Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Hábitos imortais

Tem algumas semanas que não me reservo o tempo para escrever aqui. E ressalto, aqui, pois comecei a escrever em outros lugares.

Dei início, finalmente, a meu projeto de escrever um livro. A ideia é antiga; já a manifestava com alguma seriedade aos 15 anos. Hoje me pego em uma realidade em que tal ideia pode ser concretizada, e portanto busquei-a.

Comecei, baseado no blog e em diversas outras fontes que reforçam minha memória, a escrever sobre a minha vida amorosa. Desde o começo. O livro será uma comédia, e esteja eu onde estiver vivendo como for, vai me dar muito sucesso e também felicidade.

Mas não abdiquei dos meus sonhos maiores. Aliás, a música está cada vez mais firme na minha vida. Tenho até tietes.

Não que eu tenha ficado com algumas delas, mas vá lá, já é alguma coisa.
O ano começou bem. Tá tudo se encaminhando, mesmo que devagar.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Acelera(?)

Eu podia jurar que a estrada tinha fechado. 
Tal qual os acessos à Copacabana, em noite de Reveillon.

Que ironia, foi na noite de Reveillon!

Já andava mais rápido do que deveria. Apressei meus passos. Talvez algo na minha cabeça já anunciasse. Talvez meus instintos fossem sábios e me avisassem dos teus planos.
Na verdade eu não sei dizer ainda quais são seus planos. Nem consigo afirmar que você os saiba com toda a certeza. 

Pode ser esse teu jeito de querer guardar-se. Pode ser, pode ser!
Pode ser que teu jogo te coloque numa sinuca de bico. Que você saiba algumas coisas futuras, não saiba outras, e tenha medo de fazer seus planos e desejos meio ao incerto. E mesmo assim os queira.

Eu brinco com o achismo. Disse que o faria, textos atrás.
Não me sobra muita opção. Eu estava pra mais de cem por hora, esquecendo que tem estrada pra andar. Que você tem a sua própria. Na primeira curva anunciada, eu derrapei.
Derrapei feio. E nem sequer chovia.
Sou um mau motorista. Ruim de roda. 
Tem gente que é roda presa, eu sou ruim de roda. Só sei acelerar. Não sou bom com freios. Não gosto de me desviar.
Mas até que eu aviso, ligo a seta. 

"Ó, vou cortar pra cá. Eu to falando que vou cortar."

Corto. Aí espero a reação alheia. O meu eu fiz, falei que faria. Acelero. 
Nem sempre tenho pressa pra acelerar. Apenas acelero. Seja a ritmo de lesma ou de onça. Quantos cavalos será que tem de potência no meu espírito?
Seja como for, podem me avaliar os terceiros, capazes que forem de me acompanhar. O vidro fica aberto, pra quem tiver coragem pra olhar.

Devem ser muitos. Tanta lombada, tanta curva, tanto quebra mola. O carro não pára. O motor não quebra. Acelera, continua acelerando. Então acelero.

Meu combustível deve ser híbrido. Certeza de que se fosse fixo teria se esvaído em histórias de azar. Segue o tanque cheio. Vaza combustível até. Espalha amor por ali ou acolá, das mais diferentes formas de combustão. Ninguém nota ou então apenas ninguém se pronuncia, apenas vaza na estrada. Vai ver gostam. Usam pra alguma coisa, quem sabe. 

Mas cabe dizer que já fui acusado de poluição. Ninguém manda ser exagerado.

Volto a meu foco nessa história. Você que não sabe se acelera.
Você não sabe! Nem vem dizer que já se decidiu. Que já é certo, que está feito. E se estiver, digo na sua frente: você não quer.

Tem algo aí me dizendo isso. Deve ter. Eu acelero, aprendi a enxergar bem pra não bater.

Alguma coisa fez com que eu me prendesse a você quando não achava mais que meu farol iria achar reflexo pra luz. Da mesma forma que acelerei e te achei, eu acelerava pra te esquecer.
Acelerava como há tempos não fazia. Eu só queria passar rápido. 


De repente você apareceu no meu retrovisor, buzinando. 

"Hey, eu ainda estou aqui!"

Soltei o acelerador. Fui diminuindo. Ficamos lado a lado no Reveillon. Sob os fogos e confusão, você abriu o vidro e disse:

"Tenho muito mais pra te mostrar!"

E aí fomos a noite inteira. Agora eu me pergunto se devo acelerar. Espero, calmo até onde consigo, novos sinais. Mexo no porta-luvas, procuro as poesias de bolso e os lirismos acumulados dos quilômetros rodados. 

Fico enrolado, quase perco o controle. Você ri, e do que vê, me engrandece. 

"Você é muito bom nisso."

Seria eu bom o suficiente pra dar a você os motivos pra não acelerar além do meu campo de visão?
Seria, talvez, bom pra deixar uma marca tão boa como a que você parece vir deixando na minha estrada?

Não sei, não sei. Mas se você tiver um problema na embreagem, sabe que minha porta do carona tá aberta. 

Não faça caso, você sabe que eu sou péssimo com timing. ;)