Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

domingo, 28 de setembro de 2014

A dark hole grows in my mind while I'm on the road

Sinto um pouco de nada, por vezes.
Um nada chato, tedioso, e ao mesmo tempo incrivelmente curioso.
Sei que não faz tanto sentido. Mas é curioso: como é possível se instalar uma sensação vazia, com tantas coisas positivas e mesmo negativas a se pensar e sentir?
Não sei bem explicar tal fenômeno, e por isso me soa ainda mais curioso quando paro pra pensar a respeito.

Talvez o meu complexo de maturidade precoce esteja adiantando a famigerada crise dos 27 anos. Ou o mundo a meu redor ande tão precoce com casais firmes (e até casados) e colegas tendo filhos que eu sinta como se estivesse perdido no caminho da vida. Como se o bonde estivesse passando, e eu assistisse lentamente sem poder de reação alguma. 
Como se as pernas pesassem toneladas e afundassem no chão como na areia movediça. 

Mas o mais estarrecedor é que me queixo pouco. Há algum conformismo da minha parte, nesta tranquilidade tediosa  (e nem por isso vantajosa e positiva em todos os sentidos), e que parece se justificar. Baseado em quê, essa é a questão.
Engraçado como essa sensação é familiar pra mim. E depois de alguns minutos pensando, finalmente consegui entender por quê:

Trata-se, simplesmente, da minha postura com transporte público.

Tá, agora soou mais absurdo ainda. Mas faz todo o sentido. 
Quando eu estou no ponto de ônibus, geralmente estou sempre adiantado. Tenho uma folga boa pra encarar engarrafamentos, imprevistos, etc.
Quando passa uma van ou um ônibus que me serve, mas está um pouco cheio, eu não subo.
Simplesmente por falta de comodidade. "Daqui a pouco tem outro mais vazio." - penso eu. E de fato, tem sim. Sempre tem, sempre vem uma opção melhor. Pode demorar mais 10 ou até mesmo 20 minutos, mas passa. E dá tempo de chegar onde quero, como quero, e de maneira mais folgada. Menos custosa. Dá pra chegar "feliz", por assim dizer, ao ponto que eu queria, sem um stress desnecessário. Salvo raras exceções de eu estar atrasado. Engraçado constatar que, sempre que eu espero por uma opção melhor e a consigo, a cabeça dispersa dos mil pensamentos aflitos e relaxa com mais facilidade. Submeter-me ao stress faz com que eu pense mais ainda nos problemas.

Fechando a analogia: eu estou fazendo exatamente isso neste exato momento com o panorama geral da minha vida. Estou esperando um ônibus melhor. Estou parado, no ponto esperando, com mil coisas na cabeça, e me preocupando com algumas delas. De repente passa uma van lotada, e eu fico com preguiça de encarar. Tá certo mesmo. Daqui a pouco vem outra, mais vazia. Vou escutar umas músicas e relaxar, chegar onde quero. Tudo no seu tempo.

Fiquei feliz em perceber isso. No fim meu instinto pode até não ter no que se basear, mas está certo e posso confiar nessa intuição. Estou levando a vida como levo meu dia a dia em coisas básicas, e talvez nada possa soar mais natural para alcançar uma felicidade plena.

Pegar um lugar na janela, encostar a cabeça e por os fones.






domingo, 21 de setembro de 2014

Inquietação do pacífico

Parece que está tudo em ordem. 
Parece estar tudo bem, e de fato, não há grandes motivos pra que não esteja. 

Realizações pessoais, sejam já realidade ou próximas de se tornar: confere.
Estabilidade emocional: confere, dá pra se dizer isso.
Tempo pra arcar com as responsabilidades: confere.
Vontade: tá, vai, confere. Mesmo que de leve.
Distrações saudáveis ocasionais: confere. Até bastante.

Mas falta algo. Um fator de caos, uma faísca, uma explosão. 
Um som violento e vibrante, que ecoe perpetuamente e vibre na mesma duração, com intensidade forte o suficiente para desviar a ordem vigente o suficiente pra sair do caminho do tédio.

Não que as coisas estejam ruins. Não mesmo.
Mas falta algo pra arriscar. Algo que brote sozinho e se molde pelo tempo, criando oportunidades. Falta um pouco do imprevisível, que há de se tornar presente quando lhe aprouver.

Já é uma boa hora. Vou tocar o resto. 


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sobre o destino e o tempo certo

Você me conhece, né.
Conhece muito bem, aliás. Desde o primeiro momento, pareceu conhecer de um jeito só seu. 
E por me conhecer, talvez não se surpreenda com esse pedaço de lirismo e romantismo exagerado. Talvez.
Mas ainda posso tentar te arrancar um sorriso espontâneo; e com isso fazer valer o texto, o esforço e o resto dos meus dias.

E se eu te dissesse que te queria desde que nos encontramos, não seria surpresa pra você também. Tenho certeza de que já mencionei esse fato. Contexto literalmente infantil o do nosso encontro. Quase um desencontro até. 

Ironicamente, o que nos aproximou foi algo tão maduro quanto um rito de passagem. Na verdade, era de fato um rito de passagem. Abracei sua coragem, seus feitos, e continuo abraçando. Você sempre foi o tipo de pessoa que fazia minhas maiores honras serem até sem sentido quando não lhe foram atribuídas. 

Talvez caiba dizer que até hoje pra mim é difícil me acostumar a como você gosta de mim. Você por vezes deixa bem claro, enquanto em outras faz um silêncio charmoso, mas deixa escapar sua admiração nas entrelinhas. Faz com que eu me sinta mais do que sou. Pode ser até que eu tenha me tornado o que você enxergava. Não sei dizer exatamente o quanto você já me influenciou.

De tanto em comum ao "não" por mim inesperado, e agora depois de tanto tempo quer virar um "sim". Acho que já posso dizer que será um "sim". 
O que levou a isso? Como foi que chegamos na conclusão que já havíamos chegado, mas desta vez a abraçamos?
Sinceramente, acho que pouco me importa. 
Eu só sei que sempre quis isso. Sempre. Mesmo quando eu não queria, era só falar com você que ficava pensando o quanto seria bom. Minha imaginação viajava e é provável que ela tenha desenhado mil cenários onde isso acontecesse, mas sem nunca acertar a previsão sempre que tais cenários pareciam se replicar. 
Simplesmente aconteceu. Da forma mais clichê. 
Está pra acontecer, talvez eu deva deixar dessa forma. Mas vai. Sei que vai.

E eu não sei dizer exatamente como será. Nem o que vai ser depois que acontecer. Pensar isso já é provocar demais a minha já presente ansiedade, que você tem aturado com louvor. Sabe que a compensarei por isso, e muito. Mas, sem perder o fio da meada, eu queria dizer o seguinte:

Não precisa pensar muito pra notar que a gente já criou um amor. Uma relação boa, firme, saudável e divertida. Com nossas próprias histórias cruzadas. De uma forma bem inusitada e sincera, nos amamos. Como os amigos que aprendemos a ser, como nossos fracos pessoais encarnados. Criamos, devagar e espontaneamente, um amor. Agora é vivê-lo. E ver se é amor em sentidos maiores. Não vou ficar cravando palpite. Mas..com toda a certeza, eu vou lutar pra vivenciarmos isso. Porque eu já sou feliz, hoje. Muito, até. E sei que você também. 
Mas é que você às vezes me faz pensar em escalas maiores. Sabe lá o que podemos fazer juntos. 

Enfim, eu já to me empolgando um pouco. Por garantia, me dê um tapinha nas costas pra eu acordar. E um beijo longo pra sonhar.