Pela primeira vez na vida, tive a oportunidade de me afastar do estado do Rio de Janeiro.
Mais do que isso, de me embrenhar pelo interior.
Fui parar em Minas Gerais, mais especificamente Maria da Fé, graças à duas amigas muito especiais.
Eu não vou entrar muito em detalhes sobre a viagem, mas na verdade, queria destacar alguns efeitos que se colocaram sobre mim durante esse feriado e desde que voltei ao Rio.
É incrível e notável a diferença entre o interior e as grandes cidades. O ritmo mais tranquilo, o clima mais íntimo entre as pessoas. Aliás, íntimo aqui já é, mas de forma abusiva e violenta. Em Maria da Fé, as pessoas se conhecem e confiam - em geral - numas nas outras, permitindo que seus carros, casas e todo o resto fiquem abertos, sem sequer trancar os cachorros em casa.
Até os cachorros são simpáticos, e fazem festa pra todo mundo que passe.
O ar é infinitamente mais puro, e tudo é bem mais perto do que você poderia imaginar.
Exceto o Alambique, que é longe pra caralho. Mas valeu a lendária cachaça.
Foi como recuperar aquela paz de espírito que você persegue nos sonhos de uma vida melhor, sabe. Esquecer as preocupações, reencontrar as energias.
Olhar pro horizonte e ver aqueles vales bonitos - ao menos os que ainda tem mata - e ficar pensando o quanto a gente perde tempo com besteira na vida. O quanto nos desperdiçamos com coisas inúteis e o quanto banalizaram coisas inaceitáveis no nosso cotidiano..
Sabe, NÃO É NORMAL eu sempre me preocupar com assalto e hora pra voltar, nem sair de casa 3 horas antes do necessário dependendo do lugar que pretendo ir. Não é normal eu ter que trancafiar tudo às sete chaves porque senão perco até a roupa.
Sei que, depois de Maria da Fé, passei a ter fé que poderia ter mais qualidade de vida. Espero conseguir melhorar as coisas que me cabem aqui no Rio, e na medida que eu chegue no meu limite, volto pra lá recarregar o espírito.
Recado de Beto Guedes
Há 3 anos