Hey, você aí

Não, não quero seu dinheiro.
Estava mais pra dizer 'Hey Jude', ou algo assim.
Bom, este blog é sobre mim. Não apenas eu, mas o que penso, sinto, etc. Já foi meio invasivo, já foi vazio. E no fundo ainda é legal, pra mim. Meu cantinho de desabafo e filosofia, se assim posso dizer.
Eu sou um livro aberto. O que quiser saber, pode achar aqui. E o que não conseguir, é porque ainda vamos nos esbarrar por esta vida irônica.

The Beatles

The Beatles
Abbey Road

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Do a little twist

E mais uma postagem depois de um tempo considerável, embora eu até tivesse tempo pra escrever as coisas simplesmente foram indo de uma forma que eu não quis escrever. Ou também não deu. Verdade que estou viciado no Facebook. Nada acontece em 90% do tempo que estou lá. Aí vem uma ou outra notificação, você cria aquela curiosidade, e está lá apenas que fulano de tal compartilhou uma foto de zoeira com o Mussum que já perdeu a graça.
De tempos em tempos eu tenho vindo aqui fazer um ou outro registro, meio que de praxe. Eu sempre acabo sentindo falta, embora cada vez mais eu tenha motivos pra excluir o blog. Quer dizer, eu bati minha singela meta de chegar a 10 mil visitas. Só que bom, muitas delas foram minhas mesmo, relembrando algumas épocas curiosas da minha vida e tal. Claro, não chegam a mil. Chegariam se eu fizesse 3 visitas diárias, durantes os 2, quase 3 anos de existência do blog. Tem dias que eu nem lembrava que tinha blog oras, então isso é meio impossível. Mas de fato, agora indagando o que acabei puxando sem querer, quantas visitas dessas 10 mil pertencem a cada leitor? Eu penso, cá comigo, que tirando entre 4 ou 7 cabeças, são parcelas pequenas de milhares de indivíduos vagantes que passaram, leram uma vez ou outra, falaram pra um colega, e só. Anyway, mistérios inúteis de um blog corriqueiro..

O Botafogo tem sido decepcionante. E inspirador ao mesmo tempo. É a velha dinâmica da enganação. Seedorf mal chegou e já tem jogado muito, distribuído passes precisos, tomado conta do meio alvinegro, dando dribles e cruzamentos, além de até marcar gols. Surpreendeu até o mais otimista botafoguense (coisa irreal e impossível), e principalmente aos secadores. E ainda chegou o Lodeiro, e BEM. Só que a secação deu certo pra cima de grande parte do time: Fellype Gabriel contundido, Mattos não se recupera, AC agora foi contundido também, e até o bosta do Rafael Marques que mal ou bem era uma opção. Vitor Junior mascarou, Fábio Ferreira caindo muito de rendimento, e claro, o ataque inoperante que se vira com o Elkeson (que mal ou bem tá se esforçando e subiu de atuações). Isso resultou em uma eliminação precoce na Sulamericana pro time de merda do Palmeiras. E queda média no Campeonato, deixando o G4 pra ficar em 7º, 8º. E como que revivendo ainda mais a glória, Túlio Maravilha voltou, pra fazer o gol mil. Mas aí eu me pergunto, será que ele aguenta jogar? Craque é craque, ninguém discorda disso. Bola no pé dele, ainda mais com a precisão de um Seedorf, é gol certo. Mas só esperando pra ver. Ele volta pra nos dar otimismo. Não que ele venha a jogar no time a sério no Brasileirão, acho difícil. Mas o Vasco fez isso com o Romário né, não vejo porquê não..



Enfim, a greve dos servidores e professores segue. Enquanto no CPII as duas classes, apesar dos conflitos dentro de si, andam de braços dados, na UFRJ a coisa é um pouco diferente. O que acontece é que teoricamente os servidores e técnicos do CPII já aceitaram a proposta do governo, mas só suspendem a greve assim que os docentes forem atendidos. Mas na UFRJ, até onde fiquei sabendo, amanhã mesmo os servidores retornam, enquanto os docentes não tem nenhuma definição: fala-se de que tenham aceitado, fala-se também que estão ainda firmes com a intenção da greve. E conforme o tempo vai passando, eu vou aqui estudando cálculo aos pouquinhos. Claro que não estou nenhum expert, mas acredito que estou melhor que antes, e que dessa vez, mesmo que seja com PF, eu passo. Aliás, devo confessar que nunca fui tanto a favor de que a greve se mantenha. Apesar de já sentir falta de algumas pessoas em especial na faculdade, eu não me lembro, desde o ensino médio, de uma época que eu tenha conseguido equilibrar tão bem a vagabundagem matinal com os exercícios da áurea tarde (SIM, estou me exercitando!), além da leitura e estudos vespertinos. Pela noite, o contato social básico via net. Isso claro, quando não dou minhas escapulidas pra namorar.
Aliás, eu ainda me impus meu velho método de dieta. É que há umas 3 semanas atrás eu me pesei, e tava com 75 quilos e meio!!! Porra, eu tenho 1,76 ou 1,77; pra 75 quilos é gordura que não falta!
E ah, você espertinho que acha que a matemática do povo conta neste caso, tolo engano: uma conta que remete ao peso ideal de forma fácil é subtrair entre 10 e 5 dos seus correspondentes centímetros. Isso dá de forma aproximada o valor da sua faixa de peso ideal conforme a altura, e é bem próximo dos cálculos mais científicos e tal. Em suma, com a minha altura, a faixa de peso ideal vai entre 66 quilos e 72 quilos; sendo esta última marca meu peso no início do ano. Ou seja, a greve me engordou. Não à toa eu entrei nessa minha velha dieta, há mais ou menos duas semanas, que consiste em apenas cortar quantidades e qualquer comida entre refeições. Eu não corto nenhum alimento. Todos os grupos são essenciais. O que eu corto são os excessos. Isso, combinado com minha bateria de exercícios diários, me permitiu emagrecer a ponto de semana passada eu me pesar e marcar 74 quilos, ou seja, 1 quilo a menos em mais ou menos de 2 semanas. Me encho de orgulho nessas horas (apenas de orgulho).

Uma coisa me agonia é que não escrevo mais músicas. Não consigo, não vem inspiração. E tanta coisa querendo brotar sabe. Me chateia mesmo. Aí quando voltar o ritmo de aulas eu componho, vai ser muita sacanagem....

Enfim, abraços


domingo, 5 de agosto de 2012

18: Desventuras, lendas, nostalgias e acertos

Oficialmente eu sou maior de idade agora. Tá, quer dizer, não que isso faça lá muita diferença né. A grande verdade que todo mundo no fundo sabe, mas nunca admite, é que enquanto você não se sustentar, você não tem a liberdade que bem deseja.
De fato, também não é de todo errado pensar que certas coisas mudam. Afinal de contas, o básico tem que mudar: tirar identidade e CPF de novo, pensar em tirar carteira, entre outras coisas.
No domingo eu chamei alguns amigos muito chegados e tal, junto da família. Aliás, algo raro eu sair com a família e amigos juntos.
Foi uma coisa legal sabe. Bem legal aliás. Fazia muito tempo que eu não conseguia fazer isso. Na véspera, eu tinha levado Dominique pra um rodízio de pizza pra comemorar o aniversário da Larissa, minha velha companheira, que tinha sido na quarta feira, mas ela decidiu realizá-lo no sábado. Foi bem legal e talz. Aliás, a tal pizzaria provou ser melhor que a parmê, pra mim.

No dia, Domi se adiantou e me deu meu presente, que é um baita presente: um conjunto completo de poker; com tudo que tem direito. Baralhos, fichas, até tapete. Pros que não sabem, até porque não é algo que eu registrei com frequência aqui, poker é um dos jogos que mais me encanta e mais gosto de jogar. Não sou um apostador frenético, não tenho dinheiro pra isso e jamais faria tal. O poker sério, de apostas em dinheiro, pra começo de conversa, é proibido no Brasil, e não é nada barato. Poker profissional então, é divertimento do alto escalão burguês.
Mas eu aprendi a jogar cartas ainda muito novo, lá pelos meus 13 ou 14 anos, não lembro bem. Foi no Monuma, como esperado.
Se eu não me engano, o dono das fichas na época era o Geraldo. Ou ele ou o Gabira. Pode ser até nenhum dos dois. Pra certos detalhes, às vezes eu tenho uma péssima memória. Enfim.
Éramos muitos na ocasião. Como eu, acredito que o Kadu, Rappa e Davi também nunca tinham jogado. Sousa fazia o papel de dealer oficial, enquanto puxava suas mágicas de baralho nos intervalos prováveis. Era algum tempo vago bem grande, o que era comum no ensino fundamental.
Eu tava levando um massacre, como esperado de um iniciante. Mas eu não era o único. Apenas Pedro e Gabira iam bem, e dominavam as fichas do jogo. Em certo momento, minha mão tinha um Ás de ouros e um 2 de copas. Na mesa, um 2 de espadas. Todos se entreolharam dispersos, de forma estranha. Tentando aproveitar qualquer coisa que viesse, mas também já pensando que não haveria outra forma de me manter no jogo, soltei um all-in com minhas poucas 5 fichas restantes. Com fome na possibilidade de me tirar do jogo, quem tava com menos (SIM, havia tais casos!) também cedeu ao all-in. Mas a coisa tomou proporções inigualáveis quando Pedro, que vencia por algumas fichas de diferença, apostou tudo em um all-in jamais visto no CPII. A idéia era simples: Gabira não podia pagar o all-in de Pedro. Se quisesse vencer, tirá-lo do jogo, não haveria melhor chance do que aquela. Só que até que ponto seria apenas um blefe? Para todos os outros na mesa, o all-in ser bem sucedido ou não era algo já considerado, pois não importava quem blefasse, nenhum de nós tinha condição de virar o jogo. Mas praqueles dois, a história era outra. Um blefe poderia selar o jogo de forma épica.
Os flops foram se suscedendo. Na maioria da mesa, ouros. Não se pode voltar atrás com all-in. Mas o meu desespero se somava ao desespero de todos os jogadores.
Quando todos baixaram suas mãos, talvez a jogada mais cagada e inacreditável da história dos jogos de cartas daquela escola tenha acontecido.

Ninguém tinha rigorosamente nada de bom. Eu e mais 2 cabeças conseguimos um par, com o diabo do 2. O desempate ficou por naipe. Na maioria de ouros, eu me destaquei junto do João. Mas nada bate um Ás. NADA.
Foi a primeira vez que joguei poker. E num blefe desacreditado até por mim, ganhei todas as fichas do jogo em uma única jogada. Nem um roteirista de hollywood ia desenhar uma jogada tão magistral, acidental, e ainda por cima, com as combinações mais fracas possíveis em uma mesa pra texas hold'em.


Enfim, voltando a narrativa do meu aniversário, pois logo logo eu retomo essas coisas nostálgicas. Não é preciso ser muito esperto pra perceber que esse post vai ser longo, e que vou recobrar muita coisa da minha vida aqui nele.

Propûs um rodízio de churrasco aqui no La Bonne. Como anfitrião à moda antiga, e convicto da importância na minha vida de cada um dos convidados, resolvi pagar o rodízio de todos. Na mesa, éramos eu, Dominique, Diogo, minha prima Marcela, Phelipe, Bruna, Bia, Julio, Larissa e seu namorado Daniel (não que sejamos íntimos, mas nada mais justo se eu levei Domi no níver da Larissa, pra não ficar tão isolado, e ele é muito gente boa).
Eu também tinha chamado Pedro, Gabira, Henrique e Thaiane, mas deu ruim. Pedro e Gabira vinham de show da Soft War (a banda deles) na véspera. Henrique tinha me confirmado mas não consegui entrar em contato com ele. E bom, quando todos já haviam chegado, ficou complicado saber onde ele estava. Thaiane não conseguiu vir, o que foi uma pena., mas fazer o quê....
Aliás, "escalar esse time" não foi nada fácil. Muitas amizades recentes conquistaram seu espaço, muitas antigas também sempre foram muito agradáveis. Não é fácil parar pra pensar em quem são seus 10 melhores amigos. Alguns são muito óbvios. Mas a verdade é que eu sempre fui um cara de coração mole, apegado às pessoas. É difícil eu não querer muitos por perto, pessoas que eu confio e que aprendi a conviver.

Por outro lado, é claro que ser assim, boa praça, bom sujeito, sempre teve e tem seu lado ruim. Durante toda a minha vida eu tive muita dificuldade de separar de fato os amigos, dos colegas. Eu aprendi muito com esse tipo de erro, mas falando de forma sincera, eu não sei bem dizer até que ponto eu aprendi com certeza. Não sei dizer, 100% seguro, se aqueles que considero amigos (sem a qualidade de serem bons amigos ou melhores, porque esses não são colegas) são realmente amigos ou colegas que mantém uma boa vizinhança e convivência, mas apenas pelo bem do seu interesse.


Aliás, eu já ajudei demais nos interesses dos outros sem pensar nos meus. Minha vida amorosa antes de topar com a Dominique sem dúvida é um desastre. Já tive paixonites dos piores tipos e espécies possíveis e imagináveis. Como era o nome mesmo...? Tati...Thati, Thaty, enfim, vocês sabem a pronúncia, só não lembro como escreve. E to pouco me fudendo pra isso. Essa é a primeira história que lembro. Mas que merda, que porcaria. A garota tinha namorado. A gente no 8º ano e o namorado na facul. Eu nossa, um paspalho. Ajudava em tudo que era trabalho.
A história se repetiu com a Taissa, uns 2 ou 3 anos depois. Aliás, nada nas fases da minha vida podia ter sido pior que aquela fase. Nenhum ser humano com o mínimo de inteligênca poderia se submeter a tais condições de babação de ovo, encheção de saco e paixonite aguda, em hipótese alguma, e ainda a troco de nada. Talvez o mais medíocre disso é que, se nenhum ser humano de mínima inteligência o faria, por quê diabos EU, que sempre me destaquei pela inteligência antes de tudo, fiz questão de passar?
Sendo franco, ter conseguido e mantido a amizade dela ao longo daquele tempo todo foi algo um tanto quanto curioso, inesperado, e a que reconheço a gratidão. Apesar dos péssimos bocados.
Mas o que ficou dessa amizade? Não posso ouvir falar da garota sem lembrar de todas as idiotices que eu já cometi na minha vida sem razão alguma para tanto. Não posso ouvir falar, que já me lembro das confusões armadas pelos que nos cercavam pelo simples prazer de ver o besta apaixonado platônicamente, mas de forma aberta. Também não posso deixar de admirar a santa paciência que a figura deve ter adquirido, porque o que ela já deve ter passado vergonha por isso, eu não quero nem fazer idéia.
A paciência da Taissa, por algum motivo, foi uma das coisas que catapultou o meu primeiro "namoro", com a Jenifer.
E aí eu novamente me coloco na posição de não posso ouvir falar da Taissa, porque a "melhora" de situação foi péssima.
Aliás, eu me recuso a chamar aquilo de namoro. Nem ficar era direito.
Sem dúvida, eu posso ter tido meus sentimentos naquela época, mas parando pra pensar, foi a corrida de um cara que andava desamparado do mundo pra uma garota que sabia confortar. Foi pura carência minha. Com todo o respeito à ela e talz, mas se eu não tivesse passando por tudo que eu passava no momento (a minha vó tinha falescido, eu era o único apoio forte da casa e não podia desabar, mas tinha que assistir ao festival de lágrimas), talvez eu nunca tivesse reparado na amiga da Bia Calazans e da Carol. O mais ridículo fui EU ter tomado o fora. Mas tudo tem seu lado positivo: o fim dessa "relação" me aboliu as paixonites, que graças a Deus, seguiram pro além. E finalmente eu aprendi a me valorizar. Eu não era, nem sou, qualquer um. Eu era e sou um cara maduro, fiel, generoso, inteligente e até bonitinho. E humilde pra reconhecer os erros e fazer tudo melhorar. E antes desse episódio, eu nunca tinha podido afirmar tais coisas com convicção.


E realmente, não consigo me focar no quesito de manter uma linha de narrativa. To parecendo o Costinha, que começa uma piada mas se lembra de outra por causa de uma palavra.

Bom, o churrasco correu bem, tranquilo. Comilança abastando à todos, mesmo o Julio, que é vegetariano convicto. Não, ele não pôs carne na boca, mas atacou o buffet como bem podia. E todos podíamos.

Engraçado isso, às vezes, mesmos os amigos mais chegados, ficam com vergonha de comer muito na frente uns dos outros. Uns se seguram, outros nem ousam repetir pra não parecer porcaria. Agora você imagine se só tivesse coxinhas de galinha sendo servidas em uma mesa onde esse ritual estivesse acontecendo: uma procissão de tartaruga até que alguém se desiniba pra pegar a coxa com as mãos mesmo. Ao primeiro sinal de deselegância, é dada a largada e começa o festival de porcarias que ninguém dá a mínima atenção. Ninguém mais liga parecer mal educado: já puxaram, já teve o bode espiatório.

E sendo em situações assim ou não, às vezes um bode espiatório é muito necessário. Parando pra pensar, eu já fui muito bode espiatório, só pra tentar fazer os colegas se soltarem. Nunca fui um cara muito atentado ao grande ideário burguês frescurento e cheio de não me toques. Não sou nenhum ogro, é claro, mas tem coisa que eu faço questão de burlar. Sério, pare e pense: que seria da vida sem aqueles deslizes naturais? Jamais se corta um motivo saudável e recomendável de risadas.


Risadas foi algo que não faltou, isso é certo. Ficamos um bom tempo todos por lá, e só pelas 3 e pouco chegou minha mãe com um bolo (confesso que pra minha surpresa) e pra pagar a conta. Não que a grana fosse dela, realmente era minha, da minha conta. Não vejo porquê eu não podia agradecer aos essenciais por sua presença em minha vida. Logo após isso, fomos todos pra tirar foto com a recém inaugurada estátua do Renato Russo, ali pertinho (sim amigos, Russo morou na Ilha). Claro que o sol da tarde matou a cara de todos.



Ah, detalhe esperto: os óculos do Renato são colados na estátua. Soldados. É, Drummond, alguém aprendeu com teu sofrimento lá na praia....

Já nesse instante, Larissa e Daniel seguiram seu caminho pra casa. Estavam cansados de véspera (e também pudera. Eu também não sabia como ia ficar no fim de dois dias seguidos de comilança e curtição). Dali fomos ao shopping e os amigos resolveram que não poderiam ficar para o cinema, uma vez que seria um tanto quanto tarde pra voltar depois. Na hora eu fiquei um pouco chateado, mas fazer o quê né, tem coisas que não se pode evitar. E isso meio que nos motivou a aproveitar o resto do tempo, que ainda era bem grande.

Bem grande.

Aproveitando o gancho....
Sem dúvida, pensar nas coisas que não se pode evitar, mas que incentivam em outros focos, é algo que marca muito a minha vida. Pelo menos até agora.
Não pode ter exemplo maior que a separação dos meus pais, ao cargo dos meus 8 anos. Eu era grande e precoce o suficiente pra saber muito bem o que tava acontecendo. Aliás, já nos meus 6 anos eu percebia o que vinha acontecendo.
A separação dos meus pais foi o mais difícil possível. Pior que eles se separarem foram as consequências. Morar aqui, na infância, foi sem dúvida o pior que poderia ter me acontecido. Não a toa, eu sempre disse a todos que, quando me mudei pra casa da minha vó, minha infância acabou. Minha vó (que Deus a tenha), com todo o respeito, era uma pessoa podre. Vampiro emocional. Reprimia todo e qualquer fio de felicidade que surgia na casa com esporros desnecessários, ríspidos e dolorosos. Fazia tudo de má vontade, as tais tarefas domésticas. Como se eu e meu irmão, crianças no meio de um tornado, tivéssemos mandado ela arrumar a casa. E se nós fazíamos, só sabia criticar.
Eu passei anos tentando amar minha vó, e confesso que uma das minhas maiores frustrações foi que raramente tive momentos bons com a megera. Eu realmente criei ódio dela, por muito tempo. Todos na casa, no fundo, tinham. Mas morar de favor te coloca em condições péssimas. No primeiro ano de separação dos meus pais, eu fugi.

Sim, eu fugi. Meu pai veio aqui nos ver, discutiu com minha mãe pra variar, mas eu lembro que na época, a provável mentira pra aliviar o processo era que passaríamos dois meses aqui. Esta visita do meu pai calhava de ser nos exatos dois meses. Eu não quis nem saber. Meu pai foi indo, e eu zarpei fora atrás dele. Impulso de tamanha coragem que talvez eu jamais repetisse, em outros contextos. Ou egoísmo. Não dá pra definir. Eu era uma criança. Me prometeram uma coisa em troca do sofrimento nessa casa, e eu tratei de buscá-la. Só queria voltar a ser feliz. Eu tinha 8 anos e não me considerava uma criança feliz, mas eu já tinha sido. A imagem da minha mãe chorando copiosamente no portão, por minha culpa, é algo que não sou capaz de esquecer, e que me aterroriza sabendo que será algo inevitável quando eu sair de casa pra morar sozinho. Que terá que acontecer.

Não que a fuga tenha durado. Na casa do meu pai, chorava ao telefone com meu irmão. Ele também pesou muito no meu peito aquela tarde. Minha mãe, acompanhada da minha tia, veio me buscar. Mais uma briga descomunal, eu e meu irmão inquietos, sem saber porquê as coisas tinham que ser daquela forma. No fim, meu pai era quem chorava até não poder mais, e eu voltei pra cá.
Com 8 anos de idade, eu renunciei ao estado de espírito infantil, e prometi a minha mãe que não fugiria. Que ajudaria a cuidar do meu irmão, e que seria um homem de valor.

Meus pais sempre foram maravilhosos pra mim em quase tudo. Meu pai foi meu primeiro ídolo. Foi o principal responsável pela minha formação cultural, pelo começo da construção da minha identidade. Foi quem me fez vencer os medos (nem todos). Quem sempre me ensinou a me virar.
Minha mãe sempre foi doce, gentil e carinhosa. Nunca deixou faltar o sustento. Sozinha, e por escolha própria, deu conta de tudo que podia e ainda mais. Tenho certeza de que quando viemos pra cá, ela sustentava a maior parte das contas da casa.

Claro que tem seus defeitos. Meu pai é um pão duro da pior espécie, e com os próprios filhos. Estourado demais pra pouca coisa. Minha mãe tem problemas mentais no que tange ao quesito liberdade: liberta os filhos de tarefas de fácil realização e os prende no quesito social. Acredita fielmente que jamais vamos sair de casa. Ambos, não são capazes de se respeitarem, ou reconhecerem a influência positiva de cada um em mim e meu irmão. E quem escuta? O filho maduro. Maduro desde o 8, bota na conta dele, ele aguenta.

Fui bode espiatório deles dois por 10 anos. E contando.

Mas tudo isso me fez saber escolher bem o que observar. Saber ao que se deve dar atenção. Você só é capaz de conviver com alguém se conhece e não se estressa seguidamente com os defeitos dessa pessoa. Tem coisas é claro, que exigem outra postura. Mas isso é outro papo....


Enfim. Aturar minha vó, as dificuldades constantes de adaptação, crescer, as restrições toscas da minha mãe junto com a apatia forçada do meu pai me levaram a me tornar um cara extremamente chato e sofrido. Mas, chatice necessária. Eu virei meu cobrador, não tinha pai perto pra isso. Sofri mas aprendi. Mesmo o ódio se foi, e virou indiferença pela minha vó. E de novo, que descanse em paz.


Voltando ao meu aniversário. Depois de comprar os ingressos, saímos a procura de programas. Depois de voltas um tanto quanto cômicas no shopping, e a tentativa falha de todos de me convencer a cortar o cabelo, passamos um bom tempo nos divertindo na magic games. Air hockey e martelo fazendo a diversão.

Ao cabo das 5 e 30, Julio resolveu se aventurar no laser tag. Partiu junto da Bia, e acabei topando a aventura, arrastei a Domi junto. Mas que porcaria aquilo. O laser tem sérios problemas de reconhecimento no colete. É um cubículo, coisa pra criança bem pequena. Impossível achar graça.
Mas ao fim da história até que foi divertido.
Falei com meus amigos, cuja hora já batia.
A minha também.


"Batman: the dark knight rises" é simplesmente o final épico da trilogia do Morcego feita por Christopher Nolan. Genial, sem mais descrições. Se o ponto alto de toda a ação e interpretação está em "Batman: the dark knight" , o 3º filme resume todos os dilemas dos anteriores pra se renovar e dar fim a lenda do cavaleiro das trevas com todo o louvor.

Um começo nos tempos de paz, o Wayne recluso por 8 anos é cativado por Selina Kyle, a Mulher Gato (excelentemente interpretada por Anne Hathaway), que começa a descobrir o ressurgimento da Liga das Sombras, encarnada em Bane, perigoso mercenário de força sobre humana. Gordon descobre um bom policial determinado no começo da procura pelo esquema armado de Bane com um magnata rival de Bruce, o jovem Drake Robin (calma calma rs). A revelação de Alfred e sua separação do eterno companheiro, embora fosse em prol de seu bem estar.
A luta e derrota crítica do cavaleiro das trevas, com a coluna quebrada (como nos quadrinhos). O arrependimento da ladra mais querida dos quadrinhos. O cativeiro de Bruce, na prisão onde Bane se desenvolveu, forçado a ver sua cidade tomada em sítio sob uma ameaça nuclear. A resistência psicológica dos policiais, especialmente Drake e Gordon.

 E como dita o filme: o ressurgimento do Batman, antes jogado aos trapos, mais forte e mais imbatível do que nunca. Vencendo a dificuldade na prisão, retornando para o combate final. Uma corrida contra o tempo: Batman, mulher gato e os policiais contra Bane e o exército de mercenários e criminosos de Gotham, enquanto Gordon procura o reator nuclear, posto em movimento. Eis que as reviravoltas nos trazem Miranda Tate, ou melhor, Talia Al Ghul (filha do poderoso Ra's Al Ghul) como a mandante de tudo (pra surpresa até minha num primeiro momento, mas finalmente completando o sentido da trama), tendo Bane apenas como aliado. Bane cai, mas os heróis tem pouco menos de 15 minutos pra encontrar o reator. E mesmo quando o conseguem parar, as artimanhas de Talia provocam uma situação sem saída: não havia como remontar o reator de modo a impedir a explosão.

E então a conclusão épica. O "sacrifício" do Batman, que carrega o reator em seu planador para o mar, onde explode. O Batman não é mais visto. Se torna a lenda eterna de Gotham. Porém, sinais muito claros mostram que o morcego conseguiu escapar. Desde o planador com piloto automático consertado, até sua aparição em Florença com Selina, provavelmente já sua esposa, pra deleite de Alfred, numa troca de olhares já anunciada, e compreendida por todos os presentes na sala.

E finalmente, Drake encontra a caverna da lenda, e fica a espera dos fãs pelo legado.





Mas enfim. Batman deixa um legado no filme, e mesmo quem não é fã deve admitir que Christopher Nolan SABE fazer um bom filme. "Rises" termina tudo da forma que deveria ser, e ambiguamente, quebrando alguns padrões dos filmes de heróis. Sim, o Batman é incorruptível, é o herói, é a justiça, é perseverante. Mas luta afastado da lei, e cada vez que Wayne põe sua roupa é cada vez mais desgastado. Como os quadrinhos sempre passaram, a trilogia Batman por Nolan reflete claramente a humanidade de Wayne por trás da eternidade de sua capa. E é algo que todos devemos levar em consideração. Buscar a forma certa de tratar as coisas sempre é desgastante. É o correto, mas não é fácil. E mesmo o super herói também merece seu descanso antes que se destrua. Pra nós, buscar o certo sempre é tão exaustivo quanto, então é sempre bom saber que batalhas se deve lutar. Nem tudo pode ser resolvido e acertado pelo nosso desejo individual. Deve-se saber até que ponto dá pra aguentar o preço, e aí sim, lutar com tudo. Portanto, escolha bem suas batalhas. Saiba aquilo que é certo defender, e que não vai te consumir se o fizer.


E puxando o gancho do legado, já não é de hoje que, conversando com meus amigos de Pedro II, e parando pra pensar nos novos que fiz por lá ano passado, eu fico muito feliz de poder constatar que deixei um legado por lá.  E um legado que não se baseia em conquistas pelo rendimento. Sabe, me refiro às amizades. Meus dois melhores amigos estão por lá, se formam esse ano. Dali, vão como eu, começar a traçar um novo rumo nas vidas. Henrique e Phelipe são dois irmãos que não sei nem como descrever. Somos amigos há menos tempo do que sou amigo do Gabira ou do Pedro por exemplo, que também são dois irmãos pra mim, mas seja lá por maiores semelhanças, seja pelo que aprontamos em tão pouco tempo, essas duas figuras me marcaram e me ajudaram a crescer. E devem tá lá me difamando na escola pra se divertir rs.

O Phelipe e eu nos conhecemos pelo meio mais lógico. Bom, não seria um canhoto tocando violão como canhoto algo estranho para outro canhoto?

Por razão de sermos poucos, nós canhotos tendemos a nos achar únicos pelo menos nisso.
E aí quando você se esbarra com outro, curiosidade é pouco pra descrever o que acontece. Mas também rola muita divisão de posses. E quando se trata de música, isso significa trocar experiência. Não que toda experiência seja super válida: Phelipe sempre teve um fraco com canções pop melody da moda. Mas vai entender, até hoje eu lembro como toca "Pensa em mim" do Darwin, e boa parte da letra. Culpa dele.
Phelipe foi provavelmente quem mais escutava minhas desventuras. E claro, eu sempre escutei e escuto as dele. De fato, o primeiro não foi nem um pouco fácil pra gente nesse sentido. Depois ele ficou muito de boa com o passar do tempo. Eu só me compliquei, como disse parágrafos atrás.
Sendo extremamente franco, Phelipe foi a primeira pessoa que me mostrou o que era compreensão instantânea. Não dizer nada, apenas se entender com a presença um do outro. É o meu Lennon, digamos assim. Sempre pensamos em formar algo de música. Eu sempre dou palpite nas dele, ele costumava ouvir as minhas (eu to seco depois de tanto stress e tanto estudo...mas continuo tocando). Dá ódio morar na Ilha às vezes.

Henrique é uma figura mais que impagável. Meus laços com o Monuma sempre foram fortes (e é devido a isto que já explico o legado), mas se intensificaram quando demos ao cabo de começarmos a conversar. Não foi um processo rápido como com o Phelipe. Henrique bem sabe, o primeiro ano não nos tornou os caras mais próximos, talvez bons amigos. Mas por alguma razão, no segundo a coisa se desenrolou de maneiras hilariantes. Se Phelipe foi o consultor, Henrique foi o agenciador dos meus momentos mais épicos no segundo e terceiro anos. Estava presente do meu lado exatamente na hora dos atentados. E tirou proveito pra se e me divertir como um camarada de primeira deve fazer.

E o Monuma sem dúvida é o legado mais sólido que eu deixei por lá no CPII. Acima de reputação, ou algumas poucas amizades que escapam desse círculo. Pra quem não sabe, Monuma é uma abreviação carinhosa e que se firmou entre nós, membros, de Monumento. Não é que exista de fato algum monumento em São Cristóvão, mas desde que entrei no CPII, na antiga 5ª série, havia uma pilastra inclinada na direção das escadas da Ed. Física. Quando firmei minhas amizades com Pedro, Pablo e Gabira, por talvez uma simples questão de vista e sombra, nos reuníamos neste pilar. Geralmente sentados, mesmo com o chão esfascelado de cimento que não segurava a grama nascente. Esse hábito coincidiu com nossas andâncias com Jay-Z, Kainan e Flávio, que já eram amigos de Pedro e Gabira ainda na UESC I. Eram mais velhos que a gente. As influências dos 3, combinadas com as reuniões certas no recreio em frente ao pilar, foram muito acolhedoras pra mim, que vinha de uma escola particular, sofria "bullying" como qualquer criança gordinha (e olha, cá entre nós, temos que deixar de ter frescura com bullying. O bullying das crianças pode ser até mais discarado, mas tem muito mais inocência e serve muito pra aprendizado. Se te põem um apelido, você põe outro de volta se não gostar. E outra, rir de si mesmo, aprender a reconhecer as suas limitações, te dá humildade. E quando se é criança, pode brigar a vontade por bullying. Pode chorar, pode espernear. É processo de adaptação. Agora, crescido, se você ficar mal porque nego disse que você é feio, você tá bancando o ridículo. As pessoas podem ficar magoadas, ter essa dificuldade pra madurar e entender que são ofensas mínimas e atitudes de lixo que não tem e não podem te abalar, mas tem que entender, que ficar remoendo bullying depois dos 13 ou 14 anos é perda de tempo. O que te molda e define é o que você pensa de si mesmo, e não o que os outros dizem. E se você não aprendeu isso na infância, pode acreditar: o seu bullying atual vai ser muito benéfico, pra te fazer aprender. Claro que nisso eu não to envolvendo agressão, e mesmo nesses casos as pessoas aprendem a se impor e se defender. É sempre bom lembrar que bullying e brigas podem ser causa e consequência, mas ainda há uma linha tênue), e também não tinha muito com quem falar sobre rock n' roll. As reuniões no monumento transformaram o local no Monuma. Na época, Geraldo e Sousa também se juntariam ao grupo.
E dali se furmou a trupe. Rock n' roll, piadas, dramas românticos dos desajustados de toda e qualquer modinha, irmandade, mágicas de baralho, poker, joguinho do papel, novas amizades, um círculo cada vez maior. Eu, Pedro, Gabira e Pablo, segundo o que o Geraldo disse uma certa vez, éramos os 4 originais. E pensar nisso me fez sentir melhor que um beatle. Me fez sentir Monuma, como sempre. De qualquer forma, hoje estão lá diversos membros acumulados ao longo desses anos. Muitos deles das antigas como Kadu, Rappa, Davi, e outros mais recentes como o Henrique, Zy e LF. E sempre há novas pessoas chegando ao nosso templo conforme o tempo passa. O Monuma ainda tem marcas de nossas histórias por lá, e sobrou gente pra contá-las. Pode parecer até idiota ou presunçoso, mas ali eu criei parte da minha vida; e hoje, eu ter o privilégio de ver a história seguir e nos registrar, é mais que especial.


Após esse papo de filme e legados, eu só lembro agora que voltei pra casa, e curti o resto da madrugada que ainda me cabia comendo os cupcakes que Domi tinha me feito. Hoje é dia 6 de agosto já. Faz uma semana. Semana que vem é o dia dos pais, e eu quero só ver como vou fazer.
Até porque dia 9 eu faço 1 ano de namoro com Dominique.

1 ano com essa menina.
Não vai custar muito recobrar essa experiência toda por agora. Simples: eu a conheci numa época em que meus posts no blog tinham caído de maneira levemente acentuada. Então não vai demorar tanto assim. E este post tá mega longo, eu sei.

No dia que nos conhecemos, foi meio que paixão a primeira vista. Não que eu tenha admitido, muito menos ela. Mas bastou trocar olhares. No blog, eu tava empolgado depois de ter visto "Transformers 3: dark of the moon", e acabei dando foco pra isso. Mas eu citei Domi.
E no nosso próximo encontro, já rolando o primeiro beijo (que eu roubei bem roubado xD) , eu fiz um post com um poema ridículo sobre minha vida. Agora, sabe lá pra Deus a quem eu quis atingir com aquele poema. Se assim o posso chamar.

Dali fomos ficando, falando, se gostando. Eu falei te amo primeiro, claro. Sou mais atirado quando me apaixono. Não tem muito jeito. A sinceridade se extravasa até demais.

E olha, dizer que tudo foi fácil é loucura. Com Dominique, nunca foi tudo fácil. Ela é estremamente espirituosa, e cabeça dura como eu. E tivemos fases tão péssimas como tivemos fases perfeitas.
Mas é exatamente isso que constrói um relacionamento. A capacidade de superar as adversidades e se manter ao longo do tempo. De ser feliz e ter alguém compartilhando isso passo a passo.

Meu último ano foi disparado o melhor de muitos, e ela influencia diretamente nisso. Te amo Domi, ainda vai me aturar muito.

Enfim. Ao longo dessa semana que se inicia eu vou ter que correr atrás de muita coisa. Vamos ver se consigo tudo. Abraços a todos que ainda se encontram lendo este recanto da minha mente!