Acordei mais um dia de noite mal durmida. Tenho ido durmir meia noite, e tentado pegar no sono. Consigo, apenas por meia hora, no máximo uma. E fico acordando e pegando no sono, diversas vezes numa mesma noite. E em diversas noites. Hoje foi pior, tive que acordar lá pra 6 e 30, pra dar tempo de se arrumar. Tinha que estar 9 e 15 no colégio. Pelo menos eu já vinha com alguns motivos pra sorrir, meu time tinha vencido com um show do Jeff, que pegou até penalti, enquanto o 'todo poderoso' Bruno engole um frango que entrega a vitória, e a liderança de grupo aos chilenos na Libertadores( RISADA MALÉVOLA), e mesmo que com intervalos, o sono até que foi bom.
No ônibus, o exemplo perfeito: cavalheirismo é quando convém.
Um velhinho vem subindo aos trancos e barrancos no ônibus. Não há UM lugar que fosse disponível. Uma gata levanta e lhe cede o lugar. Até aí tudo normal. Até um camarada estranho que estava sentado no banco de trás levantar e ceder o lugar pra moça. Ela agradece e senta, e ele olha tentando disfarçar o interesse. Ele daria o lugar pra uma velha corcunda? Difícil, mas como era uma gata que ainda por cima tava tirando uma onda dando lugar pra um velhinho, o cara rapidinho levantou né.
Cheguei na escola, li as manchetes e tal, e a primeira coisa que acontece é..
Roxinho lotado. Vários dos meus amigos lá. Eu subo a rua e..
CAAAAAAAAAAAAALVIN
CAAAAAAAAAAAAALVIN
CHEGA AÍ MULEQUE
Ovacionado. Eu disse:
'JÁ?????????'
Eles estavam se preparando pra Cpp no colégio. O campeonato 'inspirado no paulistão'. Eu disse que em São Paulo, sou Corinthians.
No colégio, uma aula tranquila e até meio engraçada de Monitoramento Ambiental. Como era aniversário da Maria Julia, marcamos de ir na Tijuca 'comemorar' com um típico lanche. Eu num sabia se ia ou não, pois havia grande chance de perder o primeiro tempo, que era física. Acabei topando. Pra variar, a Bruna tava começando a passar mal de novo, querendo ir pra casa. Eu tava meio que na dúvida, sei lá, ir embora e deixar ela ali passando mal. Fiquei com a decisão na cabeça: 'Se ela tiver mal, eu fico aqui até os pais dela chegarem, ela tá praticamente todo dia assim e daqui a pouco pode piorar..sei lá. Se ela tiver bem, eu parto com a galera.'
Ela acabou topando ir, e eu fiquei mais tranquilo. Mas o foda seria no ponto. Tínhamos que pegar o 665. Daí passa um pelo outro lado da rua, ou seja, ia deixar a gente largado ali. Julio atravessou a rua feito um louco, parou o ônibus lá do outro lado. Eu cheguei a correr pra ver se ia junto, mas quando vi geral no ponto parado olhando eu também parei. E o Julio também parou, já no 665, olhando pra nós feito um besta, sem reação. A porta quase que fecha na cara dele.
Enquanto ríamos, esperávamos. Deu tempo pro Julio(que saltou no primeiro ponto que o 665 passou) vir correndo nos encontrar. Então um pouco depois passou o 665, e ele foi parar lá na esquina. Uma PUTA SACANAGEM. Corremos e entramos por trás, bem feito, quem paga ou passa o riocard pra ser largado no ponto?
Do nada entrou uma mulher com uniforme de colégio estadual, xingando 500 coisas sobre os ônibus e talz, todos calaram a boca pra ouvir.
Quando ela deu uma pausa nas suas reinvindicações sindicais, o Tomaz mandou essa, tive que rir:
'ENTÃO VAMO QUEBRÁ TUDO!!!!'
Caralho geral riu, a mulher deve ter se emputecido que só. Chegando no ponto, desce bastante gente da galera , mas o cara na hora que a Bruna ia descer, ele pediu pra esperar pra chegar mais pro lado. A Bruna desesperada manda eu descer primeiro, pro caso de acontecer alguma coisa, é mole isso? Mereço mesmo, só porquê as vezes me sinto irmão mais velho dela e da Bia, num quer dizer que eu tenha que apanhar primeiro também. Pra falar a verdade elas são 6 ou 7 dias mais velhas que eu. Ela nem sabia pra onde andava, e olha que ela é bem mais rodada que eu. É a primeira vez que vou sozinho com os amigos no shopping tijuca, fora o fato que eu praticamente conheço nada daquelas bandas.
Fomos e comemos, cada um o que queria comprar. Quando eu acabei já queria ir embora, velho hábito do nerd. Preciso estar na sala de aula. Tem algo que me chama, me hipnotiza, pra estar lá. E o foda num é nem isso, já que eu nunca fui de estudar pra caralho. É simplesmente motivo de força maior. Ninguém ali entenderia isso, tava todo mundo doido pra matar. Cheguei a ligar pro Pedro, já que ele mora ali perto, queria ver se íamos juntos pra escola, já que ele nunca sai na hora que deveria. Só que ele já estava na escola quando me atendeu. FUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU
Então bateu 12 e 40 eu meti o pé. Lucas me deu umas instruções de onde saltar, mas eu nem consegui prestar atenção. Simplesmente eu tinha a impressão que ia dar um jeito, estaria lá no cpII em pouco tempo.
Desci os andares do shopping e num sabia por onde tinha entrado. Sabia que tinha um Mcdonalds por perto. Bem perto mesmo. Quando eu saí, depois de rodar muito no térreo, num vi nada. Só comecei a tentar me orientar pelas ruas, pelo que eu vi no ônibus. Com uma pitada de sorte, achei por onde tinha vindo, e também, o ponto final do 665. Lá encontrei uma garota do cpII, e quando ela me confirmou que ia pra São cristóvão, eu entendi o porquê da impressão.
Pegamos o 665 Rápido ainda por cima, e logo estaríamos chegando. Ela me ensinou um caminho maneiro, bem tranquilo de passar, sem ter que dar aquela volta na quinta da Boa vista. Cheguei no cpII e vi os portões da entrada se fecharem. Subimos correndo e eu só vi isso se confirmar, embora inacreditável, num fosse a merda do sinal demorado, eu estaria ainda no primeiro tempo em sala de aula.
Eu, um tanto cansado, tava do lado da cantina depois da correria, sem ter visão do que havia a direita. Dei dois passos e os olhos saltaram das órbitas. Taissa tinha acabado de chegar. Estava ali sentada na minha frente. Ela me notou ali também, não sei se surpresa com isso ou chateada. Eu num tinha opção. Apenas caminhei indo pra ela e disse o que tinha que dizer, pois não havia coisas mais sadias e verdadeiras naquele momento:
'AHHHH NÃO
AHHHHH NÃO..'
Ela:
'QUE FOI?'
Eu, enquanto a cumprimentava, sabe como é, beijinho no rosto (AHHHHH SE FOSSE NA BOCA..)
'EU CHEGO ATRASADO INTENCIONALMENTE PELA PRIMERA VEZ E DOU DE CARA COM VOCÊ? ASSIM EU NÃO AGUENTO TAISSA.'
Puxei um assunto tranquilo, falei sobre o níver da Maria Julia. Meio que pedi desculpas, acabei esquecendo de avisar ela. Podia ter feito, mas pra mim naquela hora a Taissa já devia estar indo pro cpII. Mesmo que não, duvido que desse tempo. Na verdade to muito preocupado com isso, já é o segundo ou terceiro dia seguido que ela chega atrasada. Não sei se é por opção dela, aproveitando que ainda tá começando a matéria, num sei se é problema pessoal, sei que me preocupo. Sempre me preocupo.
Falei sobre trazer a guitarra amanhã. Se ela quiser ver, que veja. Se quiser ouvir, que ouça. Não vou ficar enchendo pra ela fazer essas coisas. Detesto forçar barras.
Chegaram todos do shopping e depois de alguns minutos entramos. Estamos combinando de ano que vem, na formatura, viajarmos de cruzeiro. Seria uma boa, mas num sei bem como armaríamos o esquema. Fora pra eu desenrolar aqui com os coroas.
Engraçado que deu pra copiar e entender a matéria toda de física num tempo só, tranquilamente. As outras aulas seriam numa boa. O recreio é que ia bombar de loucura.
Saí mais cedo. Henrique também. Ele tava afim de ficar com a Maria Julia tinha um tempo. Prometi um dia poder desenrolar. Mas não seria fácil, nunca foi ÍNTIMO, AMIGAÇO QUERIDO da Maria Julia. Mas daria um jeito. Hoje, demos sorte de sair mais cedo, e sendo o aniversário dela, eu vi uma ótima oportunidade dele ser apresentado a ela. Não de ficar, isso num seria algo imediato, mas uma vez apresentado, facilitava. Ele é um tanto tímido, normal isso. Num é todo mundo que tem a cara de pau de chegar numa sala onde você num conhece ninguém e sair puxando papo com uma mina. Também não é fácil puxar elas pra um canto isolado, pra longe das amigas e mandar um papo, sem conhecer. Se você faz isso, um não sonoro é bem comum.
Apresentei ele a May e armamos um esquema pra ele ser apresentado. Falei com o Léo, que é praticamente um irmão da Maria Julia, pra ver se tinha liberação. Geralmente é bom você conhecer quem é próximo da garota, pra saber o que pensam, e também, ter contexto pra se aproximar. Eu num estaria tanto tempo perto da Maria Julia quanto o Léo. Então é bem conveniente o Léo saber do que o Henrique tá querendo, pra facilitar o andamento. Pra ele entrar na roda daquela galera com 'passe livre, carta branca'. Como um convidado.
Mas de alguma forma o Léo deixou suspeitas, e a Maria Julia e todas as garotas começaram a desconfiar. Antes que inventassem de puxar o Henrique pro 'interrogatório', eu fui apresentá-lo a Taissa, era mais um fã. Eu disse:
'Você num acredita né, que tá famosa.'
Disse mais algumas poucas coisas, beijo no rosto dela e fui andando com o Henrique e o Rappa. Ríamos muito. Justamente sobre essas coisas. Henrique quase que me idolatrava sem necessidade, eu só tentei conseguir um desenrolo pra ele. Eu fui sincero e conto aqui o que contei a eles. Se eu quiser ficar com alguém, eu sei que consigo, tranquilamente, mulher é o que não falta. Sempre aparece uma. Só olhar direito. O foda é ter a Taissa no peito e na cabeça. Por vezes simples eu até ficaria com outras pessoas, mas tem vezes que só quero pensar nela. E até tenho evitado de ficar (e chances surgiram, pode acreditar) com alguém, se eu penso nela. Ela não faria isso comigo, não vou ser eu a fazer isso com alguém.
Mas o fato em questão é uma garota do 1 ano de meio ambiente. Ela sempre que me via ficava me secando. Eu já tava criando certo interesse, ela é bem bonita. Disse à eles:
'A prova maior de hoje tá aqui. Olha ali'
Mal eu ia me aproximando, sentada no banco ela já tinha me percebido por perto. Já olhava. Já queria. Pelo menos, é o que eu tenho percebido. Todo dia.
Eu disse a eles: 'Observa só. Vamos passar por ali. Deem uma olhada nela.'
Passamos com um papo inventado na hora, e então eles:
'Cara ela é bem bonita'
Eu:
'É eu to sabendo, mas é aquilo que eu disse a vocês, não sei se faria isso. Mas enquanto eu num sei nada da garota, até que tá legal, quem sabe eu fico sem causar sofrimento.'
Eu viro e vejo o Marreco do lado de uma garota, que senta do lado da tal garota que falei.
'Querem saber? Eu vou mostrar como é fácil o desenrolo..E É AGORA..'
Parti pra 'falar' com o Marreco. Ele já tava sentado com as duas meninas. Depois de apertar a mão dele, eu disse:
'São da sua sala essas duas?'
Ele: 'Só essa, a Patrícia(pelo menos acho que ouvi isso..)' , apontando pra que estava do lado dele. A que me interessava, disse que não o conhecia. Dali mesmo eu emendei:
'Você é a..?'
Ela pareceu bem nervosa quando me viu ali perto, mas mandou uma com estilo. Abaixou a cabeça, e levantou de repente com um sorriso daqueles que você olha e já fica meio louco. Nisso ela responde, com o sorriso:
'Tainá' (se fala assim, agora como se escreve...SÓ DEUS SABE, pq isso eu num vou ficar perguntando).
'Você é de meio ambiente né?(eu puxando contexto pra encontrar de novo..) Te vi na sala da turma de ma do primeiro ano. Tipo, eu tenho a matéria do ano passado toda anotada, eu e minha amiga( Isabela tá fazendo isso, eu aproveitei e usei como idéia) estamos emprestando pra quem quiser. Qualquer coisa, só me procurar..vlw?'
'Claro, obrigada..'
Nem lembro se disse meu nome pra ela. Que se dane, to nem aí. Nem sei se essa garota tá só de tesão comigo (sabe se lá Deus como) ou se quer algo sério. Nem conheço. Mas ela é a prova, se eu quiser eu fico.
O lance é isso, esquecer um pouco o que sinto pela Taissa, quem sabe passa, quem sabe não, até lá ele vai se manifestando mesmo..rs Enfim, seja como for, eu só quero estar bem, e que ela também esteja bem. Se puder ser bem comigo, eu não vou mais ficar triste pro resto da minha vida(a num ser no enterro de alguns parentes e amigos ou ídolos..).
Quanto ao Henrique, esse sofreu hoje. Não só desconfiaram, descobriram. A Maria Julia tava desesperada dando ataque se escondendo atrás da Bruna. O Marcelo veio até querer conhecer o Henrique. Foi um auê total. Acabou ele ficando envergonhado, pilha na cabeça. Resultado, boa coisa não daria. O que rolou? Ele chegou na Maria Julia..e antes de desenvolver qualquer papo que fosse, pediu pra ficar. Não o culpo, realmente foi muita pressão. Ela ficou de bobeira lá se escondendo, geral ali num conhecia ele, enfim. Bem vindo ao clube Henrique, é muita coisa que a gente atura.