseja. O obstinado, mas não o ganancioso. Determinado, sem cobiça. 
Porque uma das características do chato é que ele demora demais a largar o osso, mas eventualmente ele larga: basta ver que a coisa claramente não vai ser interessante pra ele. 

O ponto é: mesmo ao desistir de algo, um sujeito que é chato logo arranja outra coisa pra encucar sua mente agitada. Porque se você conhecer um cara que é chato - nessa definição que proponho - e é burro, parabéns, fez um achado. Usualmente, pessoas chatas são inteligentes (leia-se inteligente de qualquer maneira conhecida, não necessariamente academicamente). Pessoas chatas têm algum tipo de visão diferenciada sobre o mundo ao seu redor e si mesmas. Costumam se conhecer bem e, muito por isso, saber exatamente o que querem e tomar atitudes o tanto quanto for possível para alcançar suas metas.

Quer dizer, pensa em 6 ou 7 ídolos seus: seja do mundo da arte, empresarial, político. Depois pesquisa um pouco sobre a vida pessoal dos caras. Biografia básica, que seja. 
Cara, tu vai achar muita gente chata pra caralho. Mas chata mesmo, desse jeitinho que tô falando. Alguns até insuportáveis para convívio, mas isso é outra história..
Porque além de obstinados, persistentes e perspicazes, os chatos são clichês. Os chatos sempre tem uma frase pronta, uma filosofia de vida. E até a mudam, mas nunca lhes falta uma. Talvez por isso sejam insuportáveis.

Mas que sejamos então insuportáveis. Sabem por quê? De novo, pensa no que seus ídolos chatos alcançaram na vida. Pensa no que tu quer alcançar, sei lá. Será que não ficou clara ainda a conexão entre os chatos e a eterna busca pela felicidade?
Muitos dos seus ídolos chegaram no topo de suas vidas e ainda assim continuaram buscando algo mais. Mesmo quem tinha tudo ainda queria algo mais. E observe que isso não tem muito a ver com ganância - não necessariamente, mas sim, ela pode estar presente e estará quando tratarmos de pessoas rasas e de má índole - mas apenas a vontade de ser feliz.

A felicidade não é e nunca será uma coisa estanque: ela vem e volta na vida conforme você se dá por satisfeito e esquece de continuar na busca pela mesma. Nós temos uma ilusão massivamente difundida de que ao darmos um passo pela felicidade nós já a alcançamos e por isso devemos cessar os esforços e aproveitar o momento: na luta por direitos, qualquer merreca nos remove da rua e nos sossega por 20 anos; nas relações amorosas, cada novo relacionamento mais profundo nos dá a impressão de felicidade mesmo que o relacionamento seja terrível; na vida profissional, ascender a uma colocação desejada muitas vezes nos leva a diminuir o esforço e qualidade no trabalho, tornando-nos o alvo preferencial para a próxima demissão, etc. 

Não é que não devamos tirar um tempo para curtir as nossas conquistas na vida. Conquistas de qualquer espécie e magnitude (desde que lícitas E éticas, foco nesse "E"), todas são válidas e merecem sua comemoração. Nós merecemos nos dar o descanso e curtir o momento. Nós precisamos. 
Mas não podemos sentar na crista da onda: ela quebra. A vida é efêmera e às vezes mesmo o que se quis e se conseguiu para toda uma vida pode perder o poder atrativo. Relações lindas morrem pela falta de esforço dos casais de manter a chama acesa; bandas com trabalhos promissores sumiram do mapa após sucessos meteóricos e o desleixo das músicas que se seguiram; grandes pensadores de seu tempo correm o risco de soar como velhos gagás se não se atualizarem das novas dinâmicas da sociedade que sempre muda. 

Não lembro qual dos clássicos filósofos gregos disse, mas um deles disse: O mundo é um eterno devir. Sempre em mudança. 
Por quê DIABOS então alguém se convence de maneira tão firme (como fazemos, em geral) de que tem uma hora que você pode sentar a bunda no sofá e botar o pé na mesinha?
Porra nenhuma, irmão.

Sejamos chatos. Inconformados. Nesse estado eterno de estar feliz mas nunca satisfeito, sempre pensando o que se pode fazer pra continuar feliz. 
Sejamos pessoas que estão sempre procurando ser melhores. Como pessoas, como tratamos as pessoas e como levamos a vida. 
Pelo menos até a gente depender de remédio pra ficar vivo, vale a pena pensar dessa forma. 
Sejamos um bando de chatos. 
E se alguém reclamar, vou ser ainda mais chato. 

Porque faltou dizer: Todo chato sabe que é chato. Sabe que erra, acerta, tenta. Mas o chato, por saber, pode avaliar e melhorar. Ele continua tentando.
Mas o conformado, o estático, o cara do discurso "o mundo está contra mim e eu nunca faço nada errado" está fadado a mais do que o fracasso: está fadado a se acostumar a perder, e aumentar sua inércia. 

Seja chato, o quanto precisar ser. Alcance a felicidade, curta e continue se movendo no passo dela, senão ela escapa. 




terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Pessoas Bolha

Caminham entre nós, ou melhor dizendo, flutuam. 
Flutuam entre nós as pessoas bolha, alheias ao mundo e a todos a seu redor.
Imersas em seus mundinhos coloridos, feitos por si mesmas com o único propósito de diverti-las, entretê-las. 
Mundinhos milimetricamente arquitetados em suas mentiras sólidas de sabão. 
São verdadeiros campados, recheados de castelos de virtudes que clamam ter, aonde colecionam histórias de glórias que nunca lhes coube, e apagam dos registros seus fracassos solenes e inegáveis, bem como suas consequências.
Só que é tudo de sabão. Translúcido, sem conteúdo, frágil e escorregadio. Não se precisa um olhar atento para ver a bolha de uma pessoa. Mas ela, lá dentro, custa a enxergar. E tende a permanecer imersa na luz deste arco íris que se forma única e exclusivamente de seus reflexos, pois lembremos que a pessoa bolha sempre acredita que é especial, que sua luz emana perfeição e impedirá que o mundo lhe traga a agulha - portadora da verdade - tão temida e não merecida - apenas em sua visão. 

Não que todo mundo não tenha seu momento bolha, mas existe uma diferença essencial entre uma pessoa bolha e uma pessoa normal: a pessoa bolha realmente acredita no mundo que ela constrói.
Quando estamos mal ou não temos maturidade para encarar a vida, construímos nossas bolhas. Somos assim, nos isolamos em pensamentos vãos e unilaterais, esperando que a vida comprove a veracidade de nossas concepções.
Mas em algum momento a ficha cai. Cedo ou tarde, nós aprendemos que não existe verdade absoluta. Aprendemos que tanto erros quanto acertos possuem consequências. Aprendemos a respeitar a diferença, a nos deixar ser alvo de interação e querer interagir com tais diferenças. Quando você cresce como pessoa, você mesmo estoura a bolha que possa ter construído.

Mas uma pessoa bolha? Haha, não é bem assim.
Pessoas bolha vivem mentiras por definição. E acreditam de verdade em todas as suas abstrações sobre o mundo, o tempo todo. Não estou dizendo sobre ideais, ou desejos - apesar de que possamos incluir isto aqui sim - mas sobre percepções reais. Pessoas bolha podem nascer assim ou serem criadas para ser assim, e honestamente, tanto faz.
O que importa registrar é que a existência das pessoas bolha é mais que triste, é um problema. E um problema sério.

A existência das pessoas bolha evidencia como a nossa sociedade está doente. Pessoas preferem se isolar em seus mundinhos de conto de fadas aonde são protagonistas perfeitas da novela da Globo (sem erros, sem defeitos, sem culpa) a terem que encarar o peso da realidade, porque ela dói. 
A existência das pessoas bolha é um FARDO para as pessoas próximas à todas elas, pois estas gastarão seu tempo e energia tentando trazer estas pessoas para a realidade ao mesmo tempo em que têm que lidar com todos os problemas causados pelo comportamento bolha, que gera curtos instantâneos com o emaranhado de fios sociais.
E a existência de pessoas bolha é um perigo para a sociedade como um todo, uma vez que o comportamento bolha - como já mencionado - leva a uma sucessão de causos e acontecimentos que invariavelmente trarão danos e prejuízos para outrem, exceto para as bolhas. Estas circularão pelo ambiente de forma leve e cínica, até serem carregadas pelo vento e irem atazanar a vida de outros, ensaboando o caminho por aonde passam.

Talvez o ponto mais problemático seja que pessoas bolha não são capazes de se reconhecer como tais. Mesmo com muita agulha, martelada, raquetada, elas continuam fazendo a bolha aumentar. Mesmo com carinho, compreensão, elas vão preferir aumentar a bolha. "Tá, tá bom", "Ah, sei lá" e tantas outras expressões serão repetidas, desviando da agulha e indo pro detergente fabricar mais. 
Ah, sério, ter momento de bolha todo mundo teve, mas admitamos: isso é um problema sim. Pessoas bolha são um problema dos mais graves nos dias de hoje.
E eu já tô de saco cheio delas. Afiando a agulha pra próxima que me inventar de vir ensaboar a vida em qualquer sentido que seja. 

E você fique de olho. Amigos, parentes, amores. Olhe atentamente. 
As pessoas bolha flutuam entre nós. 


sábado, 18 de fevereiro de 2017

SAIU O LIVRO!

Como anunciado há alguns posts, FINALMENTE lancei o meu famigerado livro.
Entre quase 1 ano criando, e mais 2 revisando e editando, cá está:

Apresento-vos "Histórias NADA Românticas que você NÃO vai querer viver e nem achava que fossem possíveis". O resumo das minhas piores experiências amorosas, não pelas lembranças em si, mas pra mostrar para as pessoas do mundo o que se aprende com essas situações e como você pode passar de um perdedor idiota/stalker/iludido/machista/retardado para uma pessoa normal e até bem sucedida no campo amoroso e pessoal. 


Uma vez que o grosso das histórias se passa na minha adolescência, é esse justamente o público alvo. Gostaria que pessoas lessem o livro e entendessem como as coisas funcionam na vida sem ter que precisar passar pelas decepções absurdas que se costuma passar na idade (e das quais somos os culpados exclusivos em 99% dos casos). 
O livro está a venda no site da loja Pod Editora, pela bagatela de 40 pratas. Segura o link aqui: http://loja.podeditora.com.br/

Novamente, espero que curtam. Reforço: muitos personagens tiveram seus nomes protegidos, e nem tudo que está escrito pode ser tomado como verdade, já que é apenas a minha versão dos fatos e as coisas que eu acreditava e pensava. Portanto, sem stalkear atrás das pessoas citadas, isso não é legal. Foque na história e nos acontecimentos, e nas lições a se tirar. 
Abraços a todos!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O bar é memoria

Espero que você possa contar uma história que se passa num bar.
Ou contar uma história em um bar.

Seja o que for e como for, que um bar esteja envolvido. 
Que amigos se reúnam, e de preferência com pessoas amadas também. 
Que você aprecie cada bebida e fique bêbado sim, alegre. Mas sem passar mal. É sua obrigação moral saber beber. Não aguenta? Refrigerante, água, suco. Mas não se envergonhe.

Espero que a comida esteja deliciosa, que venha em porções generosas e que isso saia barato. Enfoque no barato. 
Espero que o garçom já se dirija direto pra sua mesa pra trazer a próxima rodada. 

Que cada cerveja te lembre de um amigo e um momento de felicidade.
Que cada dose de tequila ou vodka te dê coragem pra fazer o que precisa, e não fazer cagada.
Que cada gole de vinho seja acompanhado de uma transa maravilhosa com alguém especial. 
Óbvio: Energético é pros fracos. 

Que você não pense no que deixou de fazer.
Que você não se lembre do que precisa esquecer pra ser feliz.
Que você não cometa besteiras (especialmente contra si mesmo).

O bar vai te dar muita história. E 99% delas é boa.
Apenas não faça cagadas.  
Mas se alcooltecer alguma coisa, que isso não te espante do bar. 
Que te ensine a ser inteligente ao se divertir.

Eu digo mais: A vida é um bar. Descubra logo o que você gosta de beber dele e encha sua cara disso. Não vai pelos outros, que o porre é forte. Vai por você; o que gosta e no ritmo que gosta. O resto é firula, gourmet, desperdício. 

Deixei o lirismo em casa

Deixei o lirismo em casa.
Numa gaveta dessas aonde eu largo as meias.
Apertada e bagunçada, mas funcional
Como tudo que a permeia,
E como a vida que levo. 

Deixei o lirismo à espera
Como a roupa velha que não lembro de usar
Enfurnada no canto que eu não vou alcançar
Se não estiver disposto
A arrumar primeiro as meias.

Deixei o lirismo à seca
Como o pó que tem atrás do meu armário
Que lá se faz rei e proprietário
Já que não vai sair
E nem precisa.

Deixei o lirismo à míngua
Como as traças que caçam restos dos meus livros
E na falta deles morrem ainda nos ninhos
Já que o meu lirismo
Não tem do que comer.

Mas a droga do lirismo passa fome 
Passa sede solidão e desespero
E ainda assim não pede arrego
Teimoso e cabreiro, puxou o dono
Fez-se poema pra me tirar o sono. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Uma quebra necessária

Aposto uma cerveja que vocês não esperavam por isso.
Bom, eu precisava fazer uma pausa na "4 spirits' tale". Quero estruturar mais a história, mas vai além disso. Tem alguns anúncios que eu preciso fazer, se é que há quem os leia.

Esse é o principal anúncio para o dia: eu vou publicar um livro. Tá mais pra uma coletânea, ou autobiografia, olha, eu não sei bem classificar e deixo o rótulo pra quem quiser comprar. O livro vai falar exatamente sobre o que este blog tem retratado em 90% dos casos: a minha vida amorosa. 
É um projeto antigo. Quer dizer, eu sempre achei que daria bastante história pra contar, e acaba por viver sempre mais algumas. Em 2013, eu comecei a ter certos choques de maturidade, e no ano seguinte decidi pegar a ideia dada por amigos há tantos anos e tirar da gaveta. O processo de escrever esse livro me fez revisitar o blog, e inclusive meu falecido MSN e diversas conversas no Facebook. Mais do que isso; repensar todas as minhas histórias. Entender o quanto eu estava errado, em tanta coisa. E como fui azarado, também. Acho que as testemunhas podem corroborar o depoimento nesse sentido. Eu realmente fazia muita merda, mas sofria sempre alguma pior. 
Escrever, reler, revisar, todo o processo durou muito tempo. Afinal, eu tive que fazer isso enquanto a faculdade rolava. Esse ano, contudo, eu consegui quem acreditasse nesse projeto. Esta manhã enviei as últimas correções a fazer. Na próxima semana, vão começar a imprimir. Não serão muitas cópias, tenho que vender algumas pra bater a cota que paga o serviço da editora. Se houver interesse, é só me procurar que dou os dados necessários para depósito e como vir no lançamento. 
É importante dizer que preservei o nome de quase todas as pessoas a quem não consultei sobre o fato de eu escrever sobre elas (já que estavam no meu passado). As que não consultei, ou não tive como, ou sabia que não causaria problema. Enfim, tomei as devidas medidas para garantir a proteção das pessoas (exceto a mim mesmo). Só quem conviveu comigo e com as pessoas na época poderá reconhecê-las, retirando qualquer novidade da história e preservando as identidades pra quem não conhece essas histórias. 

Mas voltando ao foco no livro. Boa parte da história está aqui. E foi um processo divertido, e humanizante até, buscar o material fonte. Se você gosta deste blog de alguma forma, e o acompanha desde o surgimento ou já leu parte do que fez ele bombar, creio que é uma boa pedida. Só me dar um toque. 

Meu segundo anúncio é inspirado no processo que me ocorreu de amadurecimento: se você tem algo pra me falar que nunca disse, pode brotar nas minhas redes e lançar o papo, na cara de pau mesmo. Eu decidi que não quero passar o futuro me preocupando com ataques de fantasmas ou azar inesperado. Também acho justo que eu possa reaproximar quem tenha se afastado de mim sem algum motivo específico ou algum não muito justo. Sabe, a gente desperdiça a energia com tanta frivolidade, eu estou tentando ser mais disposto a superar. Eu já superei traumas maiores. Um ou outro, pelo menos. Não custa nada tentar, pra tantos e tantos amigos, colegas, etc. A não quer que prefiram o afastamento, daí boa sorte.

Pra finalizar: pretendo dar prosseguimento a "4 spirits' tale", mas estou pensando em parar de usar o blog pra isso. Fui apresentado à uma plataforma muito interessante, e se for caso, virei a divulgá-la. Acho que pode ser legal como uma experiência direta de como atrair público, etc. Além disso, sinto falta do blog como espaço de desabafo e filosofia por vezes. 

Muita coisa tem acontecido. Eu pensei que o carnaval da minha vida tivesse parado, mas ele continua, desenfreado. Há muito por vir e muito que desejo que aconteça, também. Ao menos eu estou com uma base muito forte, ao menos de um jeito que nunca tive. E eu tenho que dizer, estou feliz. Grato, até. Eu nunca me vi como um autor e cá estou. Sem mencionar namoro, família, essas coisas. O trabalho tem sido maravilhoso também, e tenho alguma esperança renovada na banda. 
Sabe, focar em você mesmo faz maravilhas. Dá mais coragem pra correr atrás dos desejos e menos peso pra essa corrida. Sério, foquem em vocês mesmos. Parem de viver as vidas em função de outras pessoas, seja sentimentalmente ou literalmente. Parem de se perguntar o que pensam de você, o que farão por ou contra você. Vai lá e faz, e sente, e sei lá mais que porras você precisar. E não, nem entra em política que o Brasil não merece e o povo daqui muito menos. Vai se preocupar com você. Seja altruistamente egoísta uma vez na vida e você vai entender do que estou falando.

Até.